Cientistas usam tratamento genético contra vírus da Aids
Os medicamentos para combater o vírus HIV que causa a Aids poderiam ser substituídos por um tratamento genético, sugeriu um estudo publicado nesta quarta (16) pela revista "Science Translational Medicine".
A técnica consiste na inserção de genes na corrente sanguínea dos pacientes.
Sua aplicação pode substituir o atual regime de combinação de remédios para impedir a manifestação da Aids em pacientes infectados com o HIV, indica o estudo realizado por um grupo de cientistas liderado pelo oncologista David DiGiusto, da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia (EUA).
A técnica foi aplicada em pacientes com linfoma, um câncer de sangue que é uma das manifestações típicas da infecção do HIV em pessoas que desenvolveram a Aids.
No geral no tratamento desses pacientes junto com a quimioterapia se aplica uma extração parcial de sua medula óssea, seguida por um transplante de suas próprias células-tronco de glóbulos vermelhos não infectadas.
Segundo o estudo, quatro pacientes foram submetidos a esse procedimento. Os cientistas inseriram um vetor com genes antivírus junto com as células de um transplante normal.
Uma vez no interior das células, o vetor transmitiu três fatores diferentes que frearam a multiplicação do vírus.
Nenhum dos pacientes mostrou sintomas de intoxicação sanguínea, e as células dos quatro mostraram expressões dos genes antivírus da Aids.
Além disso, afirma a pesquisa, 18 meses depois o número desses antivírus tinha aumentado em dois dos quatro pacientes.
Segundo o relatório, os resultados indicam que o procedimento é aparentemente seguro e que as células que receberam o novo material genético sobreviveram.
No entanto, os cientistas admitiram que ainda existem obstáculos e que o próximo passo será assegurar que as células sanguíneas que recebem os genes de proteção contra a Aids não sejam destruídas pelo sistema imunológico do paciente.
Além disso, indicou o relatório, também será necessário assegurar a multiplicação dessas células e que todas elas contenham os fatores contra o HIV.
EFE, EM WASHINGTON
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