8.19.2010

Folhas verdes combate a diabetes

Consumir mais vegetais verdes, como espinafre e outros vegetais folhosos, pode reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2, revelou um estudo publicado nesta quinta-feira no BMJ (British Medical Journal).
A pesquisa entra em um campo controverso e seus autores alertam que é preciso mais testes para confirmar as descobertas.
Uma equipe de cientistas chefiada por Patrice Carter, da Universidade de Leicester (centro da Inglaterra), revisou seis estudos feitos com 200.000 pessoas que exploraram o vínculo entre o consumo de frutas e vegetais e o diabetes tipo 2, normalmente ativado na idade adulta.
Comer uma ou meia porção extra de vegetais verdes reduziria em 14% o risco de desenvolver diabetes, mas ingerir mais frutas e vegetais combinados demonstrou ter um impacto desprezível.
O diabetes tipo 2, a forma mais comum da doença, se espalha rápido entre os países de economias em desenvolvimento, à medida que suas populações adotam uma dieta rica em gorduras e açúcar, e seguem um estilo de vida sedentário.
Mais de 220 milhões de pessoas de todo o mundo são afetadas pela doença, que mata mais de 1 milhão de pessoas por ano, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). À medida que aumenta a taxa de obesidade, o número de mortes poderá dobrar entre 2005 e 2020, acrescentou a OMS.
A alimentação e a prática de exercícios são formas de prevenção conhecidas, mas quais alimentos funcionam melhor e porquê ainda permanecem questões sem resposta, em face dos poucos estudos realizados sobre qualidade.
A equipe de Carter sugere que os vegetais de folhas verdes são úteis porque são ricos em antioxidantes e magnésio. No entanto, é preciso realizar mais estudos para sustentar esta afirmação.
Em um estudo separado, publicado na quarta-feira (18) no British Journal of Pharmacology, cientista chineses informaram que um composto extraído de várias ervas chinesas ajudaram a reduzir o impacto do diabetes tipo 2 em camundongos.
O composto, conhecido como emodina, inibe a enzima chamada 11-Beta-HSD1, que desempenha um papel na resistência à insulina, hormônio que ajuda a remover o excesso de açúcar do sangue. Segundo o artigo, a emodina pode ser extraída das ervas chinesas ruibarbo (Rheum palmatum) e fallopia japônica (Polygonum cuspidatum), entre outros.
"Os cientistas precisariam desenvolver elementos químicos que têm efeitos similares aos da emodina, e estudam quais deles poderiam ser usados como medicamento terapêutico", disse Ying Leng, do Instituto de Matéria Médica de Xangai.
O diabetes é controlado com injeções de insulina e a adoção de uma dieta de controle dos níveis de açúcar. Se não for controlada, a doença pode provocar problemas cardíacos, cegueira, amputações e falência renal.
France Presse
saiba ainda:
Consumo de vitamina K diminui risco de diabetes
As pessoas que consomem grandes quantidades de vitamina K através da alimentação tendem a apresentar um risco 20% mais baixo de desenvolver diabetes tipo 2, refere um estudo publicado na revista “Diabetes Care”
A vitamina K existe em duas formas naturais: a vitamina K1 (filoquinona), presente nos vegetais de folhas verdes e óleos vegetais, e a vitamina K2 (menaquinona), que se obtém principalmente através da ingestão de carne, queijo e ovos.
Neste estudo, liderado por Joline W.J. Beulens, da Universidade de Utrecht, na Holanda, foi verificado que o consumo de vitaminas K1 e, em especial, K2, estava associado a um baixo risco de desenvolver diabetes.
Para a investigação foram questionadas 38.094 pessoas de ambos os sexos, com idades entre os 20 e os 70 anos. Com base nos dados de um questionário pormenorizado sobre a alimentação, os investigadores calcularam o consumo médio de vitamina K.
Ao longo dos 10 anos de estudo, 918 participantes foram diagnosticados com diabetes tipo 2. Mas o risco de desenvolver a doença diminuía por cada 10 microgramas de vitamina K2 a mais consumida. Os participantes que mais vitamina K2 consumiam (um quarto do total de participantes) eram 20% menos propenso a desenvolver a doença do que os que ingeriam menos quantidade da vitamina. A vitamina K1 também provocou uma redução de 19% do risco da doença, mas só quando o consumo foi relativamente alto.
Depois de terem considerado outros fatores para o desenvolvimento da diabetes (idade, peso e exercício físico) e os hábitos alimentares (calorias e nutrientes - gordura, fibra e vitaminas C e E consumidas), manteve-se a associação entre um alto consumo de vitamina K e uma diminuição do risco de diabetes.
Apesar de se desconhecer o mecanismo pelo qual a vitamina proporciona esta proteção, a equipe suspeita que a vitamina K atue reduzindo a inflamação sistêmica, o que melhora a ação da insulina, que regula os níveis de açúcar no sangue.
Fonte: ALERT Life Sciences Computing, S.A.

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