ANTONIO BRAND - UM AMIGO DOS ÍNDIOS
A SEMANA - O PETISMO VESGO - O PODER PARALELO
A SEMANA
PETISMO VESGO – O PODER
PARALELO
Laerte Braga
Acreditar que se deva dar apoio incondicional ao governo
Dilma Roussef, no pressuposto que tucanos possam voltar ao governo nas próximas
eleições presidenciais é aceitar, passivamente, o direito do governo errar e
abrir um precipício sem tamanho na luta popular, praticando políticas
neoliberais e cercando-as de populismo que possa garantir vitórias em eleições
futuras. Ou de alianças espúrias que terminam em Paulo Maluf.
Será que Maluf vai correr o Brasil com Lula e pedir votos
para os candidatos do PT nas eleições municipais? Ou a visão do PT começa e
termina em São Paulo, reforçando a convicção que o partido, tal e qual o PSDB é
um partido paulista?
Quando se constitui um Ministério e uma figura como Moreira
Franco substitui um embaixador do porte de Samuel Pinheiro Guimarães num setor
de suma importância, assuntos estratégicos, o que o governo está fazendo? Cedendo
às pressões daqueles que controlaram durante oito anos o governo de Fernando
Henrique.
O que é o senador Álvaro Dias, um dos principais líderes do
PSDB, no cenário político nacional? Um porta-voz de um poder paralelo que cada
vez mais acentua seu controle sobre o Estado e corre à margem da desastrada política
externa de Dilma conduzida por um chanceler menor que o cargo, Antônio
Patriota.
Álvaro Dias transita com inacreditável facilidade entre os
golpistas brasileiros e brasiguaios no interesse de empresas multinacionais do
agronegócio, que no governo Lula ganhou um impulso incrível e hoje vai
gradativamente transformando o Brasil num País exportador de matérias primas.
“Apoio incondicional só se dá a mãe”. Foi a resposta de um
político mineiro a um jornalista sobre a decisão desse político numa
determinada eleição.
O PT transferiu a luta de sindicatos, movimentos populares,
de formação e organização da classe trabalhadora para dentro dos gabinetes do
clube de amigos e inimigos cordiais das elites políticas e econômicas e não
aceita críticas a Dilma esgrimindo com argumentos que sem ela estaria pior.
Pior como? Guido Mantega, ministro da Fazenda, afirmou que a
emenda que destina 10% do orçamento do País para a educação vai quebrar o
Brasil. E os 49% desse mesmo orçamento que vai para pagamento de juros de dívidas?
Quase a metade? Em nenhum momento, nem sobre Lula, ou agora com Dilma se pensou
numa auditoria dessa dívida que era bandeira do partido no governo tucano.
A luta pela construção de uma democracia popular, sólida,
passa por confrontos, por embates, passa por riscos inclusive, mas nada disso
pode significar que a forma, a maneira de lutar, seja a partir de concessões,
de artimanhas, acordos, que terminem num aperto de mão com Paulo Maluf. porque
Lula acha que São Paulo é de importância maior para o seu partido e sua ânsia
de retornar a presidência da República.
É claro que Álvaro Dias e o PSDB sabem que a decisão do
governo de excluir o Paraguai do MERCOSUL em conseqüência do golpe de estado
que derrubou o presidente Fernando Lugo é legal, é competência do Poder Executivo,
mas o poder paralelo dentro do clube de amigos e inimigos cordiais quer criar
fatos políticos com aliados do próprio governo, os latifundiários, sabedor que
Dilma não vai além desse tipo de sanção, a rigor inócuo.
A grande preocupação de Álvaro Dias e dos tucanos foi a
entrada da Venezuela no MERCOSUL. E hoje se sabe que senadores paraguaios –
todos corruptos, como corrupta plenamente é a elite econômica e política do
Paraguai – pediram dinheiro a Chávez para aprovar o ingresso de seu país.
No Paraguai a classe política é quadrilha, crime organizado.
O governo Dilma Roussef chegou a deixar escapar que o
chanceler Patriota seria substituído diante do fracasso absoluto na RIO + 20 e
na missão no Paraguai e depois enfiou a viola no saco, resolveu retardar o inevitável
se quiser ter política externa própria, independente, como conseqüência de
forças maiores que sustêm Patriota, uma espécie de Lampréa ou Láfer do PT.
Quem joga a esquerda, as forças populares no buraco é o PT,
foi o governo Lula e é o governo Dilma, com uma diferença de um presidente para
o outro. Lula tinha e tem horizontes mais amplos, Dilma não enxerga um palmo
adiante do nariz, é burocrata, virou presidente por exclusão.
O que os tucanos e Álvaro Dias fazem é se valerem dessas
debilidades do governo, nada além disso. A base de sustentação do governo
inclui latifundiários, evangélicos e a maior agência de empregos qualificados
do País, o PMDB.
Temos um poder paralelo e o governo não tem como negar isso.
Até Dilma entender o que está acontecendo o tempo vai correndo e os tucanos vão
comendo boa parte do mingau.
Num determinado momento, encurralados, o governo e o PT
chegam com aquela história que é preciso unidade para evitar o retrocesso. Que
avanços efetivos aconteceram se depois de oito anos o PT e seu governo
continuam a precisar dessa gente?
De Moreira Franco cuidando de assuntos estratégicos. Seria
piada não fosse trágico.
Aécio Neves está correndo os estados da Federação e
começando a assestar suas baterias para 2014, dentro do seu partido, para fora
do seu partido, longe de críticas acirradas ao governo, ao contrário de seus
co-partidários, mas Geraldo Alckmin vai sonhando em passar a perna no mineiro e
virar ele o candidato presidencial, enquanto abraça Dilma, tira o pé do
acelerador na campanha de José Serra à Prefeitura da capital paulista, enfim, ambos
se valendo do discurso vazio que o capitalismo espalha pelo mundo sustentado
pela mídia de mercado.
Dilma e o PT? Estão preocupados com a eleição em São Paulo,
com o maior número possível de prefeituras em cidades consideradas vitais, tudo
para que em 2014 ou a presidente seja reeleita, ou Lula volte.
Por fora alguns adornos que avançam pela luta dos movimentos
sociais, caso da Comissão da Verdade. Mesmo assim, aos trancos e barrancos
diante dos negaceios do governo, das idas e vindas da presidente e do seu
partido.
O deputado federal Maurício Rand, do PT, renunciou ao seu
mandato, à sua filiação, deixando claro em carta que não iria compactuar com o
lixo em que se estava transformando o seu partido, jogando fora sua história; É
preciso coragem e altivez para isso.
O deputado teve.
Já o governo Dilma anda não olhou a biruta do mundo, a
biruta do Brasil, da América Latina e particularmente da América do Sul e não
percebeu que como “potência”, dizem isso, não temos sequer um automóvel brasileiro.
Todos os veículos que entopem e poluem as cidades brasileiras no milagre da
redução do IPI são de montadoras internacionais.
Como dizia Ari Toledo num show da década de 60, quando
cantava a história do Brasil e seu descobrimento, este país “inda é pendente”.
E continua sendo cada vez mais.
Só para registrar, quando Hilary Clinton chegou ao Brasil
para a RIO + 20, ignorando as forças armadas brasileiras, as polícias, a
segurança enfim, os agentes norte-americanos interromperam todas as comunicações,
inclusive de celular, num determinado raio de ação para garantir a segurança da
terrorista de ISRAEL/EUA TERRORISMO HUMANITÁRIO S/A durante o período de sua
fala e de quando estivesse aqui.
Isso é o que?
A indústria bélica brasileira hoje é controlada por capital
sionista no milagre da política lulista de uma no cravo e outra na ferradura, o
tal acordo de livre comércio com Israel.
Temos uma “presidente” e um poder paralelo que se mostra bem
maior que se imagina.
Pior, um PT vesgo
Acha que resolve o problema com flores. Não conhecem a canção
de Geraldo Vandré. “As flores não vencem canhão”. São apenas mais belas, infinitamente
vezes mais belas, mas podem ser extintas na falta de compreensão da realidade.
Sobre alianças: projeto politico ou garantia de se manterem aos mesmos o poder DELLES?
Mauricio Abdalla nos resume o que lamentamos ser fato: '...o problema desses agrupamentos é que em vez de uma união programática para a manutenção de um programa de governo, eles visam apenas a manutenção dos grupos no poder.
Nesta
entrevista a Século Diário, o professor fala das causas desse sistema,
que em muitos casos tira do eleitor o poder de escolha sobre os melhores
projetos políticos, e as consequências dessas movimentações para a
sociedade.
O
professor fala ainda sobre a responsabilidade do eleitor e da mídia na
manutenção desse sistema e das expectativas para uma mudança, ainda que a
longo prazo...."
