Os pais devem observar que modalidade é mais adequada à idade e ao gosto da criança. O importante é se mexer e se divertir
Rio - Judô ou futebol? Balé ou circo?
Na hora de escolher a atividade física ideal para as crianças, os pais
precisam ter cuidados. Devem levar em consideração o profissional que
acompanha os filhos, a idade adequada para cada esporte e, claro, se o
exercício praticado agrada aos pequenos, para que as aulinhas, que
precisam ser divertidas, não virem um fardo.
A natação, o balé e a capoeira são
algumas atividades recomendadas pelo professor de Educação Física da
Universidade Federal de Campinas (Unicamp) Miguel Arruda. Além de
trazerem benefícios, não têm contraindicações. “O balé desenvolve a
elasticidade. Já a capoeira aumenta o equilíbrio, e a natação, a
capacidade cardiorrespiratória”, explica. Judô, vôlei e futebol também
entram na lista. Os três desenvolvem habilidades motoras complexas. O
judô, além disso, fortalece o domínio do próprio corpo.
A ideia é testar diversos movimentos e usar os
esportes, a dança e as artes marciais como ‘panos de fundo’ para atrair o
interesse das crianças que precisam, acima de tudo, se movimentar e se
divertir. “Competições só são saudáveis a partir dos 10 anos para
meninas, e 12 anos para os meninos”, diz o especialista. Ele explica que
as crianças não têm maturidade para sofrer pressão por resultados.
A cobrança não faz parte do cotidiano de Julia Pugliese, 8 anos, aluna do Circo Crescer e Viver, ONG que ensina arte circense para crianças carentes na Cidade Nova. Há um ano, a mãe da menina, Andreia Pugliese, corta um dobrado para manter a filha na atividade que a faz feliz, já que o dinheiro da passagem pesa no orçamento. A moradora do Complexo do Alemão acompanha as aulas e confia nos educadores: “A equipe é cuidadosa”, elogia.
PRAZER E SOCIALIZAÇÃO
Na lona, as crianças fazem exercícios no trapézio, com malabares e até cambalhotas, interagindo entre si. “Eu adoro estar aqui. Me sinto muito bem no circo”, conta Julia. A socialização é um dos pontos positivos de se exercitar desde a infância. O pediatra Antônio Carlos Turner explica que se mexer ainda ajuda a função cardiovascular, melhora a postura, a concentração e o aprendizado. “A atividade física é essencial ao corpo e à mente, aumenta a autoconfiança, tão importante para o bem-estar,” defende o médico.
O professor e pesquisador do curso de Educação Física da Uerj Luiz Alberto Baptista crê que é importante não focar em uma só atividade quando o filho é muito pequeno. “As habilidades motoras de crianças de 5 e 6 anos, por exemplo, foram desenvolvidas recentemente. Elas precisam experimentar todas as possibilidades”, afirma.
Ele defende boas aulas de educação física nas escolas, pois elas dão uma visão geral dos esportes. “Os pais devem ficar atentos à qualidade desse profissional e cobrar do colégio aulas que sejam diversificas ”, alertou.
Natação
O esporte aumenta a capacidade do sistema cardiorrespiratório e, por isso, é tão aconselhado para crianças com asma. Recomendado a partir de 1 ano de idade.
Futebol
Desenvolve habilidades motoras complexas no domínio da bola. A desvantagem aparece na cobrança de adultos por resultados e na carga do treino. A partir de 3 anos de idade.
Judô
Aperfeiçoa habilidades motoras, aumenta o domínio do próprio corpo e do ‘adversário’. O impacto gerado pelos golpes pode ser preocupante. Ideal a partir dos 4 anos.
Balé
Desenvolve o domínio e a consciência corporal, elasticidade e flexibilidade nos movimentos. Não há desvantagens conhecidas. Atividade recomendada a partir dos 3 anos.
Capoeira
Desenvolve o domínio corporal, habilidades motoras, rítmicas e melhora o equilíbrio. Não há desvantagens conhecidas. Recomendado a partir dos 3 anos de idade.
Vôlei
Ajuda a desenvolver habilidades motoras complexas, com a desvantagem de que os saltos geram impactos no corpo. Por isso, é recomendado apenas a partir dos 10 anos.
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