4.28.2011

O que é que mais nos agrada nos amigos? Sinceridade

A Sinceridade Habitual não Passa de uma Máscara  
Toda a acção é necessariamente mal conhecida. Para que não expressemos contradições de momento a momento, precisamos de uma máscara - como acontece se quisermos ser sedutores. Mas é preferível conviver com os que mentem conscientemente, porque esses também sabem ser verdadeiros conscientemente. Porque, a sinceridade habitual não passa de uma máscara, da qual não temos consciência.

Friedrich Nietzsche, in 'A Vontade de Poder'


Amizade Sem Sinceridade  
Acredita-se ter encontrado um meio de tornar a vida deliciosa através da bajulação. Um homem simples que apenas diz a verdade é visto como o perturbador do prazer público. Foge-se dele porque não agrada a ninguém; foge-se da verdade que ele enuncia, porque é amarga; foge-se da sinceridade que proclama porque apenas traz frutos selvagens; tem-se receio dela porque humilha, porque revolta o orgulho que é a mais estimada das paixões, porque é um pintor fiel que nos faz ver quão disformes somos.
Não admira que seja tão rara: em toda a parte (a sinceridade) é perseguida e proscrita. Coisa maravilhosa, ela encontra a custo um refúgio no seio da amizade.
Sempre seduzidos pelo mesmo erro, só fazemos amigos para ter pessoas particularmente destinadas a nos agradarem: a nossa estima resume-se à sua complacência; o fim dos consentimentos acarreta o fim da amizade. E quais são esses consentimentos? O que é que mais nos agrada nos amigos? São os contínuos elogios que lhes cobramos como tributos.
A que se deve que já não haja verdadeira amizade entre os homens? Que esse nome não seja mais do que uma armadilha que empregam com vileza para seduzir? «É, diz um poeta (Ovídio), porque já não existe sinceridade.»
Com efeito, retirar a sinceridade da amizade é torná-la uma virtude teatral; é desfigurar essa rainha dos corações; é tornar quimérica a união das almas; é introduzir o artíficio no que há de mais santo e a perturbação no que há de mais livre.

Baron de Montesquieu, in "Elogio da Sinceridade"


  • Eu amo você ainda mais pelo fato de que acredito que você tenha gostado de mim só por mim mesmo e por nada mais.
  • Mentiras sinceras me interessam.
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  • Se o seu coração é absoluto e sincero, você naturalmente se sente satisfeito e confiante, não tem nenhuma razão para sentir medo dos outros.
  • Posso prometer ser sincero, mas não imparcial.
      
  • Devemos procurar o apoio daqueles cuja sinceridade sobre nós mesmos, nos exponham, ainda que dolorosamente, à verdade. Antonio Celso Brandão 

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