6.14.2010

GREVE NA LIMPEZA URBANA É PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

Justiça manda garis voltarem ao trabalho no Rio;
sindicato diz que greve atinge 80%

A Prefeitura do Rio conseguiu que a Justiça determinasse a volta imediata dos garis ao trabalho. A greve de garis e funcionários administrativos da Comlurb (Companhia de Limpeza Urbana), iniciada à 0h desta segunda-feira, fez a cidade amanhecer ainda mais suja.

Por considerar que a paralisação "atinge atividade essencial", a desembargadora Glória Regina Ferreira de Mello, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, decidiu que sejam assegurados os serviços de limpeza e marcou para hoje uma audiência de conciliação.

O presidente do Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio de Janeiro, Luciano David de Araújo, disse que até as 14h a entidade não havia recebido a notificação da decisão judicial. Segundo o sindicato, dos 16 mil garis cariocas, 80% não estão trabalhando.

Na assembleia realizada domingo (13), os trabalhadores decidiram pela paralisação por tempo indeterminado. Mas a Justiça exigiu o restabelecimento imediato do serviço, com presença mínima de 60% dos trabalhadores, sob pena de multa diária de R$ 50 mil para o sindicato.

Araújo confirmou que a coleta de lixo e a varredura de ruas estão suspensas, mas o serviço de limpeza de feiras livres, escolas e hospitais permanece. "A reivindicação dos garis é simples, queremos só o piso estadual de R$ 581,88 e [a prefeitura] está nos oferecendo R$ 534,67. Uma diferença de R$ 47,21 fazendo todo esse impasse", explicou Araújo. Ele também mencionou como reivindicação o reajuste do auxílio-alimentação, que passaria de R$ 7,93 para R$ 12 ao dia.

A direção do sindicato afirma que, desde o começo da greve até o momento, não foi procurada para novas negociações e que esta tarde fará uma reunião para decidir os rumos do movimento.

A Comlurb informou, por meio de nota, que apresentou uma proposta de reajuste com valor maior do que o dobro da inflação, tanto para salários quanto para o vale-refeição. E lembra que no ano passado, a categoria recebeu um aumento de 15%, superior à inflação e mais do que o dobro do reajuste de 7% concedido à época para os demais servidores do município.

"A Comlurb espera todos os seus funcionários trabalhando normalmente ainda nesta segunda-feira, caso contrário, poderão ser punidos até com demissões", ameaça a empresa na nota. E ressalta que acionou a Procuradoria Geral do Município para tomar as medidas judiciais cabíveis e também afirma ter pedido apoio à Polícia Militar para garantir a saída dos caminhões de coleta domiciliar das gerências para que todos os funcionários possam trabalhar normalmente.

Folha

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