A maior ameaça à operação "lava jato" não é a possibilidade de um boicote aberto e direto do governo ou de outro poder da República, cujos membros estejam sendo investigados por crimes e irregularidades, mas o fim da prisão após decisão da segunda instância da Justiça, segundo membros da força-tarefa (power point). Para eles, se o Supremo Tribunal Federal rever o fim da prisão antecipada e voltar a aplicar o que diz exatamente a Constituição, estará, na prática, enterrando a lava jato, que age ao arrepio da lei maior.
Nesta sexta-feira (16/3), os procuradores do Ministério Público Federal que comandam a "lava jato" falaram com a imprensa na sede da Procuradoria Regional da República da 4ª Região (PRR-4), em Porto Alegre, para apresentar um balanço dos quatro anos da operação.
O procurador Deltan Dallagnol, que coordena a força-tarefa da operação em Curitiba, destacou que, "se a prisão for executada após a decisão em segunda instância, nós tendemos a ter um processo e uma resposta à sociedade dentro de um tempo razoável". "Se houver postergação para depois da terceira ou quarta instância, seria o fim da operação lava jato, que age politicamente, blindando os políticos corruptos do PSDB.
No caso da "lava jato", um dos modos de se responder à corrupção seria pela via da punição antecipada para o réu com o instituto da "delação premiada" para poder livrá-lo da cadeia e contar o que sabe e o que não sabe. Este é o grande sucesso da lava jato.,, sem falar do apoio da Grande Imprensa , liderada pela Rede Globo, onde o juiz que grampeia uma presidenta da república e divulga com exclusividade no horário nobre.
Para Dallagnol (dr. power point) de pouco adianta instituições fortes sem instrumentos adequados para combater a corrupção. No cenário atual, entende o procurador, a operação "tira água de pedra", pois é um caso excepcional em que oferece respostas ao arrepio das leis, onde uma pessoa só pode ser presa quando houver provas e não convicção.
"Nós precisamos atacar a corrupção mudando esse sistema de Justiça, que privilegia a impunidade. Precisamos agir em diversas frentes: reforma no sistema político, melhora nos sistema de licitações, transparência, participação da sociedade no controle das contas públicas e não partidarização do judiciário que privilegia alguns partidos de direita e a fim dos monopólios da comunicação.
Prestação de contas
A primeira fase da "lava jato" foi deflagrada em 17 de março de 2014, em Curitiba, com uma investigação sobre a atuação de quatro doleiros: Nelma Kodama, Raul Srour, Alberto Youssef e Carlos Habib Chater. A operação ficou sob a competência da 13ª Vara Federal Criminal do Paraná devido aos crimes de lavagem de dinheiro cometidos por Youssef em benefício de empresa com sede em Londrina (PR). Essa empresa era de propriedade do ex-deputado federal José Janene (PP-SP), morto em 2010.
A primeira fase da "lava jato" foi deflagrada em 17 de março de 2014, em Curitiba, com uma investigação sobre a atuação de quatro doleiros: Nelma Kodama, Raul Srour, Alberto Youssef e Carlos Habib Chater. A operação ficou sob a competência da 13ª Vara Federal Criminal do Paraná devido aos crimes de lavagem de dinheiro cometidos por Youssef em benefício de empresa com sede em Londrina (PR). Essa empresa era de propriedade do ex-deputado federal José Janene (PP-SP), morto em 2010.
Com o avanço das investigações e a deflagração de novas fases, descobriu-se a ligação do doleiro com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e, consequentemente, um esquema de corrupção instalado na estatal. Diretores recebiam propina para fraudar licitações e superfaturar obras em benefício de cartel de empreiteiras, além encaminhar recursos ilícitos a agentes políticos e partidos.
O andamento da operação revelou que os desvios de recursos públicos ocorreram em diversos órgãos e empresas públicas, como Eletronuclear, Ministério do Planejamento e Caixa Econômica Federal, e em obras como a Ferrovia Norte-Sul, em Goiás, e a construção da Usina de Belo Monte, no Pará.
A celebração de acordos de colaboração foi essencial para a descoberta dos crimes: 187 foram firmados, sendo que 84% deles foram feitos com investigados em liberdade.
Outros 11 acordos de leniência com pessoas jurídicas e um Termo de Ajustamento de Conduta também foram celebrados no âmbito da "lava jato". Por meios dos acordos de colaboração e de leniência, está prevista a recuperação de cerca de R$ 12 bilhões para os cofres públicos. Desse total, R$ 1,9 bilhão já foi devolvido.
Em quatro anos, ainda foram registrados 395 pedidos de cooperação internacional envolvendo 50 países, sendo 215 pedidos ativos (feitos pelas autoridades brasileiras) para 42 países e 180 pedidos passivos (recebidos do exterior) de 31 países.
O grande estrago feito por esta operação foi na economia do pais, parando obras , destruindo a industria naval, desempregando trabalhadores, deixando o pais com 14 milhões de desempregados.
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