Possíveis destroços do avião da Malásia são encontrados no litoral australiano
Material não identificado está sendo analisado por autoridades; próxima etapa das buscas deve ser anunciada semana que vem
iG
Rio - Material não identificado que apareceu no
litoral australiano está sendo investigado por sua eventual ligação com
o avião da Malásia, desaparecido há mais de sete semanas com 239
pessoas a bordo, informaram autoridades da Austrália nesta quarta-feira.
A polícia australiana recolheu o material,
encontrado 10 quilômetros a leste da cidade de Augusta, na ponta sul do
Estado da Austrália Ocidental, de acordo com o Centro de Coordenação
Conjunta das Agências, órgão australiano que comanda as buscas.
O conteúdo, cuja descrição ainda não
foi divulgada, é o primeiro relato de possíveis destroços do Boeing em
semanas e a primeira pista desde 4 de abril, quando autoridades
detectaram no mar o que acreditavam ser sinais da caixa-preta do avião
da Malaysia Airlines.
Veículo submarino autônomo é implantado no Índico para auxiliar nas buscas por destroços do avião da Malaysia Airlines
Foto: Divulgação
Enquanto isso, o primeiro-ministro
australiano, Tony Abbott, informou nesta quarta que o fracasso nas
buscas por possíveis destroços do jato não significa o fim da procura
pelo voo malaio. Autoridades planejam em breve trazer o mais poderoso
equipamento de sonar da atualidade para aprofundar as buscas sob o
Oceano Índico.
"Se no final desse período nada for encontrado,
não vamos abandonar as buscas, vamos talvez repensá-la. Não vamos
descansar até que tenhamos feito tudo o que pudermos para resolver este
mistério", Abbott afirmou aos jornalistas.
"Devemos isso às famílias das 239 pessoas a
bordo, devemos isso a centenas de milhões - na verdade bilhões - de
pessoas que viajam por via aérea. A única maneira de chegar ao fundo
deste caso é manter as buscas na zona do provável impacto até
encontrarmos algo ou até que tenhamos procurado ele tão completamente
quanto o engenho humano permite neste momento ", disse ele.
De acordo com o centro de coordenação de
buscas, um submarino robótico Bluefin da Marinha os EUA havia
digitalizado mais de 80% dos 310 quilômetros quadrados do fundo do mar
na zona de buscas na costa oeste da Austrália. Mas até o momento, nada
sobre o Boeing havia sido detectado.
A área de buscas é circular, tem 4,5
quilômetros e 20 quilômetros de largura, e fica em torno da região onde
equipamento sonar captou um sinal sonoro no último dia 8 que poderia ser
das caixas-pretas do avião. Mas as baterias que alimentam esses
possíveis sinais já acabaram.
Segundo o ministro da Defesa David Johnston, a
Austrália está consultando a Malásia, China e os Estados Unidos para a
próxima fase das buscas pelo avião, desaparecido desde o último dia 8 de
março. Detalhes sobre a próxima etapa serão anunciados na próxima
semana.
Johnston explicou que o poderoso equipamento
sonar de varredura provavelmente será implantado. Eles são semelhantes
aos submarinos de controle remoto que encontraram o Titanic a 3.800
metros sob o Oceano Atlântico em 1985 e o australiano HMAS Sydney, que
afundou durante a Segunda Guerra Mundial no Índico ao largo da costa da
Austrália, ao norte da área de pesquisa atual, em 2008.
"Acredito que na próxima fase
entramos com equipamentos mais potentes, capazes de fazer buscas em
águas mais profundas", Johnston disse à Associated Press.
Buscas
Mais de duas dezenas de países estão
envolvidos na procura pelo Boeing 777, que sumiu dos radares pouco
depois de decolar para um voo de Kuala Lumpur para Pequim, no que as
autoridades creem ter sido um ato deliberado.
A Malásia pediu a petroleiras e
outras empresas comerciais que forneçam meios de auxílio às buscas
depois de ter afirmado anteriormente que mais AUVs podem ser usados.
Após quase duas semanas sem captar
nenhum sinal acústico, e muito depois dos trinta dias de expectativa de
vida da bateria da caixa-preta, as autoridades apostam cada vez mais no
Bluefin-21, veículo não tripulado de US$ 4 milhões da Marinha dos EUA.
Como as buscas visuais na superfície
do oceano não forneceram provas concretas, o drone, com sua capacidade
de mergulhar em grande profundidade com seu sonar "escâner lateral", se
tornou a peça central da busca nos dois mil quilômetros a oeste da
cidade australiana de Perth.
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