11.06.2010

Reajuste para aposentados pode chegar a 10,97%

Índice beneficiaria segurados do INSS que ganham acima do salário mínimo

Rio - O reajuste de aposentados e pensionistas do INSS que ganham acima do salário mínimo pode atingir 10,97%, em 2011, caso o piso nacional passe de R$ 510 para R$ 580, valor reivindicado pelas centrais sindicais. Segundo o líder do governo no Congresso, deputado federal Gilmar Machado (PT-MG), o Planalto quer dar de 70% a 80% do reajuste do mínimo para os segurados que recebem mais. Ele explicou que não há folga para conceder 100% do ganho do piso a todos os segurados.

Na ponta do lápis, se o mínimo for para R$ 580 (aumento de 13,72%), 70% do que for concedido sobre o mínimo representa 9,6%. Se a negociação der 80% do reajuste do piso, a correção sobe para 10,97%.

Ainda não há definição para o novo piso, que pode variar entre R$ 540 (previsto no texto do Projeto de Lei do Orçamento 2011), R$ 550 a R$ 570, conforme admitido por membros da equipe de transição e pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e os R$ 580 defendido pelos trabalhadores e senador José Sarney. Os aposentados já estão brigando pelo mesmo reajuste. Tudo vai depender das contas da equipe econômica.

Mas, com a experiência do ano passado, eles sabem que têm chances de obter índice maior, contando com a expectativa de arrecadação de R$ 17,7 bilhões e o extraordinário crescimento da economia, que pode ultrapassar 7%.

“Partimos do reajuste linear. Estamos unidos para defender essa proposta”, disse Warley Gonçalles, presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas.

“Sabemos que a discussão é demorada. O presidente (Lula) viaja com a (presidenta eleita) Dilma Rousseff para a reunião do G20 na semana que vem. Não temos expectativa de resolver em menos de duas semanas”, previu o presidente do Sindicato de Aposentados e Pensionistas da Força Sindical, João Batista Inocentini.

Como ficariam os benefícios acima do mínimo

MÍNIMO DE R$ 540 — Nesse caso, o reajuste do salário mínimo será de 5,88%. Se for aplicado o percentual de 70% sobre o índice que aumenta o salário mínimo, os benefícios acima do piso nacional teriam correção de 4,11%. Caso o governo conceda os 80% sobre o total de aumento do salário mínimo, o índice sobe a 4,70%.

MÍNIMO DE R$ 550 — Também está em discussão um salário mínimo de R$ 550, que representaria um reajuste de 7,84%, sem muito esforço. Para conceder 70% do reajuste do salário mínimo aos aposentados que ganham mais que o piso nacional, a correção seria de 5,49%. Para o caso de utilizar 80% do aumento total do salário mínimo, os inativos do INSS teriam reajuste de 6,27%.

MÍNIMO DE R$ 560 — Para a proposta de salário mínimo de R$ 560, a correção total é de 9,80%. Com os 70% sobre o aumento do mínimo, o índice para quem recebe mais que o piso da Previdência Social seria de 6,86%. Considerando os 80% sobre o reajuste do mínimo, o aumento pularia para 7,84%.

MÍNIMO DE 580 — Mas se o salário mínimo for a R$ 580, como querem as centrais sindicais, o reajuste será de 13,72%. Assim, os 70% sobre o aumento do salário mínimo dariam aumento de 9,60%. Os 80% calculados em cima do reajuste do piso levariam a correção de quem ganha mais que o mínimo para de 10,97%.

Aumento ‘casado’ em 2011 e 2012 divide sindicalistas

Relator do Orçamento de 2011, Gim Argello (PTB-DF) explicou que há possibilidade de reajuste “casado” para 2011 e 2012 para mínimo. A fórmula combina o PIB deste ano, somado à inflação dos últimos 12 meses e à do ano que vem, com média dividida por dois. O índice seria uma antecipação de parte do reajuste de 2012. Assim, 7,5% de aumento para 2012 seriam pagos em 2011.

Presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que o sistema de parcelamento não interessa. “Para nós, 2012 está definido, é inflação mais PIB. O que desejamos resolver agora é o problema de 2011”, ressaltando que há R$ 17,7 bilhões para o Orçamento de 2011.

O salário mínimo do brasileiro precisaria atingir R$ 2.132,09 no mês passado, a fim de garantir que o trabalhador pudesse pagar todas as suas despesas essenciais. O cálculo é do Dieese e demonstra que o piso praticado hoje, de R$ 510, é mais de quatro vezes inferior ao necessário.
O dia

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