1.01.2012

A saúde óssea e as dificuldades em repor as perdas de cálcio

Acaba de ser publicado na revista médica Annals of Internal Medicine um trabalho que define como ineficientes as plataformas vibratórias como forma de melhorar a massa óssea de mulheres com osteopenia. O dispositivo lembra uma balança, dessas que geralmente temos em casa, com as quais nos pesamos diariamente. A idéia inicial era de que ao nos posicionarmos durante 20 minutos diários em cima de uma delas, a vibração causaria mobilização do mecanismo ósseo que levaria a formação de novas células de osso novo, onde seria posteriormente depositado o cálcio, mineral responsável pela resistência do nosso esqueleto.
A pesquisa avaliou 202 mulheres na menopausa, todas com osteopenia e em uso de suplementos de cálcio e vitamina D. Ao final de 12 meses de uso das tais plataformas, não houve diferença entre as mulheres submetidas ou não às sessões de vibração. Esses resultados demonstraram, conclusivamente, a impossibilidade de mais essa opção terapêutica para o difícil tratamento da perda de massa óssea.Osteopenia e osteoporose são termos que vem se tornando muito conhecidos, principalmente entre o público feminino, devido à grande freqüência dessas alterações por volta da menopausa. Trata-se de ossos frágeis e propensos a fraturas. Os mecanismos conhecidos como “turnover ósseo” ou seja, a reabsorção de osso velho e a formação de osso novo sofre desaceleração e o resultado final é um menor aporte de cálcio nos ossos,  com desarranjo da microarquitetura óssea,  fragilidade e propensão a fraturas.
Devido às dificuldades no tratamento da osteoporose, o melhor que temos a fazer é prevenir. Para isso, as recomendações são de dieta rica em cálcio,  produção adequada  de vitamina D através da exposição segura aos raios solares e atividade física que predispõe à melhora do “turnover” ósseo e acelera formação óssea.
Quando não há mais como prevenir e a perda do cálcio alcança os níveis de osteoporose, nós  precisamos lançar mão de todas essas recomendações, aliadas à suplementação de cálcio e vitamina D, além dos medicamentos anti reabsortivos. O tratamento é prolongado, oneroso e muitas vezes sujeito a efeitos colaterais que inviabilizam sua manutenção a longo prazo, como seria necessário.
Ao contrário das plataformas vibratórias, as atividades físicas em que pisamos no chão, caminhando ou correndo, assim como os exercícios de musculação, já foram exaustivamente comprovadas como eficientes na prevenção e no tratamento da osteoporose. Aliás, foi daí que surgiu a frustrada idéia de que poderíamos alcançar o mesmo efeito com a passiva utilização das plataformas.

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