Aprenda a preparar a germinação de vários grãos e sementes.
A comida viva é uma opção de nutrição que vem ganhando destaque entre os adeptos da alimentação saudável. Mas, para conseguir o máximo de nutrientes e, por consequência, benefícios para a saúde, que os grãos e sementes podem prover, é preciso fazer as técnicas adequadas da germinação para cada grão.
Na comida viva, são usados grãos e sementes como amêndoas, nozes, girassol, trigo, lentilha, alfafa, feijão moyashi, entre outros
.Os grãos, como explica a especialista Jane Susie, educadora em alimentação viva formada pelo instituto Terrapia, da Fiocruz, no Rio de Janeiro, devem ser germinados no ar, na água ou na terra.
E a forma de germinação correta é que vai permitir, segundo a educadora, que esse grão se transforme em uma fonte poderosa de nutrientes.
Abaixo, veja o tempo de germinação na água e no ar dos grãos e das sementes citado na reportagem:Sementes que germinam na águaAmêndoa: 48h na águaNozes: 8h na águaGirassol sem casca: 8h na águaAs sementes que germinam na água não podem ficar fora d'água, pois fermentam e perdem o valor nutricional.
Sementes que germinam no arGirassol com casca: 8h na água e 8h no arTrigo: 8h na água e 8h no arlentilha: 8h na água e 8h no ar
Brotos que germinam no ar(levam de 3 a 5 dias até ficarem no ponto para consumo)Alfafa: 8h na água e fica no ar até as folhinhas verde aparecerem, enxaguando sempre pela manhã e à noite.Feijão moyashi: 8h na água e fica no ar até começar a apontar 2 folhinhas.
Brotos que germinam na terraTrigo e girassol: Primeiro segue a germinação da semente. Depois, se planta a semente germinada no húmus
.Dicas de Jane Susie, da Oficina Germinar BH e educadora em alimentação viva formada pelo Terrapia/Fiocruz/RJ.
Saisa ainda:
"Nós todos somos um grupo e temos o mesmo objetivo: alcançar o emagrecimento com saúde. Assim, um ajuda o outro", conta a dona de casa Paula Verônica de Souza e Silva.
Um ritmo diferente transformou a vida e o cardápio de várias pessoas. Todos entraram na dança no Grupo de Estudos e Tratamento do Obeso (Gesto), em São Paulo, e no projeto Terrapia, projeto da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
"Quando eu vi, foi como se eu tivesse um choque. Porque é uma coisa muito diferente para mim. Foi uma manhã que me estremeceu toda", lembra a dona de casa Maria Ventura da Silva, que foi sem saber ao certo o que encontraria.
"O Terrapia é um projeto social da Escola Nacional de Saúde Pública. É uma espécie de modelo de centro de saúde ao ar livre, onde as pessoas se juntam para conversar sobre saúde e cuidados ambientais. Temos como modo de trabalho a apresentação da culinária viva", explica a médica da Fiocruz Maria Luiza Branco.
Mas, afinal de contas, o que é essa "comida viva"?
"Eu pensei: 'Não vou comer'. Na preparação do almoço a comida estava tão gostosa que eu comecei a provar. Fiquei tão encantada com tudo que voltei", conta dona Maria Ventura.
Maria Luíza é idealizadora do Terrapia. "O que temos de tão especial são as sementes germinadas. Porque alimento vivo significa sementes em processo de germinação e brotos. Depois, a culinária acontece da brincadeira com esses ingredientes", esclarece.
Dona Maria Ventura já é uma das colaboradoras do projeto. Está 12 quilos mais magra e com as taxas de colesterol, triglicerídeos e glicose bem diferentes do que os exames indicavam anos atrás. "Os triglicerídeos não baixavam nunca. A pressão e o colesterol estavam sempre altos", relata.
Agora, ela não se descuida mais. "Na última consulta, as taxas tinham baixado. Ela disse: 'Maria Ventura, continue com essa alimentação, porque suas taxas baixaram", conta a dona de casa.
Dia de festa. Uma turma encerrou o ciclo de seminários sobre comida viva. A prova final foi de encher os olhos. A professora Eloisa Helena Reis de Souza já ia aos seminários quando descobriu que estava com a taxa de glicose altíssima. "A desculpa é sempre falta de tempo. Passei para a prática quando eu vi a coisa ficar feia", diz. Assim, tomou uma decisão: "Comecei a arranjar tempo. Acordava mais cedo, fazia o planejamento das sementes. Cada semente tem seu tempinho de germinação". Ela trocou a alimentação que tinha pela comida viva. De manhã, prepara o almoço. Prato do dia: um feijão-tropeiro bem diferente, com feijão germinado. E os exames revelaram: a glicose baixou de 328 para 146 em 15 dias. "Desde que eu estou no Terrapia e comecei a alimentação viva não tomei nenhum remédio", comemora. E tem mais: "Eu emagreci oito quilos em 30 dias. Não me senti fraca, nem desanimada. Muito pelo contrário. A comida natural dá mais energia, você não passa mal".
