Protagonista do golpe de 2016, que destruiu a economia e a imagem do Brasil no mundo, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) desistiu de concorrer à reeleição ao Senado. "Depois de ter sido flagrado em uma conversa pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista e citado por delatores da Lava Jato, o senador, uma das maiores lideranças que a política mineira teve em tempos recentes, perdeu força. Diversos políticos se recusavam a compor chapa com o tucano", informa a jornalista Ana Luiza Faria, no jornal O Tempo.
Segundo tucanos ouvidos pelo jornal, o maior de Minas Gerais, Aécio não concorrerá nem mesmo a deputado federal e ficará sem o foro privilegiado. “Ele já está prejulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele pode muito bem responder ao processo (em outras instâncias), assim como está fazendo o ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB)”, disse um tucano de alta plumagem à jornalista.
Já condenado em segunda instância pelo chamado "mensalão mineiro", Azeredo vem conseguindo escapar da prisão, num processo que se arrasta há doze anos e talvez seja esta a aposta de Aécio. Diferentemente dos tucanos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá ser preso na próxima semana, num processo que transcorreu em tempo recorde e que não produziu provas para sua condenação.
Nos grampos da JBS, Aécio foi flagrado pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista e o dinheiro foi entregue, em malas, a seu primo Fred Pacheco. Aécio dizia que o responsável por pegar o dinheiro deveria ser alguém que eles pudessem "matar antes de delatar". Recentemente, ele correu o risco de ser afastado do mandato pelo Supremo Tribunal Federal, mas foi salvo por um voto de minerva da presidente da corte, ministra Cármen Lúcia – a mesma que se recusa a pautar um caso que diz respeito ao ex-presidente Lula.
Desmoralizado, Aécio também temia enfrentar a presidente deposta Dilma Rousseff, na eleição para o Senado. Quando perdeu as eleições, Aécio se uniu ao ex-deputado Eduardo Cunha, hoje condenado a 15 anos de prisão, para sabotar o Brasil e promover o golpe de 2016, que instalou uma quadrilha no poder e desempregou milhões de brasileiros.
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