Hospital testa técnica não invasiva para diagnóstico de câncer labial
O Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) está testando uma nova técnica para diagnosticar câncer no lábio, desenvolvida nos EUA. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, o exame é inédito na América do Sul e não tem necessidade de cortes ou anestesia. O equipamento já é utilizado em países da Europa.O procedimento é realizado com um microscópio especial, semelhante a um ultrassom, que escaneia a área suspeita de lesão, sem prejuízo do tecido estudado. "O equipamento permite estudar as alterações celulares das camadas superficiais da pele e da mucosa oral 'viva', de forma criteriosa e não invasiva", explica o dermatologista Marcelo Mente, chefe do ambulatório de estomatologia do hospital.
Em contato com a mucosa oral, o aparelho emite um laser --não lesivo--, escaneia a área com suspeita de lesão e encaminha as imagens, em preto e branco, para o computador. A ampliação possibilita examinar as alterações celulares e indicar outros exames complementares, como a biópsia, quando necessário.
A biópsia é o exame mais utilizado para o diagnóstico do câncer da mucosa oral e da pele.
Cerca de 50 pacientes em tratamento na Clínica de Dermatologia com suspeita de câncer labial serão os primeiros a testar o benefício.
A inovação não deve substituir a biópsia, mas permitirá a avaliação de mais áreas lesadas, segundo Mente. "O método poderá ser útil no processo de retirada do tecido, por captar as alterações celulares das camadas superficiais da pele e da mucosa com precisão."
Nesta primeira fase no HC, o equipamento será uma ferramenta de estudo e pesquisa para avaliar a doença.
.CÂNCER LABIAL
O câncer labial representa cerca de 15% de todas as neoplasias da cabeça e pescoço. Na maioria dos casos, o diagnóstico é feito tardiamente, quando a lesão já atingiu um estado avançado. Um dos fatores que mais provoca o surgimento desse tipo de tumor é a contínua exposição ao sol, sem nenhum tipo de proteção.
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