A Renúncia de Mauricio Rands. PorUrariano Motta
A renúncia de Maurício Rands
Publicado em 05/07/2012 por Urariano Motta*
Recife (PE) - Há três anos, quando lancei “Soledad no Recife”, na foto com o deputado federal Maurício Rands, eu lhe disse brincando:
- Essa foto vai abrir as portas para mim.
Ao que ele me respondeu, com ainda maior brincadeira:
- Pelo contrário, sou eu que vou ter as portas abertas por você.
E
por isso ambos rimos. Ele então era líder do PT em Brasília, um dos 10
parlamentares mais influentes do Congresso Nacional. Longe estava da
tempestade de hoje. E por isso ambos ríamos, porque era impossível
adivinhar em 2009 estas últimas horas.
Agora,
com a divulgação da sua carta, em que renuncia ao mandato de deputado
federal e à secretaria do governo de Pernambuco, ao mesmo tempo em que
sai do Partido dos Trabalhadores, duas ou três reflexões se impõem.
Na
primeira delas, vem uma pergunta: será que no jogo real, no jogo bruto,
pragmático da política, no jogo bandido de “o feio é perder”, existe
algum espaço para as convicções, para a ideologia que serve ao povo em
lugar de fazer do povo um criado?
Maurício
Rands, em sua tríplice renúncia, em vez do jogo esperto de xadrez e do
cinismo de quem em mais nada acredita, deveria ser motivo para a volta à
ideia viva de que mais vale no mandato público o uniforme de servidor
do que o manto de rei.
Aqui, na altura em ele fala, em trechos da sua carta:
Concluí
que esgotei por inteiro minha motivação e a razão para continuar
lutando por uma renovação no PT. Percebi terem sido infrutíferas e sem
perspectivas minhas tentativas de afirmar a compreensão de que o “como
fazer” é tão importante quanto os resultados.
As
diferenças de métodos e práticas, aliás, já vinham sendo por mim
amadurecidas e acumuladas há algum tempo. Todavia, este processo recente
fez com que as divergências ficassem mais claras e insuperáveis.
Na
luta pela renovação do partido, no Recife e em outros lugares,
infelizmente, têm prevalecido posições da direção nacional, adotadas
autoritária e burocraticamente, distantes da realidade dos militantes na
base partidária...
Existiram
diversas razões que me levaram a este caminho. A mais crucial dá-se no
nível da minha consciência. Sempre agi, na vida e na política, com o
maior rigor entre o que penso e o que faço. Sempre cumpri os deveres da
minha consciência.
Os
trechos acima acendem uma luz de alerta. Porque, antes dessas palavras
remeterem ao específico do PT, remetem a um sinal vermelho em outros
partidos de esquerda. Os parágrafos copiados da carta podem significar
que subir ao poder é necessário, pois que é um ideal enfim de todo
partido. Afinal, ninguém está na política para discutir a Escola de
Atenas. Mas no caso de partidos de esquerda, o poder é a oportunidade de
servir à realização do bem público. Esse óbvio, tão declarado em
princípios, mais de uma vez é oculto, quando não destruído, na prática
de muitos dias. Parece haver uma zona de conforto no poder que é também
uma zona de putrefação. Longe do ardor dos anos da fase da luta,
distante das batalhas do glorioso passado, vêm bactérias, nome que em
política ganha a qualificação de militantes oportunistas, que cercam e
apodrecem os mais caros ideais.
Penso,
e quero crer, que a renúncia de Maurício Rands ao mandato, ao partido e
ao governo, deveria ser um renascer da velha esperança de que homens
são um caráter de humanidade. E por assim crer, envio daqui o meu
fraterno e companheiro abraço ao político que desce à planície, para o
convívio de todos nós.
Nobre
e ex-deputado Maurício Rands, agora é claro que a foto do lançamento do
livro não nos abriu nenhuma porta. Que nos sirva então de lembrança
para as próximas batalhas.
Urariano Motta* é natural de Água Fria, subúrbio da zona norte do Recife. Escritor e jornalista, publicou contos em Movimento, Opinião,
Escrita, Ficção e outros periódicos de oposição à ditadura. Atualmente,
é colunista do Direto da Redação e colaborador do Observatório da
Imprensa. As revistas Carta Capital, Fórum e Continente também já
veicularam seus textos. Autor de Soledad no Recife (Boitempo, 2009) sobre a passagem da militante paraguaia Soledad Barret pelo Recife, em 1973, e Os corações futuristas(Recife, Bagaço, 1997).
O GOLPE PARAGUAIO E A VOZ DO OPUS DEI
"Tanto
foi tranquilo o processo de afastamento no Paraguai que não existiram
manifestações de expressão em defesa do ex-presidente. As Forças Armadas
nem precisaram enviar contingentes à rua...
