11.09.2015

Perda da audição pode levar idoso à depressão

Em crianças, uso de dispositivos eletrônicos pode contribuir para desencadear problema

O Dia
Rio - Cerca de 10 milhões de brasileiros, segundo o IBGE, sofrem com a perda auditiva, uma das deficiências mais comuns. Mas aceitar o problema não é uma atitude fácil e pode levar ao isolamento e à depressão. Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins (EUA) constataram, em estudo realizado com idosos, que há uma correlação entre perda de audição não tratada e problemas de saúde física, emocional e mental na terceira idade. Dos idosos que tinham perda auditiva não tratada, 32% haviam sido hospitalizados e 36% deles tinham uma probabilidade maior de sofrer danos e doenças nos dez anos seguintes. Eles também eram 57% mais suscetíveis a sofrer estresse profundo, depressão ou mau humor.
Sandra Gomes, de 56 anos, passou por momentos de solidão devido ao problema de audição. “Às vezes eu até me retraía, queria estar no meio das pessoas e não conseguia ouvir. Comecei a usar o aparelho e posso dizer que sou outra pessoa”, conta.
Surdez é associada à genética, meio ambiente ou envelhecimento
Foto: iStockphoto
Na véspera do Dia Nacional da Prevenção e Combate à Surdez, lembrado amanhã, especialistas alertam que a perda de audição tem se tornado cada vez mais comum entre os jovens. A causa? A poluição sonora das ruas, as vozes e ruídos intensos no trabalho e o som alto que sai dos fones de ouvido. Segundo a otorrinolaringologista membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial(ABORL-CCF),Luciane Mello, alerta. “Crianças de até quatro anos, que ainda não falam frases completas, com desenvoltura e dificuldades na escola ou falam muito alto, podem ter problemas auditivos”. 
Para prevenir a perda da audição deve-se evitar a exposição a sons altos por mais de oito horas diárias. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o som não deve ultrapassar 70 decibéis. Acima de 85, este ruído já se torna uma ameaça à saúde e à audição. Além de fatores ambientais, a perda auditiva estar relacionada a fatores genéticos ou decorrentes do envelhecimento. Nas crianças, as doenças infecto-contagiosas, a exemplo da meningite e da rubéola, podem ser potenciais desencadeadores.

Reportagem de Aline Cavalcante

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