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6.15.2010
DILMA vai dar continuidade ao governo do presidente Lula, mas o fará com "alma e coração de mulher
Oficializada candidata, Dilma diz que vai 'continuar Brasil de Lula'
'Mudei de nome e vou colocar Dilma na cédula', disse Lula sobre a sucessão.
Dilma disse que, se eleita, manterá estabilidade econômica e cortará impostos.
A ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff foi oficializada neste domingo (13), em votação simbólica, como candidata do partido à Presidência da República. A convenção nacional do PT começou por volta de 10h e contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente, José Alencar, presidentes de partidos, deputados e senadores. O vice de Dilma, o deputado Michel Temer, do PMDB, também estava na convenção.
A ex-ministra da Casa Civil disse que vai dar continuidade ao governo do presidente Lula, mas o fará com "alma e coração de mulher". "Não é por acaso que depois desse grande homem o Brasil possa ser governado por uma mulher, uma mulher que vai continuar o Brasil de Lula, mas que fará o Brasil de Lula com alma e coração de mulher", disse.
“O presidente Lula mudou o Brasil e o Brasil, por essa mudança, quer seguir mudando. A continuidade que o Brasil deseja é a continuidade da mudança. O que queremos é seguir mudando para melhor, com mais crescimento e inclusão social”, afirmou.
Não é por acaso que depois desse grande homem o Brasil possa ser governado por uma mulher, uma mulher que vai continuar o Brasil de Lula, mas que fará o Brasil de Lula com alma e coração de mulher"Dilma RousseffA candidata petista afirmou ainda que se eleita vai manter a estabilidade econômica e reduzir a carga dos impostos. Ela prometeu desonerar investimentos para possibilitar um maior crescimento da economia.
“Para o Brasil seguir mudando é preciso continuar a estabilidade e aprovar a reforma tributária. Nosso sistema tributário é caótico. Vamos investir para informatizar tributos, diminuir alíquota dos impostos e ampliar a base de arrecadação”, disse. “Vamos aprofundar ainda a desoneração dos investimentos porque ele melhora o crescimento econômico.”
A candidata do PT defendeu um governo de união e afirmou que vai trabalhar para "todos" se for eleita. Ela também afirmou que vai estimular, durante a campanha, o debate de ideias. "Governaremos para todos. Sei como buscar união de forças e não desunião estéril. Sei como estimular o debate político sério e não o envenenamento", afirmou.
saiba mais
Suposto dossiê contra Serra é 'jogo rasteiro' de adversários, diz Lula PSDB reage à suposta investigação de dirigente tucano em dossiê Educação
Dilma prometeu, caso eleita, levar educação de qualidade a todos os brasileiros. Segundo ela, o caminho para ampliar o acesso à educação é investir no salário dos professores, expandir a rede de escolas técnicas e centros de excelência. A candidata prometeua construção de seis mil creches, se for eleita.
"Vamos dar sequência à transformação educacional em curso no Brasil, da creche à pós-graduação. É preciso formar jovens preparados para a tecnologia do conhecimento. Se eleita presidente, vou liderar sem descanso processo de levar educação de qualidade a todos os brasileiros e brasileiras", disse.
Para o Brasil seguir mudando é preciso continuar a estabilidade e aprovar a reforma tributária. Nosso sistema tributário é caótico. Vamos investir para informatizar tributos, diminuir alíquota dos impostos e ampliar a base de arrecadação"Dilma RousseffPolítica externa
Dilma sinalizou no discurso que vai manter a mesma política externa do presidente Lula. Segundo a candidata, é preciso fortificar a relação com os países da América Latina e África. Ela também defendeu a não proliferacao de armas. "Seguiremos defendendo de forma intransigente essa paz mundial, a convivência harmônica dos povos e não à guerra", disse.
"Vamos ampliar a presença do Brasil no cenário internacional. Vamos lutar pelo desarmamento e valorização dos espaços multilaterais. Vamos seguir estreitando relações com nossos vizinhos da América Latina, sem querer ter qualquer espécie de imperialismo", afirmou. "Precisamos manter nosso olhar especial para a África, continente que contribuiu para a nossa formação, nossa cultura, nossa língua."
Dilma discursou por cerca de 50 minutos, durante os quais a plateia escutou sem muitas manifestações. "Assim como os operários depois de Lula, quero vencer para que todas as meninas possam dizer: ‘Quero ser presidente do Brasil’", disse, ao final se sua fala.
Em discurso, Lula fez elogios a Dilma. “Vou passar o bastão. Vai haver um vazio naquela cédula e para que esse vazio seja preenchido, eu mudei de nome e vou colocar Dilma lá na cédula. Que Deus te abençoe, dê força, cabeça fria. E saiba que você tem um companheiro”, disse Lula.
Lula se disse realizado. “Eu sou um homem feliz, realmente realizado, porque tenho uma companheira que suportou todas as agonias da vida. Tenho um vice-presidente que eu acho que é o melhor vice-presidente do mundo. Espero que a sintonia entre você e Temer seja igual.”
'Jogo rasteiro'
Em seu discurso, o presidente pediu ainda uma "campanha de alto nível" e criticou o que chamou de "jogo rasteiro" dos adversários. Ele também criticou as denúncias de que a campanha de Dilma teria elaborado um dossiê contra o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra.
“Serão três meses de muito trabalho, muita alegria, muita tensão e nós esperamos que nossos adversários estejam dispostos a fazer campanha de nível elevado e que não façam jogo rasteiro inventando dossiê todo dia”, afirmou.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa durante a convenção do PT que oficializou o nome de Dilma Rousseff candidata do partido à Presidência (Foto: Nathalia Passarinho/G1)A partir da convenção partidária, o pleiteante passa do status de pré-candidato para candidato da legenda. A candidatura se confirma somente após o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE); o prazo para todas as legendas enviarem o pedido de registro é 5 de julho.
Cerca de duas mil pessoas lotaram o auditório do Centro de Convenções Unique Palace, em Brasília. Os militantes celebraram a oficialização da candidatura com gritos e aplausos. A maioria deles carregava bandeirinhas do Brasil, que foram distribuídas pela organização da campanha.
G1.com
Nathalia Passarinho
Discurso de Dilma Rousseff
Convenção do PT – Dia 13/06/2010
Companheiras e Companheiros do meu partido,
A minha emoção é muito grande. Mas a minha alegria também é muito grande por esta festa estar tão
cheia de energia, tão cheia de confiança e esperança. Sei que esta festa não é para homenagear uma
candidata. Aqui nós estamos celebrando, em primeiro lugar, a mulher brasileira. Aqui se consagra e se
afirma a capacidade de ser, de fazer da mulher brasileira.
Em nome de todas as mulheres do Brasil, em especial, da minha mãe e da minha filha, recebo essa
homenagem e essa indicação para concorrer à Presidência da Republica. Ser a primeira mulher presidente
do meu País é o que eu almejo. É também em nome delas que eu repito, eu abraço essa missão deferida
pelo meu partido, o Partido dos Trabalhadores, e pelos partidos da nossa coligação que hoje estão aqui
presentes.
A energia, companheiros e companheiras, que move esta grande festa brasileira, é a força do trabalho. É a
força do sonho de um povo que sempre lutou e jamais perdeu a esperança. E que levou a presidência um
trabalhador que provou que um novo Brasil é possível. Um Brasil justo, um Brasil forte, um Brasil
democrático, um Brasil independente. Cheio de oportunidades para todas as brasileiras e os brasileiros.
E não é por acaso que, depois desse grande homem, ele pode ser governado por uma mulher. Um Brasil de
Lula com a alma e coração de mulher.
