6.14.2011

Glucamato e a obesidade

O glutamato, conhecido aditivo alimentar, que potencializa o sabor dos alimentos, voltou recentemente a ser objeto de estudo científico para descobrir se pode ser considerado fator determinante para a obesidade. E, como aconteceu com todas as pesquisas realizadas anteriormente, desde os anos 50, os resultados deste último estudo - publicados no "American Journal of Clinical Nutrition" - não são conclusivos, mostra reportagem publicada no site do jornal espanhol "El Mundo". Após observar mais de dez mil adultos chineses que ingeriram diferentes quantidades de alimentos com glutamato durante cinco anos, descobriu-se que aqueles que consumiram uma média de cinco gramas do componente por dia tinham 33% mais probabilidade de ter sobrepeso que os que comiam menos alimentos com o aditivo.
Apesar dos resultados, o diretor do estudo, Ka He, especialista em nutrição da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, não se atreve a afirmar que o glutamato é o único culpado por esse aumento, e, ainda que acredite estar provado que o componente aumenta a probabilidade de a pessoa se tornar obesa, "sua importância real parece bem mais modesta", explica.
Então, que relação pode haver entre o glutamato e os quilos a mais? Os autores da pesquisa analisam agora o possível vínculo entre o aditivo e a leptina, um hormônio que trabalha como mensageiro, através do sangue e que se encarrega de comunicar ao cérebro e a outros órgãos a sensação de saciedade.
- Talvez este aditivo atue sobre o hormônio, tornando o corpo resistente a ele, o que faria a pessoa comer mais ao não ter um elemento que regule o apetite - comenta Ka He.
Enquanto os pesquisadores descobrem a validade desta hipóteses, o restante dos nutricionistas se perguntam se a causa deste sobrepeso não está relacionada, mais que com o glutamato, com os alimentos em que ele é utilizado de forma não-natural.
- Este ingrediente é sal sódico e forma parte das proteínas, e a grande maioria dos alimentos tem esse componente de forma natural, desde a fruta e a carne, até o leite materno - afirma José Tinahones, especialista em nutrição. - Atualmente também se pode utilizá-lo de forma livre, quer dizer, não associada às proteínas, para enriquecer o sabor das comidas, o que é muito comum nos caldos e sopas, assim como em certos tipos de comida, como a asiática, e nos alimentos pré-cozidos. Mas que efeito tem sobre o peso? Foram feitos muitos estudos a respeito, mas nenhum foi capaz de demonstrar a relação direta - acrescenta o especialista.
Por sua vez, Clotilde Vázquez, chefe do serviço de Nutrição do Hospital Ramón y Cajal de Madri, concorda:
- O glutamato, mais que agente causal, é, na verdade, um intermediário, sendo a comida preparada a que tem a maior parte da responsabilidade pelos quilos a mais.
O globo.

Nenhum comentário: