Em crianças, uso de dispositivos eletrônicos pode contribuir para desencadear problema
Rio
- Cerca de 10 milhões de brasileiros, segundo o IBGE, sofrem com a
perda auditiva, uma das deficiências mais comuns. Mas aceitar o problema
não é uma atitude fácil e pode levar ao isolamento e à depressão.
Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins (EUA) constataram, em estudo
realizado com idosos, que há uma correlação entre perda de audição não
tratada e problemas de saúde física, emocional e mental na terceira
idade. Dos idosos que tinham perda auditiva não tratada, 32% haviam sido
hospitalizados e 36% deles tinham uma probabilidade maior de sofrer
danos e doenças nos dez anos seguintes. Eles também eram 57% mais
suscetíveis a sofrer estresse profundo, depressão ou mau humor.
Reportagem de Aline Cavalcante
Sandra
Gomes, de 56 anos, passou por momentos de solidão devido ao problema de
audição. “Às vezes eu até me retraía, queria estar no meio das pessoas e
não conseguia ouvir. Comecei a usar o aparelho e posso dizer que sou
outra pessoa”, conta.
Na véspera do Dia Nacional da Prevenção e Combate à
Surdez, lembrado amanhã, especialistas alertam que a perda de audição
tem se tornado cada vez mais comum entre os jovens. A causa? A poluição
sonora das ruas, as vozes e ruídos intensos no trabalho e o som alto que
sai dos fones de ouvido. Segundo a otorrinolaringologista membro da
Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia
Cérvico-Facial(ABORL-CCF),Luciane Mello, alerta. “Crianças de até quatro
anos, que ainda não falam frases completas, com desenvoltura e
dificuldades na escola ou falam muito alto, podem ter problemas
auditivos”.
Para prevenir a perda da audição deve-se evitar a
exposição a sons altos por mais de oito horas diárias. Segundo a
Organização Mundial da Saúde, o som não deve ultrapassar 70 decibéis.
Acima de 85, este ruído já se torna uma ameaça à saúde e à audição. Além
de fatores ambientais, a perda auditiva estar relacionada a fatores
genéticos ou decorrentes do envelhecimento. Nas crianças, as doenças
infecto-contagiosas, a exemplo da meningite e da rubéola, podem ser
potenciais desencadeadores.Reportagem de Aline Cavalcante
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