O nosso presidente Lula mudou o Brasil. E o Brasil por causa dessa mudança quer seguir mudando. A
continuidade que o Brasil deseja é a continuidade da mudança, que é isso que nós conseguimos mudar. É
seguir mudando para melhor, mudando para melhor o emprego, a saúde, a segurança, a educação. É seguir
mudando com mais crescimento e inclusão social. É seguir mudando para que outros milhões de
brasileiros saiam da pobreza e entrem na classe média, como nós conseguimos durante o governo do nosso
presidente Lula.
É seguir mudando para diminuir ainda mais a desigualdade entre as pessoas, os gêneros, as regiões e as
etnias.
Minhas queridas companheiras e meus queridos companheiros, a distância entre o sonhar e o fazer pode
ser mais curta do que a gente imagina, desde que a gente tenha a coragem, a determinação – que eu sei
que nós temos. Foi o que ocorreu durante o governo do presidente Lula, quando alcançamos tantas
conquistas que tantos julgavam impossíveis.
Como o presidente há pouco falou, por exemplo, quando nós pagamos a dívida externa e passamos a ser
aqueles que emprestavam dinheiro para o Fundo Monetário Internacional. Nós vimos, durante o governo
do presidente Lula, se confirmar o que ele mesmo disse no início do primeiro governo. Você sabe o que ele
disse? Ele disse uma coisa muito certa. Ele disse o seguinte: primeiro vamos começar fazendo apenas o
necessário, depois nós vamos fazer o possível e, quando menos se esperar, nós estaremos realizando o
impossível.
Pois é, companheiros, nós somos aqueles capazes de realizar o impossível. Quando me perguntam: mas
como é que isso aconteceu? Eu respondo: foi porque trabalhamos com cabeça e com o coração. Foi porque
trabalhamos primeiro para as pessoas e nós produzimos resultados surpreendentes.
Quando perguntam como isso aconteceu, eu também respondo: foi porque nós soubemos abrir novos
caminhos, quebrando antigos tabus. O tabu mais importante que quebramos foi o de que era quase
impossível governar para todos os brasileiros.
Historicamente quase todos os presidentes que nos antecederam, que antecederam o governo do
presidente Lula, governaram para um terço da população. Poucos foram aqueles que governaram para
todos. Para muitos deles, o resto era peso, o resto da população era resto, era peso, era carga, era estorvo.
Não era integrado por brasileiros e brasileiras.
Sempre diziam: tem que arrumar a casa primeiro, para depois melhorar a situação. Falavam e nunca
arrumavam a casa. Porque nós sabemos que é impossível arrumar uma casa deixando dois terços ao
relento, à margem do progresso, à margem da civilização. Cada um de nós sabe disso.
O resultado era um só. O Brasil era uma casa dividida, marcada pela injustiça e pelo ressentimento. Nós
fizemos o contrário. Só fazia sentido governar se fosse para todos, e provamos que aquilo que era
considerado estorvo, aquilo que era considerado peso e carga, eram na verdade a força, o impulso para
crescer, avançar e fazer esse país, um país de todos.
Quebramos o tabu e provamos que incluir os mais fracos e os mais necessitados de progresso era um
avanço no desenvolvimento do país. Um caminho socialmente correto, um caminho politicamente
indispensável e, sobretudo, um caminho que eleva economicamente o crescimento e o desenvolvimento.
Companheiras e companheiros, nós queremos e podemos fazer mais e melhor.
Para realizar esta grande tarefa, não basta apenas ser eleito ou dizer que vai fazer. É preciso conhecer bem
o Brasil, conhecer o governo e ter projetos que ampliem e acelerem o que está sendo feito. Não é
necessário que eu diga a vocês. Chega de promessas. Aqueles que sabem fazer são aqueles que farão.
Aquelas que sabem fazer são aquelas que farão.
É preciso ainda companheiros estar do lado certo e ter a postura e atitude corretas. É preciso dar
prioridade e apoio aos que mais precisam.
