11.01.2010

Capacitação de profissionais para diagnóstico de câncer de boca


Brasil Sorridente capacita odontólogos da rede pública para detectar doença em seu estágio inicial. Incidência no Paraná é uma das maiores do país. 
A proximidade e a freqüência de contato com o paciente credenciam os odontólogos como os profissionais com as melhores condições para diagnosticar o câncer de boca na população atendida pela rede pública. Quanto antes a doença for detectada, maiores as chances de cura. A fim de aprimorar a capacitação para diagnóstico da doença, a partir do dia 18 (segunda-feira), o Programa Brasil Sorridente, do Ministério da Saúde, vai qualificar 200 profissionais no Paraná que se juntarão a outros 1.400 dentistas já capacitados, somente no estado.

A iniciativa ganha importância no Paraná devido ás altas taxas de incidência de câncer de boca acima da média nacional. No estado, são 14,38 casos em homens a cada grupo de 100 mil habitantes e 4,39 mulheres. No Brasil, segundo previsão do Instituto Nacional do Câncer (INCA) o câncer de boca deve afetar 10,64 homens e 3,76 mulheres em cada grupo de 100 mil habitantes em 2010. 

Informações do INCA também revelam que o câncer de boca é a sétima enfermidade que causou mortes de homens entre 2003 e 2007. Essa preponderância no sexo masculino pode ser explicada pelos índices de tabagismo e consumo de álcool nesta população. 

O curso é mais uma ação do Programa Brasil Sorridente e ensinará os dentistas a identificar sinais que podem indicar que o paciente está desenvolvendo câncer de boca como o aparecimento de feridas na cavidade oral que não cicatrizam em uma semana. Com 20 horas aula, os profissionais deverão aprender a identificar outros sintomas como ulcerações superficiais, com menos de dois centímetros de diâmetro, indolores, que podem sangrar, e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas nos lábios ou na mucosa bucal. O paciente também pode apresentar dificuldade para falar, mastigar e engolir, além de emagrecimento acentuado, dor e presença de linfadenomegalia cervical (caroço no pescoço). 

De acordo com o coordenador de Saúde Bucal do MS, Gilberto Pucca, responsável pelo curso de capacitação, o diagnóstico precoce do câncer de boca e encaminhamento rápido do paciente para tratamento são aspectos importantes para a redução da morbidade e da mortalidade causadas pela doença. “Porém, cerca de 60% dos exames são realizados quando as lesões já se encontram avançadas. Este fato diminui a possibilidade de cura e a sobrevida dos pacientes e aumentam as seqüelas dos tratamentos. A capacitação vai melhorar o diagnóstico precoce e incentivar a prevenção”, explicou. 

BRASIL SORRIDENTE – Criado em 2004, o programa tem o objetivo de melhorar a promoção, a prevenção e a recuperação da saúde bucal dos cidadãos. As 19 mil equipes de saúde bucal (ESB) já atendem gratuitamente a 91 milhões de brasileiros em 85% dos municípios. O atendimento das ESB inclui a prevenção, distribuição de kits com escova e creme dental, a aplicação de flúor, extração e restaurações – junto a Estratégia de Saúde da Família. Outros procedimentos (canal, cirurgias, obturações, etc) são realizados nos 858 Centros de Especialidades Odontológicas e nos 664 Laboratórios Regionais de Prótese Dentária. 

A inserção das equipes de Saúde Bucal na estratégia de Saúde da Família possibilitou uma nova visão de atendimento no sistema público e aumentou o mercado de trabalho para os odontólogos. Apenas no Paraná são 3.182 dentistas atendendo pelo SUS. Desde que foi lançado em 2003, o número de dentistas credenciados na rede pública em todo o país subiu de 40.205 para 50.958. 

Após garantir o acesso ao serviço, a meta do Ministério da Saúde é qualificar ainda mais estes profissionais. “Quanto mais os profissionais se qualificarem, estarão cada vez mais próximos da população e poderão contribuir para a sua saúde bucal/, ressaltou Gilberto Pucca. 
Portal da Saude

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