Quanto aos homicídios de indígenas, não há argumentação nem ideologia em jogo: é simplesmente caso de polícia
Rio
- O alerta sobre os riscos
que correm as populações indígenas, ameaçadas pelos matadores de aluguel
de Mato Grosso do Sul e pelo Congresso conservador, empenhado em
discutir projetos que podem reduzir suas reservas não tem ideologia politica. Nesses tempos de
bate-bocas radicalizados, em que os envolvidos em um debate não se ouvem
uns aos outros, resolvi abrir espaço para aqueles que discordam
respeitosamente (claro, há os desrespeitosos) e dialogar com eles.
Argumentar com os discordantes é a maior prova que posso dar de respeito
a eles.
Um leitor levanta que o índice de mortes violentas entre os índios (foram 70 no ano passado) não é nada alarmante. Compara à taxa de homicídios no Brasil, que é de 29 mortes por 100 mil habitantes. Sendo assim, oito mortes violentas de índios por 100 mil não seria muito, escreve ele. É preciso lembrar, no entanto, que a população indígena é tutelada pelo Estado. Suas reservas deveriam ser protegidas. Apesar disso, essas comunidades servem para o tiro ao alvo de matadores de aluguel. Outro detalhe importante: índios estão longe das áreas urbanas, onde a criminalidade faz vítimas como em áreas de guerra. Comparar alhos com bugalhos é falsear as estatísticas.
Há outro argumento contra os índios e o colunista. Dois leitores repetem que 13% do território nacional são terras indígenas e questionam o fato de uma área tão grande estar em poder de apenas meio por cento da população brasileira. É preciso lembrar a estes, porém, que há 515 anos os índios eram donos de 100% do Brasil. O capitalismo, que exalta o direito à propriedade, consagrou o conceito de ‘usucapião’, ou seja, reconhece a propriedade de quem vive há muito tempo em um lugar. Ponto para os índios. Sobre o argumento de existir poucos indígenas para muita terra: poderiam dizer o mesmo dos latifundiários, que mantêm no interior do país tantas fazendas improdutivas, enquanto milhões de brasileiros não têm onde produzir ou morar. Contra estes, no entanto, nenhum pio.
O Congresso é composto de várias correntes ideológicas e cada qual propõe ou vota os projetos de acordo com suas convicções e interesses. É legítimo que os conservadores estejam no Parlamento, assim como a crítica aos projetos que pareçam retrocesso também é legítima. O que importa é que os dois lados, progressistas e conservadores, debatam de forma civilizada para chegar a um resultado bom para o país. Quanto aos homicídios de indígenas, não há argumentação nem ideologia em jogo: é simplesmente caso de polícia.
POR TRÁS DA TRIBUNA
Houve quem atribuísse à falta de dinheiro do governo estadual a perda de peso do governador Luiz Fernando Pezão. Seus ternos estão visivelmente mais folgados. Da preocupação para fechar as contas do Executivo ao corte de comida no palácio do governo, especulou-se de tudo nas últimas semanas. Nem uma coisa nem outra. Pezão está fazendo dieta, preocupado com a saúde. Nessa batida, já perdeu 20 quilos.
Um leitor levanta que o índice de mortes violentas entre os índios (foram 70 no ano passado) não é nada alarmante. Compara à taxa de homicídios no Brasil, que é de 29 mortes por 100 mil habitantes. Sendo assim, oito mortes violentas de índios por 100 mil não seria muito, escreve ele. É preciso lembrar, no entanto, que a população indígena é tutelada pelo Estado. Suas reservas deveriam ser protegidas. Apesar disso, essas comunidades servem para o tiro ao alvo de matadores de aluguel. Outro detalhe importante: índios estão longe das áreas urbanas, onde a criminalidade faz vítimas como em áreas de guerra. Comparar alhos com bugalhos é falsear as estatísticas.
Há outro argumento contra os índios e o colunista. Dois leitores repetem que 13% do território nacional são terras indígenas e questionam o fato de uma área tão grande estar em poder de apenas meio por cento da população brasileira. É preciso lembrar a estes, porém, que há 515 anos os índios eram donos de 100% do Brasil. O capitalismo, que exalta o direito à propriedade, consagrou o conceito de ‘usucapião’, ou seja, reconhece a propriedade de quem vive há muito tempo em um lugar. Ponto para os índios. Sobre o argumento de existir poucos indígenas para muita terra: poderiam dizer o mesmo dos latifundiários, que mantêm no interior do país tantas fazendas improdutivas, enquanto milhões de brasileiros não têm onde produzir ou morar. Contra estes, no entanto, nenhum pio.
O Congresso é composto de várias correntes ideológicas e cada qual propõe ou vota os projetos de acordo com suas convicções e interesses. É legítimo que os conservadores estejam no Parlamento, assim como a crítica aos projetos que pareçam retrocesso também é legítima. O que importa é que os dois lados, progressistas e conservadores, debatam de forma civilizada para chegar a um resultado bom para o país. Quanto aos homicídios de indígenas, não há argumentação nem ideologia em jogo: é simplesmente caso de polícia.
POR TRÁS DA TRIBUNA
Houve quem atribuísse à falta de dinheiro do governo estadual a perda de peso do governador Luiz Fernando Pezão. Seus ternos estão visivelmente mais folgados. Da preocupação para fechar as contas do Executivo ao corte de comida no palácio do governo, especulou-se de tudo nas últimas semanas. Nem uma coisa nem outra. Pezão está fazendo dieta, preocupado com a saúde. Nessa batida, já perdeu 20 quilos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário