Sabe aquele período do mês que é o mais temido pelo mundo masculino? Não, não é a época de pagar as contas. São três letrinhas que podem fazer um estrago daqueles: TPM, a velha tensão pré-menstrual.
De acordo com a psicóloga especializada em sexualidade humana e com vasta experiência em psicanálise familiar e individual Cida Lessa, atuante no Centro de Estudos Psicanalíticos (CEP), de São Paulo, o quadro não é tão ruim quanto parece à primeira vista, e não vale generalizar: “Entre 70% a 80% das mulheres são atingidas pela TPM. Dessas, só 8% a 9% de forma mais intensa, física e psicologicamente. Quando os sintomas são fortes demais, a tensão pré-menstrual é até mesmo considerada uma doença, e requer tratamento.”
Mas o que os homens podem fazer pelas companheiras nessa hora tão difícil para ambos? “O homem tem que saber que é apenas um período, que é situacional. A mulher fica muito mais suscetível a discussões, brigas, por qualquer motivo, além do desconforto físico, que já basta para irritar. Muito ajuda se o companheiro evitar conflitos. Por outro lado, a mulher também tem que saber uma coisinha: não é responsabilidade do homem o que ela está passando”, afirma Cida Lessa.
O tempo dela
A especialista aconselha que o homem seja mais acolhedor do que o de costume, mais carinhoso, e dá um conselho para ambos: “Nem pensar em discutir a relação. Aliás, é prudente discutir qualquer assunto mais sério em outra hora, se possível. Os dois devem adiar certas conversas, pois é tendência da mulher ser muito impulsiva durante a TPM e depois se arrepender de algumas atitudes. Ela tende a descontar qualquer coisa na pessoa que está mais próxima.”
Durante esse período de turbulência, muita coisa ronda a cabeça da mulher, um “turbilhão de sentimentos diferentes e intensos”, segundo a especialista. “A tendência é o homem fugir um pouco, evitar contato para não dar briga. Ele não deve fugir. Deve deixar que a mulher sinta que está próximo, mas abrir o jogo, mostrar que há limites. Mesmo com o turbilhão de emoções, ela pode entender que não deve abusar. O homem precisa demonstrar, deixar ela notar que está interessado na saúde física e emocional dela.”
Tratamento
Cida Lessa esclarece que se o quadro é crônico, é necessário tratamento médico, psicológico ou até mesmo os dois. “O médico avalia as causas e pode determinar o emprego de medicamentos direcionados ao sistema nervoso central, e para possíveis disfunções hormonais”. E o tratamento psicológico? “É muito importante que seja feito fora do período da TPM, pois dessa forma podemos avaliar se alguns problemas têm mesmo ligação com ela ou não”.
Há necessidade de o homem acompanhar a mulher no tratamento psicológico? “Isso quem determinará é o psicólogo. Se ele achar que sim, chamará. Porém, nem sempre o homem está disponível, se sujeita a isso. Mas depende muito de cada situação”.
A terapeuta explica que o tratamento é aconselhável quando a TPM prejudica na relação da mulher com as pessoas à sua volta: família, colegas de trabalho e estudo, amigos. “A terapia a ajuda a entender que aquele é um momento dela, e que não deve transferir a responsabilidade para outra pessoa. O marido ou namorado não é o responsável, tampouco o culpado”, finaliza.
[Universo da Mulher]
Nenhum comentário:
Postar um comentário