"Os alimentos são baseados em proteínas, carboidratos, gorduras. E esse conceito nutricional vem sendo questionado por algumas pessoas, como é o caso da turma do alimento vivo. A diferença é olhar sob a ótica da vitalidade dos alimentos. Um alimento que carrega vitalidade satisfaz com mais facilidade", diz Maria Luiza Branco.
Um cardápio diferente. O pessoal de São Paulo também tem uma nova receita de vida. Eles cantam, dançam e aprendem a se alimentar com saúde. É um prazer. Em dia de feira, o grupo animado aprende a emagrecer longe dos consultórios.
"A caminhada já é um exercício. Eles encontram na feira os alimentos que vão melhorar a saúde deles. Vão em busca do objetivo deles, que é emagrecer", diz a nutricionista Maria Sueli Hilário.
Sueli é a nutricionista do Gesto, um projeto da Secretaria de Saúde do Estado. Na feira, a aula é prática. "Eles colocam em prática o que nós conversamos", acrescenta.
"Temos que olhar para a barraca de pastel e seguir. Não pode", alerta a tecelã aposentada Zilda Nascimento.
A mudança no cardápio começa bem longe da cozinha, na hora de escolher os alimentos. Uma lista de compras ajuda a não cair em tentação, garantindo na sacola só o que faz bem à saúde e não pesa na consciência. Juntos, eles aprendem a comprar os melhores ingredientes, com os melhores preços.
"Mexerica não engorda", ressalta Paula Verônica.
Fim de feira. Na volta, começa o mutirão na cozinha e sala de almoço. Hora de aprender a usar tudo em um lanche de baixa caloria: peixe, saladas e pão integral. Que delícia! E que transformação!
"Não é mais sofrimento. Agora é alegria", comemora Zilda Nascimento.
"Eu sofro de verdade, mas é um sofrimento bom. Porque sem sofrimento não vamos a lugar nenhum. Tudo com sofrimento é mais gostoso. E esses quilos que eu perdi foram com sofrimento. Eu mudei hábitos alimentares de 40 anos. Eu não comia verduras, nem frutas. Temos que persistir para alcançar um objetivo. Senão, nunca vamos conseguir. A questão é mudar hábitos alimentares, não tem jeito", revela Paula Verônica.
"O que procuramos, na verdade, desde o tempo da caverna, é carne gorda e fruta doce", observa o biomédico Eduardo Fonseca Pereira.
"Eu tinha preconceito de mim. Acho que as pessoas também tinham. As pessoas têm preconceito de gente gorda. Eu era muito reprimida. Quando me xingavam de gorda, eu chegava em casa chorando. De fato, eu era gorda. Ainda sou gorda. Mas agora não aguento mais desaforo. Agora, eu xingo", diz a artesã Lúcia Shirley Arinciotta.
"Xingar emagrece, porque não engolimos sapo", comenta Paula Verônica.
"Ser um obeso na sociedade tem um peso. Nosso trabalho é que essas pessoas percam algum peso. Mas é muito importante que elas readquiram cidadania e sejam pessoas completas", diz o psiquiatra Ezequiel Gordon.
Agora, se oferecerem alguma guloseima para essa turma... "Parece que a Sueli vem dizer: 'Pode comer de tudo, mas não pode comer tudo'", conta Paula Verônica.
De cantoria em cantoria, todas as pessoas dos dois projetos estão mais saudáveis, mais magras e felizes.
Saisa ainda:
Um ritmo diferente transformou a vida e o cardápio de várias pessoas. Todos entraram na dança no Grupo de Estudos e Tratamento do Obeso (Gesto), em São Paulo, e no projeto Terrapia, projeto da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
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"O Terrapia é um projeto social da Escola Nacional de Saúde Pública. É uma espécie de modelo de centro de saúde ao ar livre, onde as pessoas se juntam para conversar sobre saúde e cuidados ambientais. Temos como modo de trabalho a apresentação da culinária viva", explica a médica da Fiocruz Maria Luiza Branco.
Mas, afinal de contas, o que é essa "comida viva"?
"Eu pensei: 'Não vou comer'. Na preparação do almoço a comida estava tão gostosa que eu comecei a provar. Fiquei tão encantada com tudo que voltei", conta dona Maria Ventura.
Maria Luíza é idealizadora do Terrapia. "O que temos de tão especial são as sementes germinadas. Porque alimento vivo significa sementes em processo de germinação e brotos. Depois, a culinária acontece da brincadeira com esses ingredientes", esclarece.
