O material é feito com o próprio tecido do coração. Pesquisadores realizaram testes em suínos enfartados, comprovando a eficácia do gel
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O material foi injetado no coração de seis porcos, duas semanas após terem sofrido enfarte. Outros quatro porcos enfartados, por outro lado, não receberam a terapia. Três meses após a aplicação, testes mostraram que os porcos que receberam o gel tinham melhorado a função cardíaca, enquanto os que não o receberam apresentaram piora. Os cientistas observaram a migração de células musculares para a região que recebeu o gel, além da formação de vasos sanguíneos nas áreas enfartadas. No outro grupo, o tecido afetado tornou-se fino e fibroso.
O enfarte ocorre quando uma ou mais artérias são obstruídas, impedindo a chegada de oxigênio no tecido cardíaco. Sem oxigênio, parte das células do coração – ou todas elas – morrem, podendo causar perda das funções cardíacas ou até mesmo a morte do indivíduo. "Pensamos que a melhor coisa para se injetar no coração seria o mesmo que estava lá inicialmente. Então, desenvolvemos a forma líquida dessa estrutura muscular", afirma Karen Christman, uma das autoras do estudo, publicado no periódico Science Translational Medicine.
Também foi constatado que o gel reduz a cicatrização, o que é importante, segundo o cardiologista Leopoldo Piegas, do HCor, porque a cicatriz que se forma após o evento atrapalha a contração cardíaca. Uma das críticas feitas ao estudo, afirma José Eduardo Krieger, diretor do Incor, é que os testes não foram realizados utilizando, para efeito de comparação, a medicação administrada hoje a enfartados. Isso permitiria determinar se os efeitos do gel são superiores aos medicamentos disponíveis.
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