Jovem, linda, corada,
olhar brilhante a reluzir,
ainda nem sabe a razão...
Amanheceu tão feliz!
Vai se mirar ao espelho...
Sente a pele de cetim,
observa os contornos do corpo,
e sente o odor dos jasmins...
Percebe o seio túrgido, lindo!
Alisa com as mãos a cintura, o quadril,
afaga a própria barriga,
analisa-se de perfil!
Vê, surpresa, discreta mudança
no ventre, que parece crescer...
Lembra das regras ausentes...
Oh! Um filho! Mãe eu serei!
Logo te sentirei aqui,
pois o tempo passa a correr,
diz, acarinhando seu ventre,
aquela criança, que terá um bebê!
Não mais brincará de bonecas...
Terá que aprender muito agora!
Como ser mulher, ser mãe,
quem, nem criança conseguiu ser?
Muito cedo, foi parar nas ruas,
Pois precisava comer.
Como era uma linda menina,
Foi instigada, a seu corpo vender!
O tempo passou tão depressa,
Só hoje parou pra pensar...
“ainda és uma menina, que te ajudará,
filha das ruas, o teu filho criar”?
Onde estão todos eles, os lascivos,
os que te usavam o corpo de criança,
para seus torpes desejos saciar?
Estão em suas casas, a moralidade a pregar!
Por Fatinha Mussato
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