1.07.2012

Meu namorado tem filhos


 

Há alguns meses escrevi sobre o caso de uma amiga que tem um namorado com três filhos, e que nunca tinha tempo para ficar só com ela.
Hoje vou retomar essa reflexão.
Primeiro, se ele tem filhos, o filho veio primeiro, certo? Então é natural que ele seja sua prioridade absoluta. Aliás, um amigo sempre me diz: "Prioridade é sempre uma! Não dá para sair por aí com duas, três, quatro prioridades...". O resultado é que não fazemos nada direito se tentamos agir dessa forma para acomodar tudo. Não dá! De repente, nós vamos ter de escolher um ou outro e, nessa situação, ganha sempre a família...
Logo, se você tem um(a) namorado(a) que tem filhos e decide colidir com as crianças, com críticas e implicações nem sempre construtivas, saia da relação o quanto antes! Se resolver ocupar o lugar da mãe, sendo que eles têm mãe, pior ainda. A fama de madrasta é reconhecida em todo o planeta. Uns dizem que a imagem é injusta e outros, nem tanto. Fato é que toda a mídia contribui para que assim seja. Por isso, toda vez que acontece algo entre filho e madrasta, o noticiário é triste! E, na contrapartida, o mais interessante é que quase não se ouve falar em padrastos. Estes já vêm com um certificado de garantia mais que aceitável...
Enfim, se você, de repente, se vê como a MADRASTA, pode continuar a ser quem é e manter-se feliz. Você não vai educar as crianças, não vai dizer para o pai o que está certo ou errado na forma como ele educa os pimpolhos, não interfira numa história que não é sua.
Agora, se você se torna MADRASTA e na sequência mãe de mais um filho desse mesmo pai — coisa comum hoje em dia —, terá de tomar todo o cuidado do mundo para não ser injusta com um ou outro — pai, filho, filhos herdados e você!
Imagine agora comigo: uma família normal com papai, mamãe, filhinhos, sogro e sogra já é difícil seguir sem problemas... Com filhos de um casamento anterior, mais complexo ainda. Mas nem por isso impossível.
O que eu acompanho e entendo como a raiz do problema é ainda o CIÚME DOENTIO pelo parceiro. Muitos ainda imaginam que, ao assumir uma relação com essa dinâmica, será colocado em um altar, em primeiro lugar, e o outro, bem, deixará tudo para depois, inclusive os filhos.
Será? Converse com quem tem filhos e veja a resposta que vai receber. Não conheço ninguém normal que tenha abandonado o filho para viver um romance apimentado com um parceiro... Qualquer pessoa, em sã consciência, compreende que um romance não pode substituir o prazer de estar com as crianças. A responsabilidade, o carinho, o compromisso etc. Ter filhos, afinal, é para sempre.
Agora, dá para encontrar um meio-termo? É bem provável, quando falamos de pessoas saudáveis que, além do(a) namorado(a), têm vida e brilho próprios. Pessoas que sabem negociar, recuar ou avançar na medida em que reconhecem e compreendem o terreno em que estão entrando.
Como colocado anteriormente, o problema não é o namorado(a), não são os filhos, o problema somos nós que insistimos em querer ser o centro das atenções. Não seremos. E, se isso acontecer, é provável que o ciúme aconteça do outro lado, o que dá no mesmo.
Então, se essa é sua escolha, entrar em uma relação com outro (a) que está separado (a) e que ama os filhos, pense, analise, veja se você dá ou não conta do recado.
Há pessoas que não têm estrutura emocional para lidar com essas questões, e talvez seja melhor nem entrar...
Como sempre, amar demanda decisão, escolha, respeito, renúncia, querer bem o outro, amá-lo e amar-se. Lembre-se sempre: quem ama não mata, não quer ver morrer o que temos de melhor — a vida, a liberdade, a leveza.
Pense nisso..
 

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