4.22.2014

Alergia alimentar

 
O que devemos saber sobre alergia alimentar

Termos alternativos: hipersensibilidade alimentar, intolerância alimentar, freqüência de alergia alimentar, Alergia alimentar 

O que é?
A alergia alimentar é uma reação indesejável que ocorre após a ingestão de determinados alimentos ou aditivos alimentares.
O termo hipersensibilidade alimentar (geralmente usado como sinônimo de alergia alimentar) pode ser definido como uma reação clínica adversa, reproduzível após a ingestão de alergenos (substâncias que desencadeiam a alergia) presentes nos alimentos, causados pela exposição a um estímulo em uma dose tolerada por pessoas normais.
A alergia alimentar sempre envolve um mecanismo imunológico, expressando-se através de sintomas muito diversos. A alergia alimentar é, simplificando ao máximo, uma resposta exagerada do organismo à determinada substância presente nos alimentos.
Como podem ser as reações alimentares indesejáveis.
Reações tóxicas

causadas por ação de toxinas ou por agentes infectantes. Secundárias à ingestão de alimentos contaminados, costumam se apresentar agudamente com febre, vômitos e diarréia.
Não tóxicas por

Intolerância alimentar (exemplo: intolerância à lactose (falta da enzima lactase que desdobra o açúcar lactose). Ela não é imunomediada).

Hipersensibilidade (alergia) é uma reação desencadeada por mecanismos imunológicos específicos, com resposta anormal ou exagerada a determinadas proteínas alimentares que podem ser mediadas por IgE (imunoglobulina E, proteína ligada a fatores de defesa) ou não.

Aversões psicológicas

Outras
Qual a freqüência da alergia alimentar?
As reações alimentares de causas alérgicas verdadeiras acometem 6-8% das crianças com menos de três anos de idade e 2-3% dos adultos. No entanto os pais acreditam que a incidência de alergia alimentar em seus filhos alcance 28 %.
Os indivíduos com outras doenças alérgicas apresentam maior incidência de alergia alimentar?
Sim. Pacientes com outras doenças alérgicas apresentam uma maior incidência de alergia alimentar, por exemplo, 38 % das crianças com Dermatite Atópica têm de alergia alimentar e 5% das com asma.
Quais são os fatores mais envolvidos na alergia alimentar?
 
Predisposição genética, (50 % dos pacientes com alergia alimentar possuem história familiar de alergia).
A capacidade de certos alimentos de produzir alergia.
permeabilidade do sistema digestivo.
falha dos mecanismos de defesa, ao nível do trato gastrintestinal
Que alimentos são mais envolvidos nos casos de alergia alimentar?
Entre os alimentos mais envolvidos encontramos: ovo, peixe, farinha de trigo, leite de vaca, soja e crustáceos. As reações graves (anafiláticas) estão, na maior parte das vezes, relacionadas à ingestão de crustáceos, leite de vaca, amendoim, e nozes.
Os corantes, conservantes e aditivos alimentares?
As reações adversas aos conservantes, corantes e aditivos alimentares são raras, mas não devem ser menosprezadas.
Como se manifestam as alergias alimentares?
A maior parte dos sintomas surge minutos a duas horas após a ingestão. Tanto a natureza da reação como seu tempo de início e duração são importantes para estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar. As reações cutâneas (que envolvem a pele) mais comuns são: urticária, inchaço, coceira e eczema; do sistema digestivo: diarréia, dor abdominal, vômitos, do aparelho respiratório: tosse, rouquidão e chiado no peito. Em crianças pequenas, a perda de sangue nas fezes, pode ocasionar anemia e retardo do crescimento.
Reação anafilática o que é?
É uma reação grave, potencialmente fatal, de início súbito, que demanda socorro imediato. A anafilaxia (reação anafilática) é desencadeada pela liberação maciça de substâncias químicas que despertam um quadro grave de resposta generalizada. Remédios, picadas de insetos, alimentos, etc., podem ser os desencadeantes. Em situações excepcionais o alimento induz o aparecimento, de coceira generalizada, edema (inchaços), tosse, edema de glote, rouquidão, diarréia, dor na barriga, vômitos, aperto no peito com queda da pressão arterial, arritmias cardíacas e colapso vascular (“choque anafilático”).
O que é síndrome de alergia oral?
É uma manifestação de alergia alimentar que ocorre após o contato da mucosa oral com determinados alimentos. As manifestações são instantâneas: coceira e inchaço nos lábios, palato e faringe.. Os alimentos freqüentemente envolvidos são: frutas como:melão, melancia, banana, pêssego, ameixa, e aipo.
Como o médico pode fazer o diagnóstico de alergia alimentar?
O diagnóstico depende da interpretação conjunta da história clínica minuciosa, dos dados do exame físico acompanhados dos exames laboratoriais.
Na história clínica, são importantes as informações sobre os alimentos ingeridos. Em algumas situações é possível correlacionar o surgimento dos sintomas com a ingestão de determinado alimento, em outras o quadro não é tão evidente. O chocolate raramente causa alergia,quando isto acontece, torna-se necessário pesquisar alergia ao leite de vaca ou à soja, usados em sua fabricação.
Uma história precisa é importante para determinar o “timing” da ingestão e o aparecimento dos sintomas, o tipo de sintomas, os alergenos alimentares que possam estar causando o problema, e o risco de atopia (ter vários tipos de alergia). A eliminação de um antígeno fortemente suspeito durante algumas semanas é geralmente usada na prática clínica para auxiliar no diagnóstico de alergia alimentar. Há a necessidade de testes diagnósticos confiáveis para a alergia alimentar.
Os testes alérgicos?
 