Porém, devemos governar como governamos para todos os brasileiros e todas as brasileiras. Mas é preciso,
sobretudo, acreditar no Brasil, acreditar no povo brasileiro. Acreditar, por exemplo, numa coisa
fundamental: que podemos e vamos erradicar a miséria e nos tornarmos um dos países de uma das
maiores e mais vigorosas classes médias do mundo.
Podemos alcançar isso, porque somos um povo criativo. Somos um povo empreendedor. Temos uma
democracia sólida, uma democracia vibrante. Temos um grande mercado interno, a maior reserva florestal
e a mais limpa matriz energética do planeta.
Temos também o parque industrial diversificado, uma agricultura forte e desfrutamos de estabilidade
econômica, agora com grandes reservas de moeda internacionais, muito maiores do que os nossos
compromissos. Porque nós acumulamos, companheiras e companheiros, 250 bilhões de dólares de reserva,
quando no passado íamos de pires na mão ao FMI pedir empréstimo.
Mas, para ampliar o que nós conquistamos, precisamos reforçar. Reforçar primeiro a nossa confiança cada
vez maior no Brasil. Reforçar também a capacidade de planejar do Estado brasileiro. A capacidade de
planejar e a integração entre o estado e o setor produtivo, setor privado, entre o governo e a sociedade.
Entre o governo Federal, entre o governo dos estados e dos municípios.
Esse trabalho terá como prioridade, para nós, a educação de qualidade, como disse o nosso presidente.
Dando sequência à transformação educacional que hoje está em curso no Brasil, da creche à pósgraduação.
Isso, companheiros, significa dar especial atenção a formação continuada para os professores, para o
ensino fundamental e médio. Fazer com que os professores tenham pelo menos o curso universitário. Mas
é também preciso dar aos professores uma remuneração condizente com a importância deles.
É importante, companheiros, que os nossos professores, sobretudo, sejam respeitados. E quando forem
colocar suas legítimas reivindicações, não sejam reprimidos por policiais armados.
É importante também que o nosso aluno seja avaliado e as nossas escolas também, para que a gente possa
garantir uma qualidade do ensino fundamental, tanto do ensino médio tanto do ensino básico.
É necessário espalhar isso que o presidente voltou a fazer: escolas profissionalizantes por todo o Brasil,
levando a cada cidade, cada município que pudermos. Ter escolas técnicas para que o aluno não corra atrás
da escola, mas que ela vá aonde está o aluno.
É necessário qualificar o ensino universitário. O universitário fazendo pósgraduação,
equipar nossas
escolas e dar aos nossos alunos acesso a banda larga gratuita e assegurar bolsas de estudo de apoio aos
alunos. E, aí sim, formar jovens preparados para conduzir a sociedade da tecnologia e do conhecimento.
Quero dizer para vocês uma coisa: se eleita presidente, eu vou liderar sem descanso esse progresso. Esse
processo de levar a educação a todos os brasileiros e brasileiras. Educação de qualidade.
Para o Brasil seguir mudando, e para melhor, é fundamental promover um salto de qualidade na assistência
universal produzida pelo Sistema Único de Saúde.
Nossas prioridades na saúde estarão baseadas em três pilares:
Financiamento
adequado e estável para o Sistema Único de Saúde;
Valorização
das práticas preventivas;
Organização
dos vários níveis de atendimento, garantindo atendimento básico, de ambulatorial nas
unidades de Saúde, nas UPAS, nas Unidades de Pronto Atendimento.
Que também haja atendimento hospitalar de alta média complexidade, garantindo que a população resolva
seus problemas de saúde, que não seja empurrada para uma próxima etapa. Isso em todos os estados
brasileiros.
Daremos prioridade ao desenvolvimento de remédios, produção no Brasil dos chamados fármacos, de
modo que as nossas instituições de pesquisas universidades e empresas sejam capazes de produzir aqui
remédios adequados e mais baratos.
Para o Brasil seguir mudando para melhor, precisamos investir, ainda mais, em pesquisa, inovação e
política industrial.