Processo digno das grandes democracias parlamentares. Mas difícil de ser compreendido pelo histriônico presidente venezuelano, (...) pela aprendiz de totalitarismo que é a presidente argentina (...) ou pelos dois semiditadores da Bolívia e do Equador.
O curioso foi o apoio da presidente Dilma a essa 'rebelião de aspirantes a ditadores'... "
Quem escreveu as besteiras acima e as fez publicar no jornal da ditabranda foi o principal porta-voz do Opus Dei na mídia brasileira, Ives Gandra Martins (que, apropriadamente, está na foto da direita, acima).
O "processo digno das grandes democracias parlamentares" a que ele se refere é, pasmem!, o impeachment relâmpago de Fernando Lugo, na verdade um acinte e uma vergonha para a democracia.
Processo digno das grandes democracias parlamentares. Mas difícil de ser compreendido pelo histriônico presidente venezuelano, (...) pela aprendiz de totalitarismo que é a presidente argentina (...) ou pelos dois semiditadores da Bolívia e do Equador.
O curioso foi o apoio da presidente Dilma a essa 'rebelião de aspirantes a ditadores'... "
Quem escreveu as besteiras acima e as fez publicar no jornal da ditabranda foi o principal porta-voz do Opus Dei na mídia brasileira, Ives Gandra Martins (que, apropriadamente, está na foto da direita, acima).
O "processo digno das grandes democracias parlamentares" a que ele se refere é, pasmem!, o impeachment relâmpago de Fernando Lugo, na verdade um acinte e uma vergonha para a democracia.
O
ato falho que ele cometeu foi salientar que "as Forças Armadas nem
precisaram enviar contingentes à rua", num reconhecimento implícito de
que esta providência fazia parte do esquema golpista articulado desde
2009, assim como os US marines teriam desambarcado no Brasil caso a quartelada de 1964 encontrasse resistência significativa.
Por
último, sendo o Opus Dei o que é, Ives Gandra nos deu a conhecer,
simplesmente, a relação atualizada dos presidentes ameaçados de sofrerem
os próximos golpes parlamentares, depois do êxito das empreitadas
hondurenha e paraguaia. Eia a ordem de prioridade dos eternos
conspiradores:
- Hugo Chávez
- Cristina Kirchner
- Evo Morales
- Rafael Correa
- Dilma Rousseff
Que os cinco se considerem alertados e tomem as devidas cautelas. Quem dorme de touca acaba sendo colocado em avião de pijamas.
E
que nossa Dilma reflita sobre se valeu a pena reagir de forma tão débil
à deposição de Lugo, descartando o embargo econômico que seria a única
medida democraticamente aceitável (já que utilizada com total impunidade
há meio século pelos EUA contra Cuba...) para quebrar a espinha dos
golpistas.
Preferiu aproveitar a confusão para incluir a Venezuela no Mercosul.
De que adiantará, se Chávez for derrubado, como o foram Zelaya e Lugo?
Ovos de serpente devem ser esmagados antes de eclodirem. Dois ofídios já estão firmes e fortes. Quantos mais consentiremos?
Preferiu aproveitar a confusão para incluir a Venezuela no Mercosul.
De que adiantará, se Chávez for derrubado, como o foram Zelaya e Lugo?
Ovos de serpente devem ser esmagados antes de eclodirem. Dois ofídios já estão firmes e fortes. Quantos mais consentiremos?
OUTROS ARTIGOS RECENTES (clique p/ abrir):LEIA TAMBÉM:O QUE FAZER?
A falácia golpista de dentro do Itamaraty
Edzen Ribeiro O texto da diplomata Marilene Sguarizi é claramente contraditório, além de ter uma péssima redação. Mas saindo da forma para o conteúdo: no início ela afirma estar sendo acusada injustamente de golpista e continua sua defesa até metade do texto. Na segunda metade, ela desdiz tudo que ela procurou desmentir anteriormente, como mostra o trecho destacado por Fernanda Tardin. Concordo plenamente com seus questionamentos finais, Fernanda. Se você tiver "DOIDA", eu estou "MALUCO"!
Gaby Claus Fernandes esta carta é uma confissão de culpa e se de fato, ha algum compromisso do governo brasileiro com a democracia no continente, deve-se chamar esta senhora de volta ao pais e afasta-la de qq função diplomatica!...é por essas e outrs que o comandante Hugo Chavez está muito alem desta vacilação brasileira...
