7.02.2010

Holanda elimina o Brasil na Copa (2x1)


O jornal holandês "De Pers" decidiu sumir com a estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e colocou uma garota vestida de laranja no lugar, cor do uniforme da seleção da Holanda. Foi uma das formas que a publicação encontrou de motivar os torcedores daquele país. Foram apontados ainda cinco motivos para que a torcida acredite na vitória sobre a seleção brasileira, pelas quartas de final da Copa do Mundo da África do Sul. Entre eles, que o atacante Robben pode levar vantagem sobre o lateral-esquerdo Michel Bastos, o conhecimento de Sneijder sobre Julio Cesar, Maicon e Lúcio, seus companheiros de Inter de Milão, e, principalmente, pelo fato de a Laranja Mecânica não ter um anão como treinador. O jornal lembrou que Dunga é o nome de um dos sete anões do conto "Branca de Neve e os sete anões". (Foto: Reprodução / Site DePers.nl)


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Port Elizabeth - Na principal amostra que diversos volantes não dirigem uma máquina e que o "futebol de resultados", aquele que prega o recuo após 1 a 0 de vantagem, não são tão eficazes quanto se pensa e, principalmente, o que o treinador Dunga imagina, o Brasil foi eliminado pela Holanda após ceder a virada por 2 a 1. Robinho abriu o placar, mas Sneijder (duas vezes) vitimou a equipe do professor. Vale destacar, porém, que o juiz creditou o primeiro gol da Laranja Mecânica, que nem precisou ser encantadora para bater a Seleção, para Felipe Melo, principal vilão da derrota com um cartão vermelho. O símbolo da "Era Dunga" foi a imagem da derrota melancólica.

Primeiro Tempo

Com apenas sete minutos, em uma bela jogada coletiva, Juan tocou para Felipe Melo, que lançou Daniel Alves. Este disparou pela esquerda e rolou para Robinho, que não perdoou: 1 a 0. O bandeirinha coreano Jeong Hae Sang, porém, estava bem colocado e marcou corretamente o impedimento.

Três minutos depois, entretanto, Felipe Melo, que parecia determinado a se livrar da fama de um jogador que só sabe bater, segurou bem a bola e esperou Robinho passar para tocar no momento exato. O camisa 11 recebeu lindo passe na cara de Steklenburg e tocou para dentro. Agora sim: Brasil 1 a 0.

A Seleção mandava no jogo, mas quase foi surpreendido um minuto após abrir o placar. Kuyt recebeu de Van Bommel no lado esquerdo da área e disparou com o pé direito. Julio Cesar botou para escanteio.

Mas o susto proporcionado pelo camisa 7 da Holanda foi incapaz de tirar a confiança dos brasileiros. Tanto que aos 14 minutos Daniel Alves cobrou falta de muito longe. A bola, porém, não levou perigo.

O Brasil mudou sua postura e resolveu tocar a bola, fazendo a adversária correr muito com o objetivo de cansá-la. Quando acordou e resolveu voltar ao ataque, a equipe não teve oportunidade de ampliar o placar devido a um erro grotesco do juiz japonês Yuichi Nishimura: Kaká recebeu dentro da área e foi parado com um carrinho criminoso do volante De Jong.

A resposta ao erro do árbitro foi na bola: aos 25, Daniel Alves recebeu pela direita, cortou para fora e cruzou. Juan se antecipou como um autêntico centroavante e chutou com muito perigo.

Aos 31 minutos, o Brasil continuava dando pinta de que golearia e fez uma das jogadas mais bonitas da Copa. Robinho evitou saída de bola pela esquerda, tirou De Jong do lance e desmontou Van der Wiel com uma pedalada, passando para Luís Fabiano. O camisa 9 entregou de letra para Kaká, que olhou e tocou para o gol com maestria. Stekelenburg, de mão trocada, fez defesa espetacular, impedindo o que seria um dos gols mais lindos da Copa.

No penúltimo minuto do tempo regulamentar, duas jogadas atestaram a impressionante superioridade brasileira. Robben recebeu livre na ponta direita, mas, por ter mania de levar para o centro e chutar com a esquerda, enrolou-se com os zagueiros holandeses. Na jogada seguinte, Maicon recebeu lindo passe de Daniel Alves e quase marcou um golaço.

O fato de ter tirado o pé do acelerador em alguns instantes custaria mais caros no segundo tempo. Faltou ser mais incisivo.

Segundo Tempo

A Seleção, que poderia ter matado o jogo na etapa inicial, voltou mortinha para o segundo tempo e acabou cedendo o empate, logo aos oito minutos, em um lance fortuito: Sneijder cruzou para a área, Julio Cesar e Felipe Melo se chocaram, a bola desviou no último e parou no fundo do gol: 1 a 1. Apesar de o camisa 10 da Holanda ter lançado na direção da meta brasileira, o juiz creditou o gol a Felipe Melo, contra. Parecia que o árbitro sabia quem seria um dos principais vilões da eliminação.

Vale destacar que se o japonês errou no primeiro tempo ao não marcar pênalti em Kaká, ele se equivocou também ao não expulsar Michel Bastos, que já tinha amarelo e deu entrada criminosa na lateral esquerda da defesa brasileira. Aos 16 minutos, ele acabou substituído.

Apesar de muito nervoso e perdido em campo, o Brasil quase desempatou o jogo aos 20 minutos, quando Kaká dominou bola no peito e colocou com muito efeito à esquerda do gol defendido por Stekelenburg.

Dois minutos depois, a Holanda virou o jogo em lance de bola parada. Novamente ela partiu de um canhoto. Robben cobrou escanteio, Kuyt desviou e Sneijder, também de cabeça, não perdoou: 2 a 1. A história começava a mudar.

Aos 38 minutos, Van Persie desperdiçou e Sneijder desperdiçaram a chance de matar o jogo. O primeiro recebeu livre na bola, enrolou-se, mas teve a sorte de a bola sobrar para o outro. Este, porém, chutou fraquinho e Julio Cesar pegou.

Aos 27 minutos, a laranjada azedou de vez. Felipe Melo, em um lance de extrema ignorância, deu duas botinadas em Robben e, para completar o 'show", pisou no rival. Resultado: justamente expulso. O símbolo da "Era Dunga 2 (a do treinador)" era o retrato do destempero e da desorganização brasileira.

O sonho do hexacampeonato ficou adiado para 2014, quando a Copa será disputado em terras brasileiras. Que o Cristo Redentor abençoe a cabeça do próximo treinador e que este priorize a habilidade e o futebol moleque que todo garoto nascido no Brasil sabe praticar.

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