O governo Lula foi o que mais investiu em pesquisa e inovação na história recente. A nossa meta é ampliar
este esforço, focando nos setores portadores de futuro – como é o caso da biotecnologia, agroenergia e da
produção desses princípios chamados fármacos. Fortalecendo o tripé empresas privadas, institutos
tecnológicos e redes universitárias.
Isso vai favorecer nosso parque industrial. Vai aumentar o emprego e a nossa competitividade. Também na
área agrícola e industrial vai fortalecer as nossas exportações.
Nós vamos adotar um princípio que o presidente adotou logo no início do governo. Quando o Brasil voltou
a produzir plataformas aqui, deixamos de exportar empregos para a Singapura e Coréia.
O principio é muito claro e ele diz assim: tudo que pode ser produzido no Brasil deve ser produzido no
Brasil, porque nós somos capazes, com o mesmo preço, qualidade e prazo. É para empregar aqui e gerar
renda aqui e
não exportar empregos lá para fora.
Para o Brasil seguir mudando, companheiras e companheiras, é preciso investir na inclusão digital, no
acesso á internet. A economia, a cultura contemporânea, exigem que toda a sociedade tenha acesso aos
bens digitais. Isso é fundamental para construir uma sociedade baseada no conhecimento. Como Lula, eu
quero continuar sendo presidente da inclusão social, mas quero ser também a presidente da inclusão
digital.
Para o Brasil seguir mudando, e a vida do seu povo ficar cada vez melhor, é preciso investir em segurança
pública. Isso exige uma ação planejada e concentrada em segurança nas áreas urbanas. A exemplo do que o
governo Lula vem fazendo com o Pronasci.
É necessário, também, dar continuidade na capacitação da nossa Polícia Federal nas áreas de fronteiras e
nas ações de inteligência. É preciso lutar contra o crime organizado, contra o roubo de cargas, contra o
tráfico de armas e, sobretudo, contra as drogas. Contra essa praga destruidora que é o crack.
O crack avança sobre a nossa população de forma devastadora. O crack é um crime contra a juventude,
contra a família e contra a sociedade. Mas nós vamos vencer essa guerra. E vamos vencer como venho
dizendo: com apoio, com carinho e com autoridade.
Para o Brasil, companheiros e companheiras, seguir mudando, é preciso voltar a fazer o planejamento
urbano, revigorar a meta de prover serviços públicos fundamentais como água e esgoto sanitário. E
aumentar a paz social dentro das nossas cidades.
Melhorar o ambiente das cidades é uma ação urgente e necessária, já iniciada com o Programa de
Aceleração do Crescimento.
É hora de avançar ainda mais, ampliando o acesso ao esporte, lazer e a cultura. Melhorando cada vez mais
o saneamento básico e os serviços de saúde de qualidade. E assegurando um tipo de transporte acessível e
eficiente.
Para o Brasil seguir mudando, é preciso continuar a investir maciçamente em infraestrutura. Vamos seguir
estimulando por meio do Programa de Aceleração do Crescimento. Ter a parceria entre o setor público e
privado e garantir investimentos que ampliem a competitividade de nossa economia.
Vamos construir e melhorar portos e aeroportos, rodovias, ferrovias e hidrovias. Ampliar e garantir mais
eficiência ao nosso sistema elétrico, aos meios de transporte, incluindo o trem de alta velocidade e de
transporte de cargas.
Eu quero ser a presidente da consolidação da infraestrutura brasileira, completando o grande trabalho do
presidente Lula.
Para o Brasil seguir mudando, nós precisamos vencer o déficit habitacional, a falta de moradia, já nessa
década que se inicia. Com o Minha Casa, Minha Vida, nós abrimos um vigoroso caminho nessa direção.
Garantimos subsídios que evitam os preços dos financiamentos insuportáveis para os mais pobres.
Mobilizamos o setor privado e simplificamos a burocracia.
