6.14.2011

USO OFF-LABEL DO BOTOX PROVOCA EFEITOS DANOSOS À APARÊNCIA

Uso off-label do botox provoca efeitos danosos à aparência

Atenção ao uso indiscriminado do botox

No mês de maio, uma notícia chocou médicos, especialistas e pais nos quatro cantos do mundo. Uma mãe britânica, de 34 anos, teria aplicado botox na filha, de apenas oito anos, com a finalidade de participar de concursos de beleza. A veracidade da história está sob investigação, mas o que nem todos sabem que o uso off-label do botox pode prejudicar seriamente a aparência e até a fala.
O uso indiscriminado e inapropriado da toxina botulínica pode provocar a paralisia dos nervos faciais, o enfraquecimento da capacidade de mastigação, a formação de um sorriso assimétrico e, ainda, comprometer a fala. “Efeitos absolutamente contrários à intenção de quem usa o produto indiscriminadamente”, diz Ruben Penteado.
O cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada, explica que “de acordo com as indicações médicas, o botox é aprovado para ser usado terapeuticamente em crianças a partir dos 12 anos, que apresentem contração anormal dos olhos/pálpebras ou em casos de estrabismo. Também pode ajudar pacientes, a partir dos 16 anos, que apresentem contração involuntária dos músculos do pescoço, e pessoas de 18 anos em diante a combater a transpiração excessiva”.
“É um equívoco pensar que rugas podem ser evitadas com a aplicação antecipada da toxina botulínica. No Reino Unido, a classe médica divulgou um manifesto, o Teen toxing, lembrando que a toxina botulínica não impede o envelhecimento natural”, afirma o médico.
Não recomendado
O cirurgião plástico faz um alerta para quem tem menos de 25 anos. Segundo ele, o uso antes dessa idade não é recomendado, já que não há necessidade. “Não existe contra-indicação, mas não há necessidade. Crianças e adolescentes não têm rugas, têm expressões faciais, e uma coisa é bem diferente da outra. Em alguns casos raros é possível aplicar a toxina botulínica como forma de prevenir marcas futuras, analisando fatores genéticos, como pés de galinha muito evidentes e precoces em pais ou outros membros da família, mas é preciso muito critério por parte do profissional de saúde”, diz Ruben Penteado.

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