Psicóloga dá dicas de como deve ser a relação entre pais e filho mais velho diante do irmãozinho que está a
De acordo com a psicóloga e psicanalista Christine Bruder, diretora do Primetime Child Development, um centro de desenvolvimento infantil para crianças de zero a três anos, o diálogo é sempre a melhor opção para lidar com a situação. Posicionar a criança sobre a vinda do irmãozinho e mostrar a ela que não será menos amada por conta disso faz toda a diferença. “Independente da idade do primogênito, conversar sempre ajuda a criança a recuperar memórias afetivas e fortalecer essa ligação tão especial que ele a mãe construíram durante esse tempo, e entender que o bebê novo vai aos poucos fazer parte dessa história linda”, afirma Christine.
O melhor momento para que o filho tome conhecimento sobre o futuro bebê é quando o volume da barriga da mãe torna-se visível, assim é mais fácil à assimilação da criança, uma vez que ela sente de forma concreta a presença do bebê. Escolher brinquedos, roupas e participar dos preparativos para chegada do irmãozinho junto com os pais reforça o laço de inclusão familiar. Depois do nascimento, o primogênito pode participar dos cuidados diários do irmão como “ajudante” da mãe. A criança pode buscar sabonete, toalha de banho, escolher a fralda, abrir o creme, escolher a roupa e o sapato. Essa interação faz com que a filho se sinta importante e incluído na família, afastando de si o ciúme.
É comum os pais tentarem evitar que o mais velho sinta ciúmes, mas isso vai contra o natural do ser humano e pode causar ainda mais confusão nos sentimentos da criança. O ciúme é inevitável e deve ser aceito. “Negar a presença do ciúme não faz com que ele desapareça e o amor fraterno se constrói no dia a dia, com tempo e intimidade. A criança mais velha precisa entender o que sente, nomear seus sentimentos, saber que é normal e faz sentido ele ter ciúmes do bebê, e que isso não faz dele um irmão ou filho menos adequado”, explica Christine.
Comentários como “você já é mocinho agora” devem ficar fora das conversas com o filho mais velho, assim como esperar atitudes como deixar a mamadeira, chupeta e as fraldas também não é o mais correto. Perante este discurso a criança se sente pressionada diante um amadurecimento ao qual ela ainda não está preparada. Cada um tem o próprio ritmo. Um bebê está a caminho, mas ainda há um ser humano em casa que continua precisando de dedicação e carinho.
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