Participei da concepção e da coordenação do Programa Minha Casa, Minha Vida, a pedido do presidente
Lula. Esse programa, portanto, eu sei como fazer para avançar mais. E nós já temos pronto o projeto para
mais 2 milhões de moradias.
Para o Brasil seguir mudando, nós temos que priorizar a chamada economia do baixo carbono, consolidada
no modelo de energia renovável que conquistamos. É preciso também dar prosseguimento ao que o
Governo Lula fez, incentivando os projetos de reflorestamento em áreas degradadas e cumprindo as metas
de redução do desmatamento.
Em especial, nós vamos cumprir as metas de Conferência de Copenhague, independentemente do que
façam ou deixam de fazer os outros países. Ao mesmo tempo, nós vamos investir, procurando novos
materiais e produtos mais adequados a sustentabilidade e a proteção ao meio ambiente.
Para o Brasil seguir mudando, temos que continuar modernizando a política de desenvolvimento regional,
reconhecendo as particularidades de cada estado, cada região. Eu quero ser, depois do presidente Lula, a
presidente da moderna integração regional do país. Unindo o Nordeste, o Norte, o CentroOeste,
o Sul e o
Sudeste, de forma que todas as nossas regiões possam realizar as suas qualidades e aproveitar as
oportunidades.
Para o Brasil seguir mudando, é preciso assegurar a estabilidade e continuar as reformas que melhoram o
ambiente econômico, em especial a Reforma Tributária. A nossa estrutura tributária é caótica, apesar de
áreas de excelência na administração e
se não tivermos coragem de reconhecer isso, jamais faremos esta
reforma tão urgente e necessária.
Entre outras coisas, vamos investir para informatizar todos os tributos. Ampliar a base de arrecadação e
diminuir as alíquotas dos impostos. Outra grande meta do governo Lula, que nós vamos completar e que foi
realizada, mas iremos aprofundála,
é a desoneração do investimento. Porque ele melhora o crescimento
econômico.
Para o Brasil, companheiros e companheiras, seguir mudando, nós precisamos valorizar a nossa cultura.
Vamos ampliar a produção e o consumo de bens culturais com base em nossa diversidade. Dar meios e
oportunidades para a criatividade popular. Assim, nós vamos alargar caminhos para que aflore a
diversidade cultural brasileira, cuja a riqueza e significado podem ser comparados aos da nossa
biodiversidade.
A cultura é o espaço por excelência da alma e da identidade de um povo. É essencial para a construção de
um sentido e de um sentimento de nação. Nós precisamos da cultura para a nossa identidade, para saber
quem somos. Sabemos que a cultura brasileira é diversificada. Do Norte ao Sul, Leste a Oeste desse Brasil.
Nós temos manifestações ricas. E elas fazem parte do nosso sentimento de sermos brasileiros e brasileiras.
Para o Brasil seguir mudando, precisamos aproveitar, em benefício de todo o país, as reservas
extraordinárias do préSal,
descobertas pela nossa querida Petrobras.
Não podemos nos transformar num exportador de óleo cru. Ao contrário, devemos agregar trabalho de
brasileiros e brasileiras ao petróleo aqui dentro, construindo aqui dentro refinarias e exportando derivados
de maior valor e portanto de maior riqueza do Brasil.
O présal,
como já e disse o presidente Lula, é o nosso passaporte para o futuro. Seus recursos não devem
ser gastos apenas para a geração presente. Devem formar uma robusta poupança para servir a todas
brasileiras e brasileiros, com investimentos em educação, cultura, meio ambiente, ciência e tecnologia e
combate à pobreza.
Para o Brasil seguir mudando, precisamos aprofundar a nossa democracia, aperfeiçoando e valorizando
nossas instituições. Unir o melhor das nossas energias para fazer a Reforma Política. Quero dizer com todas
as letras aos partidos políticos e ao país: não dá mais para adiar esta reforma.