Neusah Cerveira Concordo com Gaby Claus Fernandes. Plenamente. Não existe argumentação possível que possa evitar que o único caminho que o governo brasileiro pode trilhar (sob risco de desmoralização, se não o fizer) é o sugerido por Gaby. Abç
Neusah Cerveira Então
vamos trabalhar nesse sentido. Diga ao Rui Martins, que concordo em
assinar o pedido com ele e os demais companheiros. Mas, parece que os
companheiros que etavam no debate não estão mais emitindo posições!
Neusah Cerveira Acho
que não é muito difícil conseguir tirar essa diplomata corrupta do
cargo. Difícil vai ser até para Dilma se livrar do Patriota que é
"herança" do Lula.
Neusah Cerveira Então
vamos trabalhar nesse sentido. Diga ao Rui Martins, que concordo em
assinar o pedido com ele e os demais companheiros. Mas, parece que os
companheiros que etavam no debate não estão mais emitindo posições!
Neusah Cerveira Acho
que não é muito difícil conseguir tirar essa diplomata corrupta do
cargo. Difícil vai ser até para Dilma se livrar do Patriota que é
"herança" do Lula.
Ana Arraes
Essa
Diplomata ainda cita as mídias que integram o PIG? Nossa sorte é a de
que se trata de uma figura incompetente e pouco estratégica: cita,
textualmente, que a Presidente Dilma " mandou retirar do vocabulário a
palavra golpe". A meu ver, firma posição
no sentido do apoio ao Golpe em todos os níveis: compactuando para sua
simulação de " maioria parlamentar", fortalecendo a correlação de forças
dos agentes exploradores da estrutura fundiária perversa e excludente
do agronegócio e disseminando o mito fundador de que democracia se reduz
a ausência de conflitos
( " momento de paz"?). Muito grave!!!
Luis Giannini de Freitas Pois
é, enquanto a "boazinha" relata a "paz" que se encontra em Ciudad del
Este e faz reunião com 200 agricultores, 3000 pessoas fecham a Ponte da
Amizade em protesto contra o Golpe. E vejam que as manifestações tem
sido diárias.
Fátima Pacheco Uma golpista safado que anda de mãos dadas com os ruralistas paraguaios. Será que ela não é parente da Sra Kátia Abreu?
Luis Giannini de Freitas É
interessante dar uma olhada no perfil dela no Fb. Mais interessante
ainda as postagens de seus seguidores. Já demonstram bem o perfil da
"turma".
( " momento de paz"?). Muito grave!!!
Luis Giannini de Freitas Pois
é, enquanto a "boazinha" relata a "paz" que se encontra em Ciudad del
Este e faz reunião com 200 agricultores, 3000 pessoas fecham a Ponte da
Amizade em protesto contra o Golpe. E vejam que as manifestações tem
sido diárias.
Fátima Pacheco Uma golpista safado que anda de mãos dadas com os ruralistas paraguaios. Será que ela não é parente da Sra Kátia Abreu?
Luis Giannini de Freitas É interessante dar uma olhada no perfil dela no Fb. Mais interessante ainda as postagens de seus seguidores. Já demonstram bem o perfil da "turma".
Pepe Escobar: E tudo sempre pode acabar em “democratura”
Pepe Escobar: E tudo sempre pode acabar em “democratura” 3/7/2012, Pepe Escobar, Asia Times Online - THE ROVING EYE Welcome to “democraship”
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu No plano geopolítico, todos os progressistas – da América do Norte e do Sul, ao mundo árabe – bem fariam se começassem a pensar sobre como aconteceu que, a partir de junho de 2009, quando do golpe contra Manuel Zelaya em Honduras, a América Latina foi transformada em uma espécie de laboratório gigante, no qual se testam todos os tipos de mutações e variantes de golpes “democráticos” de estado.
_____________________________________________________________
Comecemos com uma bomba. Há dez dias, aconteceu no Paraguai um golpe de estado novinho em folha, contra o presidente eleito Fernando Lugo. Passou praticamente sem registro na mídia-empresa global.
Surpresa? Não. Telegrama da embaixada dos EUA em Assunção, de março de 2009, revelado por WikiLeaks, [1] já trazia informes detalhados de como oligarcas paraguaios davam tratos à bola para montar um “golpe democrático” no Congresso, para depor Lugo.