O (skin prick test) teste cutâneo, e a detecção de anticorpos IgE específicos na corrente sanguínea são mais valiosos quando negativos, já que sua alta sensibilidade os torna aproximadamente 95% precisos para excluir reações mediadas por IgE.
O RAST (radioallergosorbent test) e outros semiquantitativos semelhantes, estão sendo substituídos por métodos mais quantitativos de mensuração de anticorpos IgE específicos.
O “Imunoenzimático Fluorescente (CAP-system)” foi mais indicativo de alergia alimentar. O uso destes quantitativos de anticorpos IgE específicos para alimentos elimina a necessidade de se fazer testes de provocação alimentar em aproximadamente 50% dos casos.
O teste de contato (patch test) não é atualmente indicado para uso rotineiro.
Quando a história e os testes laboratoriais indicam uma resposta imunológica não mediada por IgE (mediada por células), podem ser necessários testes complementares para confirmar o diagnóstico de intolerância alimentar.
Embora os testes duplo cegos controlados por placebo ainda constituam o “padrão ouro” para o diagnóstico definitivo de alergia alimentar, os avanços tecnológicos aumentam o valor dos testes laboratoriais.
A determinação de marcadores inflamatórios no sangue e nas fezes ou de reações imunológicas aos alimentos como teste de hidrogênio expirado para intolerância à lactose ou biópsia gastrintestinal para determinar infiltração eosinofílica ou atrofia de vilosidades têm mostrado resultados duvidosos.
Nas alergias alimentares IgE-negativas, testes de provocação duplo cegos e controlados por placebo continuam sendo o padrão-ouro para o diagnóstico
A relação entre dermatite atópica e alergia alimentar merece especial atenção. Mais ou menos 1/3 dos casos de dermatite atópica apresenta alergia ao leite de vaca e quase 1/2 dos lactentes alérgicos ao leite têm dermatite atópica. A implicação é de que os testes cutâneos são menos confiáveis em pacientes com dermatite atópica, com até 24% de falsos positivos.. O uso de provas para determinação de IgE sérica alérgeno específica é útil em tais circunstâncias. 

