A dessalinização é uma das alternativas que alguns países encontraram para suprir a falta d’água. Mas, no Brasil, técnica ainda é usada em pequena escala
Rio - A crise hídrica que afeta São Paulo nos
últimos meses e ameaça chegar ao Rio em breve trouxe o abastecimento e
uso da água para o centro do debate no Brasil. Com os reservatórios em
mínimas históricas, o país poderia se espelhar no exemplo de outras
nações que enfrentaram a falta de água com investimentos na
dessalinização da água do mar para consumo.
A técnica, criada na década de 1960, capta a água salgada e, através do processo de osmose reversa, um sistema de filtros retira as moléculas de sal e impurezas da água, tornando-a própria para o uso. Também são adicionados produtos químicos para deixar o gosto agradável.
Projetos enfrentam críticas
Apesar de ser a aposta de muitos países para enfrentar a falta de água, o método de dessalinização também é alvo de questionamentos quanto à sua sustentabilidade e garantia de manutenção pelas próximas décadas.
A técnica, criada na década de 1960, capta a água salgada e, através do processo de osmose reversa, um sistema de filtros retira as moléculas de sal e impurezas da água, tornando-a própria para o uso. Também são adicionados produtos químicos para deixar o gosto agradável.
O Brasil já faz uso da dessalinização
em pequena escala. Desde 2011, uma usina abastece os 2.600 moradores do
arquipélago de Fernando de Noronha com água do mar. Também há projetos
em andamento em nove estados, como Ceará, Pernambuco e Bahia.
O método vem crescendo rapidamente e
já há cerca de 15 mil usinas instaladas em mais de 25 países,
especialmente no Oriente Médio, como o Catar. Somente nos últimos 30
anos, a produção de água dessalinizada passou de oito para 60 milhões de
metros cúbicos por dia. Estados Unidos, Espanha e China também utilizam
a técnica.
Porém, o país que mais investe nessa modalidade
de uso da água é Israel que, em 2010, inaugurou a maior usina do mundo,
localizada na cidade de Hadera. Apenas com sua produção é possível
abastecer um sexto da população. “Uma megausina de dessalinização trará
uma era de água abundante e acessível para o mundo”, disse à época
Avshalom Felber, diretor da IDE Technologies, empresa responsável pela
construção da usina.Projetos enfrentam críticas
Apesar de ser a aposta de muitos países para enfrentar a falta de água, o método de dessalinização também é alvo de questionamentos quanto à sua sustentabilidade e garantia de manutenção pelas próximas décadas.
Entre as críticas aos massivos
investimentos que nações como Israel, China e Emirados Árabes Unidos têm
feito, estão a extinção da vida marinha na área de captação e a
poluição das águas por reagentes químicos.
Peixes pequenos e microorganismos marinhos,
como o plâncton, acabam sendo sugados pelas usinas e mortos nos filtros.
Já a poluição das águas se dá pois: ao final do processo de
dessalinização as moléculas de sal e os produtos químicos utilizados são
despejados de volta no mar, o que pode impedir que a água volte a ser
usada.
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