Magnólia Almeida desenvolveu síndrome rara após tomar um comprimido de Novalgina
Brasília -
Há quase cinco anos, Magnólia de Souza de Almeida, 40 anos, teve a vida
transformada após tomar um comprimido de Novalgina, remédio que ela
usava com frequência quando tinha dores de cabeça ou febre, os dois
sintomas que a levaram a tomar a mesma medicação em uma segunda-feira do
mês de maio de 2007.
Após duas doses do remédio, tomadas em um intervalo de oito horas,
bolhas começaram a aparecer no corpo de Magnólia, como uma espécie de
reação alérgica. Os olhos vermelhos pareciam sob o efeito de uma
conjuntivite. Rapidamente os sintomas ficaram mais fortes. As bolhas –
que mais pareciam queimaduras – não paravam de aparecer e a febre não
cedia.
Diagnosticada com uma doença rara, Magnólia teve de se readaptar a viver. A Síndrome de Stevens-Johnson, doença que acomete entre uma e seis pessoas a cada grupo de 1 milhão, provoca cegueira e pode ser uma porta de entrada para inúmeras infecções.
“É uma doença pouco frequente, mas potencialmente grave”, explica Luis Felipe Chiaverini Ensina, diretor da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai).
Magnólia passou mais de dois meses internada, com mais de 90% do corpo tomado por bolhas, teve diferentes infecções, entrou em coma três vezes, mas sobreviveu. Perdeu o emprego (foi aposentada), vendeu a casa onde morava e o carro da família para pagar cirurgias nos olhos. Agora, passado o pior período, ela comemora pequenas vitórias.
“Me sinto grata por estar viva. E estou me readaptando à vida. Já passei por mais de 30 cirurgias nos olhos e, agora, tenho 5% da visão. Já melhorei muito”, diz.
Magnólia acaba de vencer uma outra etapa que pode ajudar a vida financeira da família e o tratamento, no futuro: ela ganhou uma ação contra o laboratório fabricante da Novalgina.
A decisão tomada pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) condena o laboratório Sanofi-Aventis a pagar R$ 1 milhão a Magnólia e seu marido, Lucivaldo Rodrigues de Almeida. Os juízes entenderam que o remédio provocou a sídrome e que o risco de tê-la, mesmo descrito na bula, “não é inerente ao produto e extrapola a segurança esperada do consumidor”.
Doença imunológica
O diretor da Asbai, Luis Felipe Ensina, explica que, na maioria das vezes, a Síndrome de Stevens-Johnson é desencadeada após a ingestão de medicamentos. Os mais comuns são antibióticos, anti-inflamatórios não-hormonais e anticonvulsivantes. Mas a doença também pode aparecer em decorrência de infecções.
“A síndrome é provocada por uma forte reação imunológica do corpo contra aquele remédio, por exemplo, que pode ser um que a pessoa já estava acostumada a tomar, na primeira dose ou até três semanas depois”, diz Ensina. Segundo ele, as lições desse tipo de episódio são “nunca tomar um remédio sem necessidade e, na primeira reação diferente, procurar um médico rapidamente”.
A síndrome é caracterizada por reações na pele e nas mucosas. Pode atingir olhos, boca, nariz, ouvido e órgãos internos. Febre e vermelhidão na pele são outros sintomas.
“Como o corpo fica muito exposto, os casos de morte ocorrem por causa das infecções”, diz o diretor da Asbai. De acordo com o médico, a taxa de mortalidade dos pacientes com a síndrome varia 10% a 15%.
O laboratório vai recorrer da decisão do TJDFT. Em nota, a empresa diz que “a síndrome está devidamente descrita na bula de Novalgina, conforme legislação da Anvisa” e com recomendação para procurar um médico em caso de reações indesejáveis. O laboratório ressalta que a doença, além de rara, pode estar relacionada ao uso de “várias classes de medicamentos”.
Magnólia, em casa: com apenas 5% da visão, ela espera usar valor da indenização para seguir com o tratamento | Foto: Reprodução Internet
Diagnosticada com uma doença rara, Magnólia teve de se readaptar a viver. A Síndrome de Stevens-Johnson, doença que acomete entre uma e seis pessoas a cada grupo de 1 milhão, provoca cegueira e pode ser uma porta de entrada para inúmeras infecções.
“É uma doença pouco frequente, mas potencialmente grave”, explica Luis Felipe Chiaverini Ensina, diretor da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai).
Magnólia passou mais de dois meses internada, com mais de 90% do corpo tomado por bolhas, teve diferentes infecções, entrou em coma três vezes, mas sobreviveu. Perdeu o emprego (foi aposentada), vendeu a casa onde morava e o carro da família para pagar cirurgias nos olhos. Agora, passado o pior período, ela comemora pequenas vitórias.
“Me sinto grata por estar viva. E estou me readaptando à vida. Já passei por mais de 30 cirurgias nos olhos e, agora, tenho 5% da visão. Já melhorei muito”, diz.
Magnólia acaba de vencer uma outra etapa que pode ajudar a vida financeira da família e o tratamento, no futuro: ela ganhou uma ação contra o laboratório fabricante da Novalgina.
A decisão tomada pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) condena o laboratório Sanofi-Aventis a pagar R$ 1 milhão a Magnólia e seu marido, Lucivaldo Rodrigues de Almeida. Os juízes entenderam que o remédio provocou a sídrome e que o risco de tê-la, mesmo descrito na bula, “não é inerente ao produto e extrapola a segurança esperada do consumidor”.
Doença imunológica
O diretor da Asbai, Luis Felipe Ensina, explica que, na maioria das vezes, a Síndrome de Stevens-Johnson é desencadeada após a ingestão de medicamentos. Os mais comuns são antibióticos, anti-inflamatórios não-hormonais e anticonvulsivantes. Mas a doença também pode aparecer em decorrência de infecções.
“A síndrome é provocada por uma forte reação imunológica do corpo contra aquele remédio, por exemplo, que pode ser um que a pessoa já estava acostumada a tomar, na primeira dose ou até três semanas depois”, diz Ensina. Segundo ele, as lições desse tipo de episódio são “nunca tomar um remédio sem necessidade e, na primeira reação diferente, procurar um médico rapidamente”.
A síndrome é caracterizada por reações na pele e nas mucosas. Pode atingir olhos, boca, nariz, ouvido e órgãos internos. Febre e vermelhidão na pele são outros sintomas.
“Como o corpo fica muito exposto, os casos de morte ocorrem por causa das infecções”, diz o diretor da Asbai. De acordo com o médico, a taxa de mortalidade dos pacientes com a síndrome varia 10% a 15%.
O laboratório vai recorrer da decisão do TJDFT. Em nota, a empresa diz que “a síndrome está devidamente descrita na bula de Novalgina, conforme legislação da Anvisa” e com recomendação para procurar um médico em caso de reações indesejáveis. O laboratório ressalta que a doença, além de rara, pode estar relacionada ao uso de “várias classes de medicamentos”.
As informações são de Priscilla Borges do iG
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