Tratamento da alergia alimentar?
Não existe, ainda um medicamento para tratar especificamente a alergia alimentar. Os medicamentos são utilizados para o tratamento dos sintomas (crise).
Três modalidades são geralmente empregadas no manejo de alergias alimentares:
1 - Eliminar e evitar alérgenos específicos. A exclusão completa do alimento causador da reação é a única forma comprovada de manejo atualmente disponível.
É de extrema importância fornecer ao paciente e seus familiares orientações para evitar novos contatos com o alimento desencadeante. O paciente deve estar sempre atento verificando o rótulo dos alimentos industrializados buscando identificar nomes relacionados ao alimento que lhe desencadeia a alergia. Por exemplo, a presença de manteiga, soro, lactoalbumina ou caseinato aponta para a presença de leite de vaca. 2 - Tratamento medicamentoso.
Os estabilizadores dos mastócitos e os anti-histamínicos não têm papel de destaque no armamentário contra as manifestações digestivas da alergia alimentar. Em casos excepcionais, o uso de corticosteróides pode se fazer necessário. Recentemente medicamentos tópicos (fluticasona e montelukast) têm sido empregados. Para pacientes com anafilaxia, ou com sintomas respiratórios ou cardiovasculares, a adrenalina é a substância de escolha para o manejo das reações graves causadas por alergias alimentares do tipo imediato e da anafilaxia. 3 - medidas preventivas.
A crescente incidência de doenças alérgicas em países industrializados tem sido atribuída à falta de exposição a infecções microbianas no período inicial da vida, ou à chamada "hipótese da higiene"
Do mesmo modo que em outras enfermidades, os fatores genéticos e ambientais influenciam a manifestação da alergia alimentar
Influências genéticas
As crianças do sexo masculino parecem apresentar maior risco de doença atópica. O risco de alergia em um irmão de uma pessoa afetada é aproximadamente 10 vezes mais alto que na população geral.
Os lactentes chamados de "livres de risco" (sem histórico familiar) apresentam um risco alérgico residual de 15%.
Os lactentes com "risco intermediário", (com pai/mãe ou irmão atópico), apresentam um risco de desenvolvimento de alergias de 20- 40%
Os lactentes de “alto risco” (com atopia em ambos os pais ou histórico de alergia), apresentam um risco de desenvolvimento de alergias de 50- 80%.
Cálculos baseados nestes dados mostram números absolutos idênticos de lactentes com e sem risco de alergia (11/100) que poderão desenvolver alergias.
Levantando dúvidas: Os programas de prevenção de alergias devem ser direcionados à população de recém-nascidos em geral ou devem ser direcionados somente aos lactentes em risco?
Influências ambientais
O risco de alergia alimentar sofre a mesma influência dos fatores ambientais que atuam na doença atópica em crianças examinadas para doença respiratória. Fatores que incluem o efeito protetor do aleitamento materno e o efeito nocivo da exposição à fumaça de cigarro.
Entre os fatores ambientais se incluem a qualidade da alimentação materna durante a gravidez; idade em que os alimentos sólidos e alimentos alergênicos foram introduzidos; exposição a poluentes; parto cesáreo; idade materna; etc.
Os agentes microbianos também podem exercer um efeito importante na sensibilização atópica e na indução de tolerância. O uso de probióticos (bactérias adicionadas aos alimentos “lactobacilos”) demonstrou-se redutor de doença alérgica, a longo prazo
A prevenção primária
Bloqueia a sensibilização imunológica aos alimentos, principalmente devido aos anticorpos IgE. Aparentemente existe um período crítico antes e logo depois do nascimento durante o qual uma criança geneticamente programada e suscetível à atopia encontra-se em alto risco de sensibilização. O desafio é identificar prontamente os lactentes em risco e estabelecer medidas preventivas que sejam realistas e aceitáveis.
A prevenção secundária
Destina-se aos os indivíduos já sensibilizados, a fim de suprimir a expressão da doença após a sensibilização.
A prevenção terciária
Propõe-se a limitar os sintomas e problemas adicionais em indivíduos que já sofrem de alergia crônica. A prevenção terciária é o estágio de tratamento em que se tenta evitar a recorrência dos sintomas e susceptibilidade a outras possíveis proteínas antigênicas.
Tratamento sintomático e de substituição.
A substituição de alimentos por seus equivalentes é de fundamental importância mormente nos pacientes em crescimento. O envolvimento multidisciplinar se torna relevante nas situações pediátricas. Aproveitando o tratamento das “crises” de forma a minimizar o sofrimento, abreviar a recuperação e entender melhor as causas do ressurgimento dos sintomas
O que fazer caso venha ocorrer a ingestão acidental do alimento (alergeno)?
Os indivíduos com alergia alimentar grave (reação anafilática) devem ter identificação desta condição, para que cuidados médicos sejam imediatamente tomados, é medida adicional ter à mão adrenalina com instruções de uso. As reações leves desaparecem espontaneamente ou respondem aos anti-histamínicos (antialérgicos).
O paciente que apresenta reação a determinado alimento poderá um dia voltar a ingeri-lo?
Sim. Aproximadamente 85% das crianças perdem a sensibilidade à maioria dos alimentos (ovos, leite de vaca, trigo e soja) entre os 3-5 anos de idade.
Existe algum meio de prevenir a alergia alimentar?
É providência indispensável na criança de risco: estímulo ao aleitamento materno no primeiro ano de vida, introdução tardia dos alimentos sólidos potencialmente provocadores de alergia, após o 6º mês, o leite de vaca após 1 ano de idade, ovos aos 2 anos e amendoim, nozes e peixe somente após o 3º ano de vida

