O diabetes tem repercussões na sexualidade, na escolha do método contraceptivo, e no planejamento de uma gravidez.
No homem, a disfunção erétil e a ejaculação retrógrada são exemplos de complicações da doença prolongada e/ou mal controlada.
Na mulher, as infecções vaginais frequentes a fungos, o receio de uma hipoglicemia, a falta de uma contracepção segura, são hoje em dia fatores implicados na diminuição da libido das mulheres com diabetes.
Existem hoje em dia muitos métodos contraceptivos que podem ser utilizados sem problema pelas mulheres com diabetes. Contudo, muitas continuam sem os usar por desconhecimento ou receio.
No sucesso da gravidez de uma mulher com diabetes é decisivo o controle metabólico prévio à concepção.
A contracepção
"Um atraso" é o medo frequente de muitas mulheres que vivem sem contracepção segura...O receio de engravidar é, muitas vezes, a razão para não viver tranquilamente a sua sexualidade no dia-a-dia...
A idéia de que não existem muitos métodos disponíveis para a sua condição, impede que muitas mulheres com diabetes procurem uma consulta de planejamento familiar. Hoje em dia isto não é verdade. Além dos métodos não hormonais (por exemplo, o dispositivo intra-uterino e o preservativo), os métodos hormonais evoluíram e muitos são agora seguros em mulheres com diabetes não complicada. A "pílula" (atualmente já de baixa-dosagem) pode ser um bom método numa mulher jovem, que não fume e sem complicações crónicas do diabetes. Existe atualmente uma nova pílula e um sistema de implante que não têm estrogénios, que podem ser a opção para algumas mulheres.
Acima de tudo, fica a mensagem que há várias possibilidades contraceptivas. A escolha de um método que seja seguro e confortável deve ser individualizado, mas é exatamente para isso que é importante consultar seu médico ou ginecologista.
Os cuidados pré-gravidez
Quando uma mulher planeja engravidar, antes de parar o método contraceptivo que utiliza normalmente, deve realizar uma consulta pré-concepcional (antes de engravidar). Se bem que seja essencial na mulher portadora de diabetes, a verdade é que todas as mulheres a deviam realizar. Serve por exemplo, para diagnosticar doenças que já existem e que devem ser tratadas antes da gravidez, para mudar medicamentos que se tenham de fazer uso regularmente (pará-los subitamente quando se tem um teste de gravidez positivo pode não ser suficiente ou até má idéia...), para vacinar uma mulher que não seja imune à rubéola.
Estas consultas servem ainda para esclarecer dúvidas e abordar medidas de cuidado geral como, deixar de fumar, modificar hábitos alimentares e de exercício corretos. Vários estudos mostraram que as mulheres que iniciaram sob prescrição médica a ingestão de ácido fólico – uma vitamina – antes da gravidez, e a mantêm ao longo do 1. trimestre de gestação, têm uma diminuição do risco de malformações do sistema nervoso nos seus filhos. E esta é outra medida importante a ser iniciada antes de engravidar.
Na mulher com diabetes, além de todos estas medidas é importante obter um controle glicémico rigoroso – a hemoglobina glicosilada (Hb A1c) deve ter um valor inferior a 7%. Com isto, diminui-se o risco de aborto espontâneo, de malformações fetais e de sofrimento fetal (o risco torna-se quase igual ao da população em geral).
Nas mulheres que tomam antidiabéticos orais, eles devem ser mudados para um esquema de insulina mais adequado. O ajuste da terapêutica deve ser feita em consulta com o seu Endocrinologista.
As infecções sexualmente transmissíveis
São exemplos destas infecções o sífilis, a gonorréia, a tricomoníase, a hepatite B, as infecções a Herpes, a Clamidia, ao vírus do HPV e ao HIV. Os indivíduos com diabetes não têm aumento de risco destas infecções. Contudo, como qualquer outra pessoa devem preocupar-se com a sua prevenção e com o seu tratamento precoce. Além dos efeitos imediatos, existem muitas vezes repercussões a longo prazo. Algumas destas alterações tardias podem ser responsáveis por infertilidade alguns anos após uma infecção que passou despercebida...
O rastreio das neoplasias ginecológicas
Neste grupo é muito importante abordar duas situações em particular: o cancêr do colo do útero e o cancêr da mama. As mulheres com diabetes não têm risco aumentado destas situações, mas tal como qualquer outra mulher devem preocupar-se em preveni-los.
O cancêr da mama afeta mais frequentemente as mulheres a partir dos 40-50 anos e pode ser detectado precocemente através da palpação mamária (auto-palpação e por um médico em consulta) e por mamografias regulares. O exame mamário é contudo um cuidado que deve ser cumprido nas mulheres de todas as idades.
O câncer do colo do útero é freqüente em mulheres mais jovens. Tipicamente este cancêr é antecedido por alterações pré-malignas que são detectadas em citologia (exame de Papanicolau). Quando são tratadas nesse estado evita-se a progressão para o cancêr. Por esta razão, todas as mulheres após iniciarem a sua vida sexual devem ir regularmente (anualmente) a consultas em que é feito este exame.
Portal da Diabetes
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