Pesquisa mostra que boa parte dos portadores do vírus não se sente à vontade de contar
Rio - O que fazer quando o teste de Aids deu positivo? Equipe da Universidade de São Paulo (USP) analisou o comportamento de homens heterossexuais e bissexuais que recebem o diagnóstico. As conclusões foram publicadas no Caderno de Saúde Pública da Fiocruz: estes pacientes se sentem mais à vontade de revelar que estão com o vírus quando têm uma parceira fixa mulher. E geralmente não conversam com parceiros ou parceiras ocasionais.
De acordo com a pesquisa, heterossexuais com parceiras fixas contam que são portadores do HIV em 92,9% dos casos. Quando a parceira é regular, o número cai para 44% e, quando é eventual, para 10%. Já entre os bissexuais, 88,2% dos que têm parceiros fixos contam aos companheiros sobre o vírus.
“O que mais mata é o preconceito. Há um estigma de que Aids está relacionada a homossexuais e, por isso, homens que têm relações com homens são mais receosos em revelar”, diz a psicóloga Vera Paiva, autora do estudo com Aluisio Segurado e Elvira Filipe.
Outro dado relevante é que os homens tendem a evitar revelar que são portadores de HIV para profissionais do sexo com quem se relacionaram. Segundo a pesquisadora, isso aumenta a contaminação. “Cinco entre cada 100 trabalhadores do sexo são soropositivos. Eles não se protegem e, assim, a epidemia circula”, explica.
Para o assessor técnico do programa de HIV e Aids do Ministério da Saúde, Oswaldo Braga, qualquer prática sexual sem preservativo é de risco. “É fundamental o uso da camisinha. Hoje, existem diversos modelos de tamanho, sensibilidade, cor e cheiro para que a pessoa se sinta confortável com o preservativo”, ensina.
Os soropositivos podem ter vida sexual ativa, desde que usem o acessório. “O importante para todos é usar camisinha com consistência, ou seja, com regularidade e de forma correta, sem o uso de lubrificantes que não sejam à base de água”, disse.
‘Você se sente como bomba’
Participantes relataram as dificuldades com os parceiros por serem portadores do vírus. Leia depoimentos:
“Ela quis fazer sexo sem camisinha. Eu disse não porque queria me prevenir de doenças. Ela disse que não tinha nada. Eu acabei com o relacionamento, não queria contar a ela que era eu quem tinha”.
“Por duas vezes, quando eu disse que era soropositivo, a pessoa não quis mais sair comigo. As pessoas acham que você é promíscuo porque tem HIV. Eu prefiro não me envolver mais para não me machucar”.
“Se a outra pessoa não se proteger, você vai para cama se sentindo quase como a bomba de Hiroshima. Não funciona”.
O Dia
De acordo com a pesquisa, heterossexuais com parceiras fixas contam que são portadores do HIV em 92,9% dos casos. Quando a parceira é regular, o número cai para 44% e, quando é eventual, para 10%. Já entre os bissexuais, 88,2% dos que têm parceiros fixos contam aos companheiros sobre o vírus.
“O que mais mata é o preconceito. Há um estigma de que Aids está relacionada a homossexuais e, por isso, homens que têm relações com homens são mais receosos em revelar”, diz a psicóloga Vera Paiva, autora do estudo com Aluisio Segurado e Elvira Filipe.
Outro dado relevante é que os homens tendem a evitar revelar que são portadores de HIV para profissionais do sexo com quem se relacionaram. Segundo a pesquisadora, isso aumenta a contaminação. “Cinco entre cada 100 trabalhadores do sexo são soropositivos. Eles não se protegem e, assim, a epidemia circula”, explica.
Para o assessor técnico do programa de HIV e Aids do Ministério da Saúde, Oswaldo Braga, qualquer prática sexual sem preservativo é de risco. “É fundamental o uso da camisinha. Hoje, existem diversos modelos de tamanho, sensibilidade, cor e cheiro para que a pessoa se sinta confortável com o preservativo”, ensina.
Os soropositivos podem ter vida sexual ativa, desde que usem o acessório. “O importante para todos é usar camisinha com consistência, ou seja, com regularidade e de forma correta, sem o uso de lubrificantes que não sejam à base de água”, disse.
‘Você se sente como bomba’
Participantes relataram as dificuldades com os parceiros por serem portadores do vírus. Leia depoimentos:
“Ela quis fazer sexo sem camisinha. Eu disse não porque queria me prevenir de doenças. Ela disse que não tinha nada. Eu acabei com o relacionamento, não queria contar a ela que era eu quem tinha”.
“Por duas vezes, quando eu disse que era soropositivo, a pessoa não quis mais sair comigo. As pessoas acham que você é promíscuo porque tem HIV. Eu prefiro não me envolver mais para não me machucar”.
“Se a outra pessoa não se proteger, você vai para cama se sentindo quase como a bomba de Hiroshima. Não funciona”.
O Dia
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