Dona Maria Ventura já é uma das colaboradoras do projeto. Está 12 quilos mais magra e com as taxas de colesterol, triglicerídeos e glicose bem diferentes do que os exames indicavam anos atrás. "Os triglicerídeos não baixavam nunca. A pressão e o colesterol estavam sempre altos", relata.
Agora, ela não se descuida mais. "Na última consulta, as taxas tinham baixado. Ela disse: 'Maria Ventura, continue com essa alimentação, porque suas taxas baixaram", conta a dona de casa.
Dia de festa. Uma turma encerrou o ciclo de seminários sobre comida viva. A prova final foi de encher os olhos. A professora Eloisa Helena Reis de Souza já ia aos seminários quando descobriu que estava com a taxa de glicose altíssima. "A desculpa é sempre falta de tempo. Passei para a prática quando eu vi a coisa ficar feia", diz. Assim, tomou uma decisão: "Comecei a arranjar tempo. Acordava mais cedo, fazia o planejamento das sementes. Cada semente tem seu tempinho de germinação". Ela trocou a alimentação que tinha pela comida viva. De manhã, prepara o almoço. Prato do dia: um feijão-tropeiro bem diferente, com feijão germinado. E os exames revelaram: a glicose baixou de 328 para 146 em 15 dias. "Desde que eu estou no Terrapia e comecei a alimentação viva não tomei nenhum remédio", comemora. E tem mais: "Eu emagreci oito quilos em 30 dias. Não me senti fraca, nem desanimada. Muito pelo contrário. A comida natural dá mais energia, você não passa mal".
"Os alimentos são baseados em proteínas, carboidratos, gorduras. E esse conceito nutricional vem sendo questionado por algumas pessoas, como é o caso da turma do alimento vivo. A diferença é olhar sob a ótica da vitalidade dos alimentos. Um alimento que carrega vitalidade satisfaz com mais facilidade", diz Maria Luiza Branco.
Um cardápio diferente. O pessoal de São Paulo também tem uma nova receita de vida. Eles cantam, dançam e aprendem a se alimentar com saúde. É um prazer. Em dia de feira, o grupo animado aprende a emagrecer longe dos consultórios.
"A caminhada já é um exercício. Eles encontram na feira os alimentos que vão melhorar a saúde deles. Vão em busca do objetivo deles, que é emagrecer", diz a nutricionista Maria Sueli Hilário.
Sueli é a nutricionista do Gesto, um projeto da Secretaria de Saúde do Estado. Na feira, a aula é prática. "Eles colocam em prática o que nós conversamos", acrescenta.
"Temos que olhar para a barraca de pastel e seguir. Não pode", alerta a tecelã aposentada Zilda Nascimento.
A mudança no cardápio começa bem longe da cozinha, na hora de escolher os alimentos. Uma lista de compras ajuda a não cair em tentação, garantindo na sacola só o que faz bem à saúde e não pesa na consciência. Juntos, eles aprendem a comprar os melhores ingredientes, com os melhores preços.
"Mexerica não engorda", ressalta Paula Verônica.
Fim de feira. Na volta, começa o mutirão na cozinha e sala de almoço. Hora de aprender a usar tudo em um lanche de baixa caloria: peixe, saladas e pão integral. Que delícia! E que transformação!
"Não é mais sofrimento. Agora é alegria", comemora Zilda Nascimento.
"Eu sofro de verdade, mas é um sofrimento bom. Porque sem sofrimento não vamos a lugar nenhum. Tudo com sofrimento é mais gostoso. E esses quilos que eu perdi foram com sofrimento. Eu mudei hábitos alimentares de 40 anos. Eu não comia verduras, nem frutas. Temos que persistir para alcançar um objetivo. Senão, nunca vamos conseguir. A questão é mudar hábitos alimentares, não tem jeito", revela Paula Verônica.
"O que procuramos, na verdade, desde o tempo da caverna, é carne gorda e fruta doce", observa o biomédico Eduardo Fonseca Pereira.
"Eu tinha preconceito de mim. Acho que as pessoas também tinham. As pessoas têm preconceito de gente gorda. Eu era muito reprimida. Quando me xingavam de gorda, eu chegava em casa chorando. De fato, eu era gorda. Ainda sou gorda. Mas agora não aguento mais desaforo. Agora, eu xingo", diz a artesã Lúcia Shirley Arinciotta.
"Xingar emagrece, porque não engolimos sapo", comenta Paula Verônica.
"Ser um obeso na sociedade tem um peso. Nosso trabalho é que essas pessoas percam algum peso. Mas é muito importante que elas readquiram cidadania e sejam pessoas completas", diz o psiquiatra Ezequiel Gordon.
Agora, se oferecerem alguma guloseima para essa turma... "Parece que a Sueli vem dizer: 'Pode comer de tudo, mas não pode comer tudo'", conta Paula Verônica.
De cantoria em cantoria, todas as pessoas dos dois projetos estão mais saudáveis, mais magras e felizes.
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