Ela é uma necessidade vital para corrigir equívocos, vícios e distorções. Para dar eficácia ao voto do eleitor
e credibilidade à representação parlamentar. Para dar transparência às instituições e garantir mecanismos
reais de controle pelo cidadão da vida parlamentar. Para fortalecer os partidos, estimular o debate público
e a participação popular.
A consolidação do estado democrático de direito passa, igualmente, pela garantia e pela manutenção de
ampla liberdade de imprensa e da livre circulação e difusão de idéias.
Exige, cada vez mais, a ampliação do direito à informação da população, com a multiplicação dos meios de
comunicação. E que sejamos capazes de dar respostas abrangentes e inclusivas aos imensos desafios e às
fantásticas possibilidades abertas pelo mundo digital, pela internet e pelo progresso e pelo processo de
convergência de mídias.
Para o Brasil seguir mudando, vamos ampliar nossa presença internacional, oferecendo ao mundo as
contribuições valiosas que já demos no governo Lula na área econômica, mudança climática e
recentemente para a paz mundial.
Seguiremos defendendo, de forma intransigente, essa paz mundial, a convivência harmônica dos povos, e
não a guerra, a redução de armamentos e a valorização dos espaços multilaterais.
Em especial, vamos seguir estreitando as relações com os nossos vizinhos aqui da América Latina e
integrando a América do Sul e a América Latina. Sem querer ter qualquer espécie de imperialismo, sem
querer abafar ninguém, mas com ênfase na solidariedade e no desenvolvimento de todos.
Precisamos manter nosso olhar especial para a África. A África que é um continente que contribuiu para a
nossa formação. Para a nossa formação, para a nossa cultura, para a nossa língua.
Companheiras e companheiros, para o Brasil seguir mudando é preciso, acima de tudo, manter e
aprofundar o olhar social do governo do nosso grande presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
É mais que simbólico nesse momento. O PT e os partidos aliados estão dizendo algo que eu acho muito
importante. E isso é mais que simbólico: chegou a hora de uma mulher comandar o país. Eles estão dizendo
para aprofundar e ampliar o olhar de Lula. Para aprofundar esse olhar, ninguém melhor do que uma mulher
na presidência da República.
Creio que eles têm toda razão. Nós, mulheres, nascemos com o sentimento de cuidar, de amparar e de
proteger. Somos imbatíveis na defesa de nossos filhos e da nossa família.
Milhões e milhões de heroínas que homenageio nas figuras maravilhosas de Ilza de Nazaré, dona Raimunda
dos Cocos, Giovana Abramovicz, Maria da Penha, Ivanete Pereira, Hildelene Lobato Bahia, Janaina Oliveira,
Rose Marie Muraro, Maria da Conceição Tavares e Maria da Penha, nossas convidadas especiais, que são
exemplos vivos de luta e sensibilidade social.
E quando falamos de cuidado e amparo, falamos de cuidado e amparo para todos os brasileiros. Se nós
somos capazes e somos as responsáveis pelo cuidado e amparo nas nossas famílias, com nossos filhos e
filhas, irmãos e maridos, nós somos também responsáveis diante da necessidade de cuidado e amparo da
população brasileira. Eu estou falando aqui de saúde, educação, segurança e emprego.
De cuidar mais e melhor das nossas crianças, dos nossos jovens e dos mais velhos. Estou falando aqui de
construir, no mínimo, mais 500 unidades de pronto atendimento – as UPAs 24 horas. Para garantir que as
mulheres desse país e que os homens desse país, as crianças e os jovens tenham acesso a uma saúde
quando necessitam de tratamento de emergência. Estou falando de mais 8.600 novas unidades básicas de
saúde.
Estou falando de seis mil creches. De expandir e consolidar a rede de escolas técnicas. Estou falando
também de centros de excelência no nível superior, de centros de inovação científica e tecnológica. Estou
falando, como diz o presidente Lula, de ampliar o ProUni, para que mais homens e mulheres possam
formarse
em medicina.
