Cirurgia plástica na terceira idade
Saiba quais os riscos de se submeter a procedimentos cirúrgicos depois dos 60 anos para corrigir os sinais da idade
Sempre me perguntam qual a idade ideal para fazer uma cirurgia plástica. Apesar de o assunto cirurgia plástica parecer um tema pequeno, a variedade das cirurgias existentes faz com que o tema se torne extremamente amplo. Poderíamos dividir as cirurgias didaticamente em faixas etárias.
As cirurgias plásticas mais procuradas pelos jovens, antes da gravidez, costumam ser a lipoaspiração e a prótese de mama. Depois dos 30 a 40 anos, é frequente a procura pela mamoplastia e pela abdominoplastia (associada ou não a lipo) para corrigir as sequelas das gestações.
Após os 45 anos, quando o envelhecimento facial já é evidente, a cirurgia das pálpebras é frequente. O lifting facial é mais procurado em torno dos 50 anos ou mais.
Isso se deve ao frequente envelhecimento facial característico da idade. Por outro lado, pacientes que se incomodavam com alguma outra parte do corpo, como abdômen e mamas, provavelmente já fizeram as cirurgias quando mais jovens e dificilmente procurarão depois de tanto tempo a correção.
Como em toda cirurgia plástica, nossa primeira preocupação é sempre a segurança. Ela só deve ser realizada com um risco mínimo, checado pelo histórico clínico e exames.
A idade importa menos. Já operei uma paciente de 80 anos, com histórico familiar de longevidade de 96 anos, com saúde excelente, todos os exames normais e me dizendo “Dr. não quero viver mais 15 anos assim…”. Por outro lado, já deixei de operar pacientes de 45 anos hipertensos, fumantes com problemas cárdicos.
A grande vantagem da cirurgia plástica sobre as outras cirurgias é que ela não precisa ser feita… Ou seja, diferentemente de um câncer que precisa ser retirado logo, uma apendicite que precisa ser operada de urgência, a cirurgia plástica pode sempre esperar.
Isso faz que seja possível operar apenas no menor risco possível: se o paciente estiver com a pressão alta, fará o controlo antes. Se a tireóide estiver com problemas, tomará medicamentos até os exames estiverem normais, etc. Tudo para minimizar os riscos associados à cirurgia, tornando a cirurgia plástica a mais segura entre todas as especialidades cirúrgicas.
Tendo o paciente saúde, risco mínimo e podendo a cirurgia ajudar a melhorar o que incomoda, a cirurgia poderá ser realizada. Logicamente que os exames em pacientes na terceira idade são mais minuciosos, extensos, e a avaliação cardiológica é importante.
Os avanços da medicina, a melhora das condições para viver nas cidades e a preocupação com a qualidade de vida são alguns dos fatores que contribuíram para o aumento da expectativa de vida e do número de idosos. No Brasil. em 2010, o percentual subiu para 10,8% (20,5 milhões). Os dados são dos censos demográficos de 1960 e de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para aproveitar a melhor idade, muitos senhores e senhoras estão aderindo aos recursos da cirurgia plástica para se sentirem com ‘tudo em cima’. Mais ativos do que nunca, esportes, programas voluntários e até trabalho são algumas das atividades que os mantêm ocupados; sem contar que os idosos de hoje também se preocupam mais com a sua aparência física.
“Eles são mais saudáveis, tem melhores condições financeiras e são mais independentes do que antigamente. A vida social intensa os estimula a cuidar da saúde e do corpo”, observa o cirurgião plástico Alderson Luiz Pacheco da Clínica Michelangelo de Cirurgia Plástica, em Curitiba (PR).
O rosto, os seios e a barriga são os principais alvos da plástica em pessoas que já alcançaram a terceira idade. Vaidosas, elas querem minimizar as rugas, a flacidez das mamas e diminuir a gordura localizada.
“As mulheres se preocupam ainda com a pele do pescoço, região que denuncia o envelhecimento com mais intensidade, e os homens procuram se livrar da bolsa de gordura que se forma embaixo dos olhos. O rejuvenescimento é sempre o objetivo principal”, destaca Pacheco.
