Um estudo divulgado na quarta-feira (29) reascende o debate sobre quando e com qual frequência as mulheres devem fazer mamografias. Segundo pesquisadores suecos, mulheres com idade entre 40 e 49 anos que fazem o exame regularmente têm 29% menos probabilidade de morrer de câncer de mama. Pesquisa questiona benefício da mamografia na prevenção de mortes por câncer
Publicada na revista "Cancer", a pesquisa liderada por Hakan Jonsson, da Universidade de Umea, acompanhou 600.000 mulheres suecas durante 16 anos e sugere que mesmo as mais jovens são beneficiadas pelas mamografias.
Jonsson e seus colegas compararam mulheres entre 40 e 49 anos que realizaram mamografia a outras que não fizeram. Elas realizaram os exames numa frequência entre 18 meses e dois anos.
No geral, 523 das mulheres que fizeram mamografias morreram de câncer de mama, em comparação a 1.205 mulheres que não fizeram o exame, segundo o estudo.
"Apesar do consenso que a mamografia reduz a mortalidade de mulheres de 50 a 69, a eficácia para as mulheres entre 40 e 49 ainda é questionada", escreveu a equipe de Jonsson.
Eles não computaram as mamografias realizada por mulheres em clínicas privadas.
O assunto é muito debatido e importante para as companhias de seguros e os sistemas de saúde nacionais que tentam salvar vidas, mas também obter um bom valor para o dinheiro gasto.
O câncer de mama é o câncer mais comum em mulheres no mundo. Ela mata cerca de 465.000 pessoas a cada ano.
As mamografias podem detectar a doença em estágio inicial quando é mais fácil tratar, mas ainda não está claro se isso aumenta a vida útil das pacientes.
Na semana passada pesquisadores noruegueses disseram que a rotina do mapeamento da mama é menos eficaz na prevenção de mortes por câncer do que o esperado em mulheres de 50 a 69 anos.
Em novembro, o Preventive Services Task Force dos EUA causou polêmica ao recomendar que o teste deveria ser feito a cada dois anos em mulheres entre 50 e 74, ao invés de anualmente.
Em maio, investigadores relataram no "Journal of National Cancer Institute" que a mamografia não é muito eficaz para detectar câncer em mulheres com menos 40, mas causam despesas e ansiedade.
O professor de radiologia da Harvard Medical School, Daniel Kopans, disse que o recente estudo sueco mostra que as mulheres devem fazer os exames a partir dos 40, conforme recomendado pela Sociedade Americana do Câncer.
"A idade dos 50 nunca teve qualquer base científica ou biológica. Os dados foram utilizados, indevidamente, para parecer que algo muda abruptamente aos 50, quando na verdade não mostram qualquer mudança brusca nos parâmetros do exame nesta idade ou em qualquer outra", disse Kopans em um comunicado.
REUTERS
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