Modelos mostram o poder da beleza madura
Rio - Visualize uma mulher deslumbrante,
brilhando em uma campanha publicitária. Se você pensou em uma top de 17
anos, é bom rever seus conceitos. Se antes a moda era um espaço
reservado apenas aos jovens, hoje o mercado consagra também as mulheres
maduras.
O desejo de viver novos desafios é uma característica de Ligia. Formada em Educação Física, na década de 80 ela foi considerada a versão brasileira de Jane Fonda, lançando vídeos de ginástica aeróbica, assim como a atriz americana. Mais tarde, passou a administrar spas.
Confiante, a empresária acredita que as marcas brasileiras vão embarcar nessa onda e torce para ver o seu rosto estampando uma campanha. “A beleza madura atrai olhares e o mercado está atento. Sempre tive uma vida jovem e, agora, aos 73 anos, sigo querendo me reinventar. Não vou me acomodar”, avisa ela, que sonha fotografar para a grife Saint Laurent.
Para a jornalista e consultora de moda Lu Catoira, 65, esse tipo de novidade mexe com a autoestima da mulher na terceira idade. “A sensualidade fica um pouco de lado com o passar do tempo. Ver uma mulher madura numa campanha, usando um maiô legal, uma lingerie mais elaborada, faz com que a dona de casa ganhe coragem para se cuidar mais.”
A grife francesa Saint Laurent, por
exemplo, usou como o seu novo rosto a cantora folk canadense Joni
Mitchell, de 71 anos. A L’Oréal escolheu a ex-modelo inglesa Twiggy, 60,
para ser a nova embaixadora da marca. A atriz inglesa Helen Mirren, 69,
também é uma das eleitas da empresa. O mesmo aconteceu com a Marc
Jacobs Beauty, que elegeu a atriz americana Jessica Lange, 64, para ser a
sua imagem.
Provando que estilo não tem idade, a
decoradora americana Iris Apfel, 93, protagoniza a campanha da marca de
joias Alexis Bittar. Já a italiana Dolce e Gabbana inovou ainda mais:
com o mote ‘A risada de uma mulher em qualquer idade é sinônimo de pura
beleza’, colocou três vovós italianas em sua campanha de verão.
Pronta para assumir o seu espaço nessa
tendência, a empresária Ligia Azevedo, 73, encarou as lentes
fotográficas e posou para o D Mulher mostrando a sua forma invejável.
“Há três anos eu tive uma experiência como esta. Eu e mais cinco
mulheres fizemos uma campanha bem bacana para a Natura. Seis mulheres
com mais de 70 e profissões diferentes. Mulheres lindas e prontas para
mostrar o seu valor. A questão é que nós estamos vivendo mais e com mais
qualidade. Não faz sentido a gente não aproveitar este momento. E essas
grifes estão incentivando as mulheres a mostrarem ousadia”, diz ela.
O desejo de viver novos desafios é uma característica de Ligia. Formada em Educação Física, na década de 80 ela foi considerada a versão brasileira de Jane Fonda, lançando vídeos de ginástica aeróbica, assim como a atriz americana. Mais tarde, passou a administrar spas.
Confiante, a empresária acredita que as marcas brasileiras vão embarcar nessa onda e torce para ver o seu rosto estampando uma campanha. “A beleza madura atrai olhares e o mercado está atento. Sempre tive uma vida jovem e, agora, aos 73 anos, sigo querendo me reinventar. Não vou me acomodar”, avisa ela, que sonha fotografar para a grife Saint Laurent.
Quem também está otimista com essa
iniciativa é o estilista Ronaldo Fraga, 46. “É um alívio pensar que
estamos finalmente olhando para a mulher de uma outra forma. A sensação
que eu tenho é que, aqui no Brasil, a partir do momento em que a mulher
completa 60 anos, ela se torna invisível para a sociedade.
A iniciativa destas grifes pode ajudar a fazer
essa visão preconceituosa desaparecer”, avalia o profissional, que, em
2009, apresentou a coleção Risco de Giz, na São Paulo Fashion Week, com
modelos com mais de 60 anos na passarela. “Ainda me lembro da comoção e
da repercussão deste trabalho. Quando você expõe a beleza real, as
pessoas não ficam indiferentes.” Para a jornalista e consultora de moda Lu Catoira, 65, esse tipo de novidade mexe com a autoestima da mulher na terceira idade. “A sensualidade fica um pouco de lado com o passar do tempo. Ver uma mulher madura numa campanha, usando um maiô legal, uma lingerie mais elaborada, faz com que a dona de casa ganhe coragem para se cuidar mais.”
Ícone de elegância, a consultora de
moda Constanza Pascolato, 75, acredita que a hipervalorização da eterna
juventude no Brasil ainda levará um tempo para acabar. “Infelizmente,
aqui ainda não há muita preocupação com a mulher de conteúdo. Na maioria
das vezes, querem a gostosona. Isso fica claro para mim quando estou
fora do país. Nos EUA, por exemplo, as pessoas olham para a mulher com
mais de 70 e a acham o máximo”.
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