Ioga praticada a 42 graus Celsius quer ser a moda da estação
Bikram Yoga, que chega ao Rio de Janeiro este verão, traz série de exercícios praticados em sala aquecida
Juliana Câmara
A modalidade começou nos Estados Unidos nos anos 60, quando Bikram Choudhury, criador da técnica, abriu estúdio em Los Angeles, na Califórnia. A prática é hoje muito popular por lá e entrou na agenda de exercícios de celebridades como George Clooney, Daniel Craig, Elle Macpherson e o tenista Andy Murray. Esta ioga também espalhou-se pela Europa e chegou ao Japão. Mas é nos Estados Unidos que Bikram forma professores de ioga que, depois, levam a técnica para outras partes do mundo. No Rio, as instrutoras Yuri Scott e Roberta de Amorim abriram um estúdio na Barra, e, a partir de janeiro, a professora Ana Bugarim comandará aulas no Espaço Nirvana, no Jardim Botânico.
Veja como elementos da Hot Yoga podem ajudar a ter uma boa saúde
As sessões são bastante agitadas, com os professores guiando os alunos enquanto eles percorrem o roteiro dos 26 ásanas. As posições trabalham o corpo todo e estimulam diversos órgãos e sistemas, dizem os instrutores. De quebra, ajudam a queimar até 1.200 calorias, de acordo com Yuri Scott. Por causa da sala aquecida, a técnica também é chamada de Hot Yoga. A temperatura fica a 42 graus Celsius, com a umidade do ar variando entre 40% e 60%.
— O calor dá segurança, porque o músculo fica bem aquecido. Se o corpo estiver frio e você fizer as posições, que exigem muito, pode ter uma lesão — explica Yuri, completando que os alunos se hidratam durante toda a aula.
Além de ajudar na flexibilidade, o calor elevaria a eliminação de toxinas do organismo e proporcionaria uma irrigação maior do corpo por meio do sistema circulatório, estimulado, aumentando a nutrição do organismo.
— Estou sentindo meu corpo revigorado, como se tivesse deixado as toxinas na sala — disse a engenheira Cláudia Simões, após uma aula experimental no Espaço Nirvana.
A sensação de bem-estar, no entanto, não é gerada pela maior eliminação de substâncias tóxicas, diz o médico Luiz Oswaldo Carneiro Rodrigues, fisiologista e coordenador do doutorado em Ciências do Esporte da UFMG. Ele explica que no suor liberamos apenas sal e água. O responsável por eliminar toxinas é o rim. Para ele, não há problemas na prática de exercícios no calor, desde que a pessoa respeite seus limites, indicados pelo cansaço:
— Se ela interromper a atividade de acordo com a fadiga, não há riscos. Do contrário, pode haver exaustão e diversas desordens que levam a risco de vida. O órgão mais danificado pelo excesso de calor é o cérebro, que pode ficar com sequelas importantes — avalia o médico.
O especialista diz ainda que quem quiser experimentar a atividade acabará por tolerar melhor o calor da Cidade Maravilhosa, pois o corpo ficará mais acostumado a ambientes quentes. Mas não ganhará flexibilidade: segundo ele, o músculo já tem uma temperatura adequada para a prática de exercícios, sem precisar de aquecimento.
— A roupa indicada é a mais leve possível e qualquer pessoa pode praticar a Hot Yoga — diz Ana Bugarim, que no último domingo fez um workshop no Espaço Nirvana.
O mais importante, todos concordam, é consultar um médico para saber se você está apto a suar tanto.
O Globo
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