O botox é outro queridinho dos mais velhos. Por ser menos invasiva, não exigir anestesia e nem internação, a aplicação da toxina botulínica para combater rugas e marcas de expressão que deixam o rosto envelhecido é realizada sem medo.
“O procedimento não deixa hematomas e proporciona bons resultados em menor tempo. As rugas do pescoço também podem ser suavizadas com a toxina. As aplicações podem ser feitas conforme a necessidade do paciente”, esclarece o especialista.
Mesmo com o desejo de ficar anos mais jovens, os idosos devem lembrar que os procedimentos estéticos possuem suas limitações e, por mais que a cirurgia seja executada perfeitamente, não será possível ter o mesmo rosto de 30 anos atrás, por exemplo.
“O cirurgião visa dar contornos naturais e realizar uma intervenção que ofereça o menor risco possível para a saúde do paciente. O médico deve conversar abertamente sobre os resultados da operação e explicar que é preciso ter expectativas realistas para não se sentir frustrado após a plástica”, ressalta.
Ele afirma que muitas pessoas que já passaram dos 60, 70, 80 anos continuam com a mente jovem e estão dispostos a melhorar o visual para se sentirem bem consigo mesmos. Nesta fase, é fundamental que a saúde esteja tinindo e os cuidados com o organismo, especialmente no que diz respeito à alimentação e a prática de exercícios físicos, devem estar em dia.
O médico acredita que as cirurgias plásticas podem trazer muitos benefícios na terceira idade e, como em qualquer outra etapa da vida, os procedimentos devem ser feitos sem exageros. A beleza está na harmonia e no equilíbrio do corpo.
“A plástica não irá reduzir a idade ou eliminar por completo as marcas do tempo, mas poderá deixar o indivíduo mais belo e de bem com a vida, refletindo na parte externa o que sente por dentro – a sua jovialidade”.
CIRURGIA PLÁSTICA PODE GARANTIR UM ROSTO SIMÉTRICO
Veja como ter um rosto simétrico
De acordo com o médico Alderson Luiz Pacheco, a simetria da face depende da relação entre o queixo e o nariz. Ele esclarece que, milimetricamente falando, não há como as partes do corpo serem iguais, mas visualmente é possível chegar a uma percepção de simetria. “Muitos detalhes compõem a estética corporal e no rosto as proporções são ainda mais evidentes. A posição do queixo, por exemplo, determina a proporcionalidade da face”, afirma o médico.
A cirurgia plástica é uma das alternativas mais recomendadas para posicionar corretamente o queixo. A denominada mentoplastia pode alongar, encurtar, reposicionar, modificar o formato ou corrigir desvios no queixo. “A técnica varia conforme o problema e pode lançar mão de próteses de silicone para aumentar a região ou cortes no osso para o reposicionamento. A mentoplastia é procurada, principalmente, pelas pessoas que possuem o queixo para trás. Neste caso é feito o implante de uma prótese entre o músculo e o osso, alongando o queixo”, aponta.
As intervenções são feitas em queixos retraídos e avançados. “O paciente deve ficar em repouso por cerca de 15 dias, manter uma dieta líquida no início da recuperação e inserir alimentos pastosos e sólidos progressivamente, conforme a orientação médica”, observa. “Em qualquer técnica de mentoplastia é preciso, pelo menos, 20 dias para que os inchaços e manchas desapareçam por completo”, completou.
O especialista lembra ainda que de acordo com a complexidade do problema é necessário um tratamento interdisciplinar, que envolve outras áreas da medicina e principalmente da odontologia.
Teste sua simetria
Pacheco explica que o queixo deve tocar uma linha vertical imaginária que passa pela raiz do nariz. Se o queixo estiver à frente desta linha ou atrás, é sinal de que há alguma deformidade. “A pessoa pode achar que seu nariz é grande, mas talvez o problema esteja no queixo, que pode estar posicionado inadequadamente”, disse.
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