Cartão tem substâncias que reagem com o remédio e mudam de cor.
Teste foi feito para o paracetamol e deve ser adaptado para antibióticos.
Cientistas norte-americanos anunciaram nesta segunda-feira (20) a
criação de um novo teste capaz de detectar rapidamente se um medicamento
é falsificado ou legítimo.
O teste recebeu o nome de PAD, sigla em inglês para “dispositivo de análise em papel”, e foi apresentado durante o encontro anual da Sociedade Química Americana. Ele foi feito para comprovar a autenticidade de pílulas de paracetamol, uma substância usada para aliviar febre e as dores no corpo.
O teste criado pela equipe de Toni Barstis, da Faculdade Saint Mary, nos Estados Unidos, consiste em um cartão de papel com substâncias químicas que reagem com o medicamento. Quando a reação acontece, o cartão muda de cor e indica qual é a substância contida no medicamento.
Para fazer o teste, a pílula deve ser partida ao meio e esfregada no cartão. Em seguida, o cartão deve ser mergulhado em água, para que as substâncias presentes no comprimido penetrem e reajam com as do cartão. Quando isso acontece, o cartão muda de cor.
O processo leva menos de dez minutos e poderia ser usado por hospitais, clínicas e agências reguladoras. Por enquanto, os criadores estimam que o custo de produção vá ficar abaixo de US$ 1,50 – cerca de R$ 3. “Esses preços devem cair significativamente com a produção em escala e melhorias nos métodos de fabricação”, afirmou Barstis.
Os testes disponíveis para a identificação de remédios falsificados geralmente são feitos em laboratórios de países industrializados. Um lote suspeito encontrado na África precisa ser enviado para a Europa ou para os Estados Unidos, e o processo leva, ao todo, entre três e seis meses.
“Nossa invenção não é analiticamente comparável aos métodos de alta tecnologia instrumental. É uma ferramenta de classificação, e não um método de detecção completa. Mas dada a grande falta de métodos instrumentais e cientistas treinados nos países em desenvolvimento, um teste rápido como o PAD é desesperadamente necessário”, completou Barstis.
Segundo a pesquisadora, o teste já poderá ser produzido em pequena escala dentro de um ano. O principal desafio dos produtores no momento é prolongar a validade do PAD e melhorar as condições de armazenamento. As primeiras remessas foram enviadas a colaboradores do projeto no Quênia.
'Para áreas remotas'
Para Anil Kumar Singh, professor da Faculdade de Farmácia da Universidade de São Paulo (USP) que não participou do projeto, a técnica pode ser comparada a um teste de gravidez de farmácia, que possibilitou a descoberta da gestação sem a necessidade de marcar uma consulta médica e agendar exames laboratoriais.
“Facilita principalmente para países onde não há tecnologia de ponta”, apontou o professor. Segundo ele, a ideia pode levar a uma identificação mais rápida e barata dos remédios falsificados, mas ainda precisa passar por mais exames para comprovar sua eficácia.
Só depois disso, os órgãos reguladores – no caso do Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – devem aprovar o uso do PAD ou de outras ferramentas semelhantes.
Singh, que é indiano, afirmou que a falsificação de medicamentos era mais comum antes da globalização, mas ainda existe, inclusive no Brasil. “É válido principalmente para as áreas mais remotas”, resumiu, sobre o teste.
O teste recebeu o nome de PAD, sigla em inglês para “dispositivo de análise em papel”, e foi apresentado durante o encontro anual da Sociedade Química Americana. Ele foi feito para comprovar a autenticidade de pílulas de paracetamol, uma substância usada para aliviar febre e as dores no corpo.
Cartão muda de cor de acordo com a substância do medicamento (Foto: Saint Mary's College/Divulgação)
No entanto, os especialistas já têm planos para adaptá-lo a
antibióticos e remédios contra a malária, o que seria de grande
utilidade para a medicina. Organização Mundial da Saúde estima que, no
mínimo, 10% dos medicamentos usados nos países em desenvolvimento sejam
falsificados. Países como Quênia, Nigéria, Índia, Vietnã e Panamá já
registraram mortes causadas por esse problema.O teste criado pela equipe de Toni Barstis, da Faculdade Saint Mary, nos Estados Unidos, consiste em um cartão de papel com substâncias químicas que reagem com o medicamento. Quando a reação acontece, o cartão muda de cor e indica qual é a substância contida no medicamento.
Para fazer o teste, a pílula deve ser partida ao meio e esfregada no cartão. Em seguida, o cartão deve ser mergulhado em água, para que as substâncias presentes no comprimido penetrem e reajam com as do cartão. Quando isso acontece, o cartão muda de cor.
O processo leva menos de dez minutos e poderia ser usado por hospitais, clínicas e agências reguladoras. Por enquanto, os criadores estimam que o custo de produção vá ficar abaixo de US$ 1,50 – cerca de R$ 3. “Esses preços devem cair significativamente com a produção em escala e melhorias nos métodos de fabricação”, afirmou Barstis.
Os testes disponíveis para a identificação de remédios falsificados geralmente são feitos em laboratórios de países industrializados. Um lote suspeito encontrado na África precisa ser enviado para a Europa ou para os Estados Unidos, e o processo leva, ao todo, entre três e seis meses.
“Nossa invenção não é analiticamente comparável aos métodos de alta tecnologia instrumental. É uma ferramenta de classificação, e não um método de detecção completa. Mas dada a grande falta de métodos instrumentais e cientistas treinados nos países em desenvolvimento, um teste rápido como o PAD é desesperadamente necessário”, completou Barstis.
Segundo a pesquisadora, o teste já poderá ser produzido em pequena escala dentro de um ano. O principal desafio dos produtores no momento é prolongar a validade do PAD e melhorar as condições de armazenamento. As primeiras remessas foram enviadas a colaboradores do projeto no Quênia.
'Para áreas remotas'
Para Anil Kumar Singh, professor da Faculdade de Farmácia da Universidade de São Paulo (USP) que não participou do projeto, a técnica pode ser comparada a um teste de gravidez de farmácia, que possibilitou a descoberta da gestação sem a necessidade de marcar uma consulta médica e agendar exames laboratoriais.
“Facilita principalmente para países onde não há tecnologia de ponta”, apontou o professor. Segundo ele, a ideia pode levar a uma identificação mais rápida e barata dos remédios falsificados, mas ainda precisa passar por mais exames para comprovar sua eficácia.
Só depois disso, os órgãos reguladores – no caso do Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – devem aprovar o uso do PAD ou de outras ferramentas semelhantes.
Singh, que é indiano, afirmou que a falsificação de medicamentos era mais comum antes da globalização, mas ainda existe, inclusive no Brasil. “É válido principalmente para as áreas mais remotas”, resumiu, sobre o teste.
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