Fonte: ABC da Saúde

OS PERIGOS DA ALERGIA ALIMENTAR

Descubra as principais causas e aprenda a prevenir este mal que atinge pessoas de todas as idades.


Alergias e intolerâncias alimentares são comuns em crianças e adolescentes e saber reconhecer uma crise e se precaver de tais situações pode salvar vidas. Estima-se que, no Brasil, cerca de 8% das crianças e 3% dos adultos têm alergia alimentar.
Por isso, a alergista Dra. Fátima Rodrigues Fernandes do Hospital Infantil Sabará e diretora executiva do Instituto PENSI, Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil, alerta os pais para os principais casos e cuidados. 
A Anafilaxia é uma reação alérgica aguda, com risco de morte, que pode afetar todo o corpo e que geralmente é provocada por algo ingerido, injetado ou em contato com a pele, podendo ser por alimento, medicação, picada de insetos ou o contato com o látex.
Conheça os casos mais comuns:
Os frutos secos - como amêndoas, avelãs, amendoins, castanhas -, ovos, leite, frutos do mar e glúten são alguns dos principais causadores da alergia e, caso a criança tenha contato com os produtos, se não forem tratadas adequadamente, podem ter reações graves. “A irritação da pele com coceiras, manchas e vergões, além dos vômitos e diarreias, são alguns dos principais incômodos. Pessoas alérgicas, quando em contato com o alimento, independentemente da quantidade, terão a reação negativa em seu organismo, podendo chegar a ter problemas respiratórios e cardiovasculares”, afirma Dra. Fernandes.
Antibióticos e outros medicamentos, como penicilinas e cefalosporinas, também provocam reações adversas que, na maioria das vezes, acontece quando o medicamento é injetado e não consumido via oral. De acordo com a Dra. Fátima, “as reações alérgicas ocorrem em 1 a 5% dos tratamentos com penicilinas e 20% destas são do tipo anafilático.” Além disso, relaxantes musculares e narcóticos usados em anestesias, anti-inflamatórios e produtos derivados do sangue, como transfusões, também podem desencadear o problema.
No caso dos insetos, como abelhas, vespas, marimbondos e formigas de fogo, os venenos contêm enzimas que são capazes de causar anafilaxia. No caso da abelha, o corpo todo é envolvido. As reações podem ser leves, e só envolver a pele (urticária ou vergões, vermelhidão da pele e coceira generalizada), ou graves (falta de ar e / ou perda de consciência, com perda de pressão arterial).
O Látex, que engloba materiais e equipamentos de uso em procedimentos médicos e dentários, como luvas, cateteres e sondas, pode desencadear no profissional da saúde a chamada alergia ocupacional, gerada através do uso frequente de luvas, especialmente as que contêm pó. Pacientes que fazem muitas cirurgias também estão suscetíveis ao problema. Materiais de uso cotidiano, por exemplo, como balões de festa, luvas para limpeza doméstica, preservativos, elásticos e brinquedos de borracha, também estão neste grupo de risco.
Realizar exames na criança pode identificar tais riscos e prevenir que problemas graves como este aconteçam, além disso, manter os alimentos de risco fora do alcance dos mais novos é fundamental. De qualquer modo, procurar um especialista em casos de alerta é sempre o mais recomendado. 
Fonte Sua Dieta 

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