Naquele momento, a embaixada dos EUA constatava que as condições políticas não eram ideais para o golpe. Destacado articulador golpista, naquele momento, era o ex-presidente Nicanor Duarte (2003 a 2008), severamente criticado pelos governos progressistas na América do Sul por ter aberto as portas do Paraguai a Forças Especiais dos EUA para que ministrassem “cursos educacionais” em solo paraguaio, além de “operações domésticas de manutenção da paz” e de “treinamento para contraterrorismo”.
Esse movimento das Forças Especiais dos EUA acontecia décadas depois de “um dos nossos [deles] filhos-da-puta”, afamado general-ditador Alfredo Stroessner (que permaneceu no poder de 1954 a 1989) ter permitido a criação de uma pista de pouso gigantesca, semiclandestina, próxima da Tríplice Fronteira Argentina-Brasil-Paraguai – que adiante seria usada na “guerra às drogas” e, depois, na “guerra ao terror”.
Assim sendo, ninguém se surpreenderá ao saber que os EUA foram o primeiro governo a reconhecer os golpistas da semana passada como novo governo paraguaio.
Esqueçam a conversa de dividir o bolo
Os egípcios progressistas estão-se dando conta agora de que novas democracias exigem anos, às vezes décadas, de íntima convivência com o pesadelo da ditadura. Aconteceu, por exemplo, no Brasil – hoje universalmente saudado como nova potência global. Durante os anos 1980s e 1990s, houve alguma modalidade de redemocratização de algumas instituições. Mas o Brasil, por anos a fio, continuou sem ser melhor democracia do que antes – economicamente, socialmente e culturalmente. O país teve de esperar longos 17 anos – até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegar à presidência, pela primeira vez, em 2002 – quando o Brasil afinal pôde começar a trilhar o caminho que levará o país a ser menos escandalosamente desigual do que nos sonhos das rapaces elites locais.
Luís Inácio Lula da Silva
O mesmo processo histórico opera agora no Egito e no Paraguai. Os dois países enfrentaram décadas de ditadura. Quando uma ditadura entra nos estertores finais, nas vascas da morte, só partidos políticos unidos ao – ou tolerados pelo – antigo regime estão em posição interessante para aproveitarem-se da longa e sempre tortuosa transição até a democracia. Certos países então se convertem no que Emir Sader, cientista político brasileiro, apelidou de “democraturas”. [2]
Aplica-se bem ao Partido Liberal no Paraguai e à Fraternidade Muçulmana no Egito. Nas eleições presidenciais no Egito, concorreram um ex-ministro do governo de Hosni Mubarak e um quadro da Ikhwan (Fraternidade Muçulmana). Resta saber (a) se o orwelliano Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito permitirá que essa nova democratura venha algum dia a ser democracia real e (b) em que medida a Ikhwan está realmente comprometida com a ideia de democracia.
O Paraguai estava em estágio mais avançado que o Egito. Mesmo de pois de quatro anos de uma eleição presidencial democrática, o Congresso continuava dominado por dois partidos amigos-de-ditaduras, o Partido Liberal e o Partido Colorado. A operação foi mamão com açúcar, e essa oligarquia bipartidária conseguiu derrubar o governo de Lugo.
Rápido, por favor, um impeachment mal-passado
Lugo foi derrubado por golpe disfarçado em impeachment, processado em apenas 24 horas. Crentes praticantes, em Washington, da mudança de regime, devem ter alcançado o êxtase: ah, se conseguíssemos fazer o mesmo na Síria...
Fernando Lugo, em 2008
O simulacro de legalidade aconteceu, como seria de esperar, no Parlamento mais corrupto das Américas – o que é ainda dizer pouco - Lugo foi considerado “culpado de incompetência” no trato de uma história imundíssima associada – inevitavelmente – a uma questão absolutamente chave em todo o mundo em desenvolvimento: a reforma agrária.
Dia 15/6, um grupo de policiais e commandos, encarregados de cumprir ordem de desocupação em Curuguaty, a 200 km de distância de Assunção, próximo da fronteira brasileira, foi emboscado por atiradores infiltrados entre os fazendeiros. A ordem de desocupação foi emitida por um juiz, para proteger interesses de um rico latifundiário, Blas Riquelme, não por acaso ex-presidente do Partido Colorado e ex-senador.
Mediante manobras legalistas, Riquelme obteve a posse de 2.000 hectares de terra que pertenciam ao estado paraguaio. Aquela terra estava ocupada por camponeses sem-terra, que, já há algum tempo, pediam que o governo de Lugo emitisse seus documentos de propriedade.
