Um estudo realizado por pesquisadores da Finlândia e publicado na edição de Fevereiro do The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism demonstrou que alguns corticosteróides utilizados por via inalatória podem retardar o crescimento de crianças asmáticas.
É sabido há muito tempo que o uso de corticosteróides (anti-inflamatórios) causa supressão da glândula supra-renal e pode causar retardo de crescimento em crianças. A forma mais segura de administração destas drogas na asma tem sido a via inalatória, já que por esta via se utilizam doses muito menores, com menor efeito sistêmico. O Dr. Senja Kannisto e colaboradores do Hospital Universitário de Kuopio estudaram 75 crianças asmáticas para verificar se os corticosteróides inalados poderiam também prejudicar o crescimento das crianças.
Trinta destas 75 crianças utilizaram o corticosteróide fludicazona 500mcg/dia por 2 meses, e depois reduziram a dose para 200mcg/dia. Outros trinta foram tratados com budesonida 800mcg/dia por 2 meses e reduziram a dose para 400mcg/dia. Os 15 restantes não utilizaram corticosteróides, tendo sido controlados apenas com broncodilatadores.
Após 4 meses de tratamento, as crianças tratadas com budesonida mostraram resultados alterados em um exame de laboratório para avaliação da função da supra-renal. Tais resultados não foram observados no grupo tratado com fluticasona. Num acompanhamento mais longo, os pesquisadores observaram que o grupo de crianças tratadas com fluticasona cresceu tão bem quanto as crianças que não usaram corticosteróides, mas houve uma dificuldade no crescimento das crianças em uso de budesonida.
Os corticosteróides são utilizados como anti-inflamatórios na asma, que já se sabe que esta é uma doença inflamatória dos brônquios. Sem o uso de anti-inflamatórios, a recuperação das crises é muito mais lenta e difícil, e o controle de sintomas insatisfatório.
Os pesquisadores concluíram que, nas doses estudadas, a fluticasona influiu menos no crescimento do que a budesonida.
Fonte: The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism 2000; 85:652-657.
Nenhum comentário:
Postar um comentário