Estou falando em fortalecer os programas sociais. E aqui, ministro Patrus, estou falando de um carinho
especial pelo Bolsa Família, da qual o senhor cuidou nos últimos anos, meu querido companheiro Patrus.
Estou falando de ampliar o emprego e melhorar o salário. De continuar o grande trabalho desse grande
presidente que é Lula. Estou falando, queridas companheiras, porque estou convencida de que os próximos
anos serão decisivos. Estou falando porque esses anos serão decisivos porque neles nós vamos ter de
seguir mudando.
Nós vamos ter que seguir incluindo, de seguir crescendo. E temos tudo para atingir esses objetivos. O Brasil
vai mudar definitivamente de patamar.
Nós podemos dizer que nós vamos erradicar a miséria nos próximos anos. Porque já começamos a fazer.
Nós podemos dizer que somos capazes de fazer com que o Brasil transite de país emergente para país
desenvolvido no qual a população desfrute de serviços públicos adequados, de educação de qualidade e
bons de empregos.
Eu tenho certeza: se trabalharmos direito e fizermos as opções acertadas e corretas, vamos construir e
levar para nossos filhos, nossos netos e netas, o melhor lugar do mundo para se viver.
Companheiras e companheiros,
Durante o governo do presidente Lula, começamos a construir um novo Brasil. Esta é a obra que quero
continuar. Com a clara consciência de que continuar não é repetir.
É avançar.
Esta é a missão que o presidente Lula, o PT e os países aliados colocam em minhas mãos. É este o
compromisso de fazer o Brasil seguir mudando que assumo, hoje aqui com vocês e com todo Brasil, que
assumo a partir da minha alma e do meu coração.
Este é o compromisso que vamos cumprir, com coragem, com determinação, eu e meu companheiro de
chapa, Michel Temer, futuro vicepresidente
da república.
Temer: vamos fazer uma bela caminhada juntos, com nossos partidos e com todos os partidos da coalizão a
coalizão dos que sabem que, da mesma forma que foi preciso somar forças para conquistar a democracia
no passado, é preciso somar forças hoje para alargar ainda mais o caminho aberto pelo nosso presidente
Lula. Estamos juntos para seguir mudando. Não há e não haverá retornos.
Nesta campanha nós vamos debater em alto nível, vamos confrontar projetos e programas. Vamos
esclarecer ao povo que somos diferentes dos outros candidatos.
Mas depois de eleitos, governaremos para todos os brasileiros, como fez Lula, o presidente que uniu os
brasileiros. Governaremos para todos, sem exceção.
Eu sei como buscar a união de forças e não a divisão estéril. Sei como estimular o debate político sério e
não o envenenamento que não serve a ninguém.
Para concluir, quero lembrar para vocês, contar para vocês, uma cena que vivi há poucos dias num
aeroporto e que me comoveu fortemente.
Eu estava num aeroporto, quando um jovem casal, com uma filhinha muito bonita, se aproximou de mim. E
a mãe falou assim: "eu trouxe minha filha aqui para você dizer a ela que mulher pode". Aí ela disse que
mulher pode. Eu perguntei para a menina: "mulher pode o quê?". E ela: "ser presidente". Aí, eu disse:
"pode sim, não tenha dúvida que pode".
Sabem como é o nome desta menininha? Ela chama Vitória!
Pois é, para ela, para essa menina chamada Vitória, e para as milhões e milhões de pequenas Vitórias e
Marias, meninas deste Brasil que não sabem ainda que uma mulher pode ser presidente, é para elas que eu
quero dedicar a minha luta. E a nossa vitória.
Para que, assim como depois de Lula, um operário brasileiro, qualquer operário brasileiro, saiba que ele,
seu filho, seu neto, podem ser presidente do Brasil. Assim como Lula construiu essas certezas, essas
pequenas Vitórias e Marias também possam responder, quando perguntadas o que vão ser quando crescer;
que elas possam responder, como fazem os meninos : "Eu quero ser Presidente do Brasil!".
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