As pessoas que costumam despertar durante a madrugada para comer apresentam sono de pior qualidade, além de um aumento no número de despertares no meio da noite, segundo a pesquisa "Comportamentos alimentares noturnos inadequados: caracterização clínica e polissonográfica", realizada na FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).
A síndrome alimentar noturna é um transtorno de comportamento alimentar caracterizado pela ingestão inadequada de alimentos à noite, seja por acordar ao longo da madrugada para se alimentar, seja pela maior concentração do consumo no período noturno.
"Portadores da síndrome relatam aumento do consumo alimentar, usualmente após o jantar, ou apresentam despertares noturnos, para comer e beber", explica o psiquiatra Alexandre de Azevedo, autor de um estudo sobre o problema.
De acordo com o médico, a maior parte da ingestão alimentar deve acontecer entre 10h e 19h, com uma distribuição adequada de consumo durante o dia. "No transtorno há uma concentração elevada da ingestão de alimentos no período noturno em comparação à população normal."
Segundo o estudo, é comum que a pessoa tenha outro distúrbio psiquiátrico, além da síndrome alimentar.
Entre os voluntários portadores do transtorno que participaram da pesquisa, 71% tiveram ao menos um diagnóstico psiquiátrico. Os transtornos de humor --doenças que determinam sentimentos de tristeza ou de euforia-- foram os de maior prevalência, seguidos pelos transtornos ansiosos, cujo sintoma principal é a ansiedade em níveis superiores aos aceitáveis pela medicina.
No entanto, o psiquiatra ressalta que não há relação causal entre a síndrome e esses transtornos. "Ainda não é possível definir como eles influenciaram uns aos outros."
Em relação à eficiência do sono, a pesquisa realizou uma avaliação de polissonografia --exame onde um polígrafo avalia o padrão de sono da pessoa, que tem a atividade elétrica cerebral, os movimentos corporais e as atividades respiratória e cardíaca contratadas.
A avaliação revelou o aumento do índice de microdespertadores em quase 82% dos participantes, com redução da eficiência do sono abaixo da faixa considerada normal em 45% deles.
O estudo ainda identificou uma prevalência de sobrepeso e obesidade nos pacientes portadores do distúrbio. A
Agência USP
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