Pesquisa mostra reação de defesa do corpo contra bactérias do intestino
Cientistas acreditavam que micróbios não caíam na corrente sanguínea.
Estudo de brasileira mostra que isso acontece durante infecção de parasita.
Um estudo de uma cientista brasileira, publicado pela prestigiada
revista “Science”, mostra o que acontece quando o sistema de defesa do
corpo humano entra em contato com as bactérias do intestino. Os
resultados dessa pesquisa devem melhorar a compreensão de como agem as
doenças inflamatórias do intestino.
Normalmente, o corpo contém 100 trilhões de bactérias – são dez bactérias para cada célula realmente humana. Elas nos acompanham desde o nascimento e são essenciais para o funcionamento do organismo.
O corpo tem um mecanismo para manter essas bactérias dentro do intestino e evitar que elas caiam na corrente sanguínea. O intestino é revestido por uma mucosa e tem substâncias bactericidas que não deixam que as bactérias da flora intestinal cheguem aos demais órgãos.
Em uma experiência com ratos, ela usou o parasita Toxoplasma gondii, um protozoário que provoca uma infecção capaz de romper as barreiras naturais do intestino. As bactérias do intestino vão para órgãos como o baço e o fígado, e o sistema imune, responsável pela defesa do corpo humano, cria anticorpos para combatê-las.
“A gente mostra que a resposta é duradoura. O corpo vai passar a combater essa bactéria”, explicou a pesquisadora. A descoberta abre uma nova perspectiva de estudos para o futuro. “A gente ainda não sabe a consequência disso”, reconheceu.
Algumas doenças inflamatórias do intestino, como a colite e a doença de Crohn, têm na sua origem uma reação exagerada do sistema imune contra as bactérias do intestino. Por isso, Martins acredita que uma melhor compreensão da relação entre esses micróbios e a defesa do organismo possa levar a algum tratamento para essas doenças.
“Hoje, essas doenças são tratadas pelos sintomas, mas não têm exatamente uma cura nem uma prevenção”, afirmou a pesquisadora.
O estudo é o resultado da pesquisa de doutorado de Liliane Martins, feita em uma parceria entre a UFMG e os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH, na sigla em inglês). Ela assina o artigo junto com colegas do laboratório americano, sob a coordenação da cientista Yasmine Balkaid.
Normalmente, o corpo contém 100 trilhões de bactérias – são dez bactérias para cada célula realmente humana. Elas nos acompanham desde o nascimento e são essenciais para o funcionamento do organismo.
A
imagem microscópica mostra o crescimento das bactérias para além do
intestino, durante a infecção causada pelo 'Toxoplasma gondii' (Foto:
Michael Molloy e Lily Koo; NIAID Biological Imaging Facility)
O intestino abriga boa parte dessas bactérias. Elas são capazes de
quebrar nutrientes que o corpo humano não digere sozinho, e também
ajudam na absorção dessas substâncias. Além disso, elas ocupam um espaço
que poderia ser de bactérias nocivas, criando uma proteção natural.O corpo tem um mecanismo para manter essas bactérias dentro do intestino e evitar que elas caiam na corrente sanguínea. O intestino é revestido por uma mucosa e tem substâncias bactericidas que não deixam que as bactérias da flora intestinal cheguem aos demais órgãos.
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Até o momento, os cientistas acreditavam que essa barreira seria
intransponível. Em indivíduos saudáveis, ela realmente serve como
isolante, mas a pesquisa da brasileira Liliane Martins, da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), mostrou que existe uma exceção.Em uma experiência com ratos, ela usou o parasita Toxoplasma gondii, um protozoário que provoca uma infecção capaz de romper as barreiras naturais do intestino. As bactérias do intestino vão para órgãos como o baço e o fígado, e o sistema imune, responsável pela defesa do corpo humano, cria anticorpos para combatê-las.
“A gente mostra que a resposta é duradoura. O corpo vai passar a combater essa bactéria”, explicou a pesquisadora. A descoberta abre uma nova perspectiva de estudos para o futuro. “A gente ainda não sabe a consequência disso”, reconheceu.
Algumas doenças inflamatórias do intestino, como a colite e a doença de Crohn, têm na sua origem uma reação exagerada do sistema imune contra as bactérias do intestino. Por isso, Martins acredita que uma melhor compreensão da relação entre esses micróbios e a defesa do organismo possa levar a algum tratamento para essas doenças.
“Hoje, essas doenças são tratadas pelos sintomas, mas não têm exatamente uma cura nem uma prevenção”, afirmou a pesquisadora.
O estudo é o resultado da pesquisa de doutorado de Liliane Martins, feita em uma parceria entre a UFMG e os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH, na sigla em inglês). Ela assina o artigo junto com colegas do laboratório americano, sob a coordenação da cientista Yasmine Balkaid.
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