Especialista descreve quais as vantangens e as desvantagens
de cada uma das cirurgias gástricas que podem ser feitas no nosso país.
“O tratamento para combater casos mais graves de obesidade deve incluir acompanhamento de nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, além de um preparador físico para que o paciente tenha um tratamento global para a obesidade. Quando o tratamento clínico com remédios, dieta e exercícios não funcionam, a cirurgia de redução no estômago pode ser uma alternativa. Neste caso o paciente precisa de acompanhamento médico após a cirurgia para o controle da alimentação e do estado emocional”, destaca o Dr. Luiz Vicente Berti, cirurgião do aparelho digestivo e diretor do Centro de Cirurgia Obesidade e Metabólica (SP).
O cirurgião explica que a obesidade pode desencadear diversos tipos de doenças metabólicas, tais como: diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, entre outras. “Para combater a doença é preciso deixar de lado a alimentação “pesada” e principalmente o sedentarismo. Mas, devido à vida moderna, isso está cada vez mais longe de se tornar realidade. Por isso, é preciso que as famílias revejam seus hábitos alimentares e passem a ter uma alimentação mais saudável e equilibrada e repassem isso às crianças, caso contrário, vamos ter uma epidemia da obesidade no mundo ainda maior”, alerta ele.
Enquanto certas atitudes não mudam na sociedade, é cada vez mais crescente o número de pessoas com sobrepeso, obesidade e obesidade mórbida. Veja abaixo quais são as cirurgias disponíveis no Brasil.
BANDA GÁSTRICA AJUSTÁVEL
Com um acesso à cavidade estomacal, a cirurgia é realizada através de vídeolaparoscopia, procedimento muito pouco invasivo, com pequenas incisões no abdome. É colocado um anel de silicone ao redor do estômago para criar uma pequena câmara gástrica por onde o alimento passará mais lentamente, levando o paciente a ingerir menores porções de alimentos.
A correta mastigação é importante na ingestão de qualquer alimento, porém pós-colocação da banda gástrica, isso é imprescindível para evitar desconforto ao paciente. O anel de silicone é ligado por um cateter (tubo) a um portal implantado abaixo da pele do paciente (junto aos músculos) e através do acesso ao mesmo, pode-se aumentar ou diminuir a passagem dos alimentos, dependendo das necessidades de cada paciente.
BYPASS
Operação realizada por acesso vídeolaparoscópico, para proporcionar saciedade e inibir os estímulos de vários hormônios intestinais, responsáveis pelo controle das doenças metabólicas, tais como diabetes, colesterol alto e hipertensão. É “construído” um novo estômago muito menor que o anterior. Em seguida, é realizado um desvio intestinal em que o alimento caminha, sem ter contato com os sucos digestivos, por um segmento intestinal.
Após este desvio, há novamente a união dos alimentos e dos sucos digestivos. Essa manobra é responsável pela inibição da produção da grelina – hormônio relacionado à fome – e pelo incentivo à produção de outros hormônios, como PYY e GLP 1, responsáveis pela melhoria das doenças metabólicas mencionadas.
GASTRECTOMIA VERTICAL
Operação realizada por acesso videolaparoscópico e com o uso de grampeadores (aparelho que corta e sutura), em que é retirada a área do estômago que produz o hormônio grelina, responsável pela sensação de fome. Com a redução do tamanho do estômago, o paciente ingere menores quantidades de alimentos, provocando o emagrecimento sustentável do mesmo.
BALÃO INTRAGÁSTRICO
Esfera oca de silicone inserida por endoscopia no interior do estômago e, portanto, não é um procedimento cirúrgico. Quando insuflado com uma solução de soro fisiológico e azul de metileno, irá ocupar mais ou menos 2/3 do espaço do estômago, causando a sensação de saciedade (estômago cheio). Após 7 meses, deve ser obrigatoriamente retirado, também através de endoscopia.
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