O Observatório da Escola das Américas [3] já documentara que vastas porções do território do Paraguai haviam sido roubadas de fazendeiros e “doadas” a militares e seus “sócios”, da classe dirigente, durante as décadas da ditadura de Stroessner.
O resultado, em Curuguaty foi 17 mortos – seis policiais e 11 fazendeiros – e mais de 50 feridos. Nada, nessa história, faz sentido; os comandantes da força de desocupação, uma unidade linha-duríssima, denominada “Grupo de Operações Especiais”, foram treinados em táticas de contraguerrilha na Colômbia – sob o governo de direita de Uribe – como parte do Plano Colômbia, concebido pelos EUA.
Quanto ao Plano Paraguai, é simplíssimo: criminalização absoluta de todas as organizações de camponeses, para forçá-los a trocar o interior do país por empregos no agronegócio transnacional.
Tudo isso para dizer que, na essência, foi uma arapuca. Os direitistas paraguaios – unidos como irmãos xifópagos a Washington, operando, dentre outros objetivos, para impedir a qualquer custo que a Venezuela seja admitida ao mercado comum do MERCOSUL – só esperavam uma oportunidade para derrubar um governo que, até ali, sequer atacara os interesses da direita paraguaia ou de Washington, mas abrira amplos espaços para a organização social e protestos populares.
Lugo, ex-bispo, eleito em 2008 com grande apoio nas áreas rurais, talvez tenha percebido o que viria, mas nada fez para impedir o golpe. Comparado à capacidade para mobilizar gente nas ruas, não tinha apoio parlamentar algum: apenas dois senadores. Mais de 40% da população paraguaia vive na área rural, mas não se pode dizer que estejam mobilizados. E 30% dos paraguaios vivem abaixo da linha da pobreza.
Os “vencedores” no Paraguai teriam de ser os suspeitos de sempre: a oligarquia dos latifundiários – e a campanha orquestrada para demonizar os agricultores sem-terra; o agronegócio multinacional, como a empresa Monsanto e seus interesses; e a mídia associada à Monsanto (como se vê no diário ABC Color que, todos os dias, acusa de “corruptos” todos os ministros que não operem como fantoches da Monsanto).
As empresas gigantes do agronegócio, como Monsanto e Cargill virtualmente não pagam impostos no Paraguai, porque existe ação nesse sentido do Congresso paraguaio, controlado pela direita. O latifúndio tampouco paga impostos. Desnecessário dizer que o Paraguai é dos países mais desiguais do mundo: 85% da terra – cerca de 30 milhões de hectares – é controlada pelos 2%, a aristocracia rural, quase todos envolvidos em negócios de especulação com a terra.
Quer dizer: com mansões estilo Miami Vice, em Punta del Este, no Uruguai ou, e tanto faz, em Miami Beach; e o dinheiro, é claro, bem guardado nas ilhas Cayman, o Paraguai é governado, de facto, por esses 2% em que se misturam o agronegócio e o cassino financeiro.
E, nas palavras de Martin Almada, conhecido ativista paraguaio dos direitos humanos, que recebeu o Prêmio Nobel Alternativo – tudo isso se aplica também a latifundiários brasileiros. O mais rico plantador de soja do Paraguai é o “brasiguaio” [duas nacionalidades] Tranquilo Favero, que enriqueceu durante a ditadura de Stroessner. Um golpe, por favor, on the rock
A UNASUR, União das Nações Sul-americanas [ing. Union of South American Nations] tratou os eventos no Paraguai como o que são: golpe. Assim também o MERCOSUL. O contraste, em relação à posição de Washington não poderia ser mais visível. Frederico Franco, golpista chefe, é frequentador assíduo e queridinho da embaixada dos EUA em Assunção.
Argentina, Uruguai, Venezuela e Equador não reconhecerão o governo dos golpista. A Venezuela interrompeu as vendas de petróleo ao Paraguai. Dilma Rousseff, presidenta do Brasil, propôs a expulsão do Paraguai das duas organizações, da UNASUL e do MERCOSUL.
O Paraguai já está suspenso. Implica que o golpista Federico Franco foi impedido de participar de uma reunião chave do MERCOSUL, semana passada, em Mendoza, Argentina, quando o Paraguai receberia a presidência do MERCOSUL. A oligarquia paraguaia – cumprindo ordens de Washington – sempre bloqueou a admissão da Venezuela como parceira do MERCOSUL. Isso acabou. No final do mês, a Venezuela torna-se membro pleno do MERCOSUL.
