Vacina contra a Aids- Estudos
DA REUTERS
Ligeiras diferenças em cinco aminoácidos numa proteína chamada HLA-B podem explicar por que certas pessoas resistem ao vírus HIV, disseram pesquisadores dos EUA na quinta-feira (4), num estudo que fornece novas pistas sobre como produzir uma vacina para prevenir a Aids. "Há muito tempo sabemos que algumas pessoas desenvolvem (a doença) extremamente rápido quando são contaminadas, enquanto outras podem ficar bem por três décadas sem precisar de tratamento, e ainda assim parecerem inteiramente bem", disse Bruce Walker, do Hospital Geral de Massachusetts e da Universidade Harvard, cujo estudo saiu na revista Science.
"Pensamos que poderíamos aplicar novas técnicas do projeto genoma humano para entender qual é a base genética disso", afirmou ele.
Cerca de uma em cada 300 pessoas contaminadas pelo HIV são capazes de suprimir o vírus com seu sistema imunológico, mantendo a carga viral extremamente baixa.
A equipe investigou a composição genética de quase mil pessoas com essa capacidade, comparando-as ao código genético de 2.600 outros soropositivos.
Isso os ajudou a identificar cerca de 300 diferentes locais no código genético associados ao controle imunológico do HIV, todos eles localizados no cromossomo 6.
Eles então chegaram a quatro alterações individuais no DNA, conhecidas como polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs), todas relacionadas ao sistema imunológico.
"Fizemos um segundo estudo em que examinamos aminoácido por aminoácido nessa região", disse Walker.
Eles encontraram cinco aminoácidos na proteína HLA-B vinculados a diferenças na capacidade da pessoa de controlar o HIV.
Essa proteína é importante em ajudar o sistema imunológico e localizar e destruir células infectadas por um vírus, e Walker disse que essas variações genéticas podem fazer uma grande diferença no controle do HIV.
Entender como se dá a reação imunológica desses pacientes ao vírus da Aids pode ser um passo importante no desenvolvimento de uma vacina contra o HIV. Em quase 30 anos de epidemia, a doença já contaminou quase 60 milhões de pessoas, a maioria na África, e matou 25 milhões.
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