Mas os governos progressistas da América do Sul que tomem muito cuidado. Se o Paraguai for expulso da UNASUL e do MERCOSUL, inevitavelmente pedirá socorro comercial a militar a Washington. Aí está algo que facilmente pode traduzir-se por “pesadelo”: bases militares dos EUA, no Paraguai.
Os oligarcas paraguaios, a imprensa-empresa por eles comandada e, por último, mas nem por isso menos importante, também a reacionária alta hierarquia da Igreja Católica no país estimam podem ampliar ainda mais seu poder parlamentar, se as eleições acontecerem em abril de 2013.
Lugo, de fato, enfrentava missão de Sísifo: governar democraticamente estado fraco, que praticamente nada arrecada em impostos (menos de 12% do PIB), sob violenta pressão dos poderosos lobbies transnacionais e elites locais corrompidas. Essa é, afinal, a realidade estrutural de grande parte da América Latina – e também, nas linhas gerais, pode-se dizer, do Egito.
No plano geopolítico, todos os progressistas – da América do Norte e do Sul, ao mundo árabe – bem fariam se começassem a pensar como aconteceu que, a partir de junho de 2009, quando do golpe contra Manuel Zelaya em Honduras, a América Latina foi transformada em uma espécie de laboratório gigante, no qual se testam todos os tipos de mutações e variantes de golpes “democráticos” de estado.
Rafael Correa
O Paraguai é uma dessas mutações. Outra, foi o fracassado golpe contra Rafael Correa do Equador, em setembro de 2010. Todos esses golpes foram tentados contra governos progressistas que favorecem avanços sociais.
Não por acaso, Correa, que por pouco não foi derrubado, disse que, um golpe bem-sucedido no Paraguai “abriria perigoso precedente” para toda a região.
Em termos de justiça poética, nada supera a história do próprio Correa – alvo de tentativa de golpe de estado – e que, hoje, analisa a possibilidade de dar asilo político a Julian Assange... cuja página WikiLeaks revelou, dentre outras revelações, como a elite paraguaia obrava na preparação de golpe para tirar Lugo do governo.
No Egito, aconteceu um golpe militar antes, mesmo, de ter havido eleições e haver presidente eleito. Os egípcios progressistas, que lideraram de fato a Primavera Árabe, que fiquem bem espertos, em alerta máximo: o Paraguai aí está, mostrando ao mundo o quanto a estrada até a democracia pode ser difícil e traiçoeira; e que tudo sempre pode acabar em “democratura”.
Notas de rodapé
[1] 09ASUNCION189, criado: 28/3/2009, 20h24; vazado: 30/8/2010, 1h44 SECRETO; Embaixada de Assunção, Paraguai, (em ing.)
[2] 24/6/2012, Boletim Carta Maior, Blog do Emir, “Democraturas”,
[3] Orig. School of the Americas Watch. A School of the Americas, a partir de 2001 renomeada como Western Hemisphere Institute for Security Cooperation (WHINSEC) — Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança, é instituição mantida pelos EUA que ministra cursos sobre assuntos militares a oficiais de outros países. Atualmente situada em Fort Benning, Columbus, Georgia, EUA, a escola esteve, 1946 a 1984 situada no Panamá, onde se graduaram mais de 60.000 militares e policiais de cerca de 23 países de América Latina.
Matéria recebida por e-mail da redecastorphoto
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Sensibilidade à flor da tela
Fernando Soares Campos
Depois de longa caminhada, pai e filho juntaram-se a um movimento reivindicatório na grande cidade. O deslocamento da multidão em passeata, do local de concentração até o ginásio onde ocorreria um encontro de trabalhadores rurais, fazia parte da estratégia dos organizadores do movimento e tinha o propósito de chamar a atenção da imprensa; era uma tentativa de informar a população urbana sobre os seus problemas no campo.
Atendendo às exigências legais, os líderes do movimento haviam solicitado apoio das autoridades para acompanhar a multidão desde a concentração até o ginásio municipal. O comando da Polícia determinou que os seus efetivos se pusessem em guarda, acompanhando o cortejo. Entretanto os militares foram orientados para reagir a qualquer manifestação "agressiva" por parte dos participantes do evento.
Quando a passeata atravessava uma das mais movimentadas avenidas da metrópole, os motoristas dos carros parados no sinal ( farol, sinaleira ou semáforo, que já abrira e fechara diversas vezes enquanto os trabalhadores passavam), impacientes, buzinavam com insistência e gritavam protestando contra a perda de seus preciosos minutos de espera.
No meio da multidão pai e filho conversavam:
(Clique no título e leia texto completo na revista digital NovaE)
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