
RIO - A violência sexual no Rio terá mais uma frente de combate, mas, dessa vez, de uma forma totalmente irreverente. Essa é a proposta das quatro organizadoras da Marcha das Vadias do Rio, que acontece no próximo sábado, a partir das 14h, em Copacabana. A marcha quer chamar a atenção dos 'machões' que culpam as mulheres pelas agressões que sofrem, seja por seu comportamento ou pela roupa que vestem. E seu nome - assim como em países da Europa, da América Latina e nos Estados Unidos, onde ela já acontece - foi escolhido justamente para criticar a rotulação de 'vadia' dada a essas mulheres.
_ Às vezes as mulheres com certos tipos de comportamento não são bem vistas pela sociedade, como algumas que bebem muito ou falam alto. Não tem só a ver com a sexualidade esse rótulo. As pessoas separam mulheres em 'decentes' e 'não decentes'. Decente deve ser uma pessoa honesta, e não uma que tem comportamento 'x' ou 'y'. O que é ser vadia? Por que as mulheres são divididas em santas e vadias? Por que a sexualidade recebe rótulos? - diz Daniela Montper, uma das mulheres à frente da iniciativa no estado.
As pessoas separam mulheres em 'decentes' e 'não decentes'. Decente deve ser uma pessoa honesta, e não uma que tem comportamento 'x' ou 'y'. O que é ser vadia?
_ Eu me interesso mais pelo tipo de feminismo que defende a mulher autônoma, dona de seu próprio corpo. Sou contra essa cultura de culpar a vítima pela agressão sofrida, ela acaba passando por uma segunda humilhação. Nenhuma agressão sexual pode ser justificada pelas roupas, pelo comportamento ou pelo estilo de vida da pessoa agredida.

A primeira Marcha das Vadias aconteceu em fevereiro de 2011 no Canadá, como protesto de estudantes da universidade de Toronto contra a infeliz afirmação de um policial, em palestra sobre segurança no campus. Ele sugeriu que as estudantes evitassem se vestir como "vadias", para não serem vítimas de assédio sexual. A Marcha das Vadias busca conscientizar e sensibilizar a socidade no debate da questão do estupro, de acordo com Daniela.
As pessoas não percebem que estão dando um respaldo ao fato de a vítima passar por um segundo constrangimento
_ Isso parece que as profissionais do sexo não merecem respeito - defende Daniela.

Existe a ideia de uma segunda marcha no Rio já em 2012, de acordo com Daniela Montper. Ela afirma que a cultura de culpar a vítima de estupro ainda é muito arraigada na sociedade:
_ 'Olha a roupa da fulana' e 'depois reclama que passa a mão' são algumas das frases que ainda muito se ouve. As pessoas não percebem que estão dando um respaldo ao fato de a vítima passar por um segundo constrangimento. Por isso pensamos em uma segunda marcha, pois isso ainda é muito presente.
A expectativa para sábado, segundo Daniela, é de cerca de 2 mil mulheres. Haverá ônibus disponíveis saindo da Baixada Fluminense e da Zona Oeste. Quem se interessar em participar da manifestação pode entrar no blog da Marcha das Vadias do Rio de Janeiro e saber mais informações, inclusive sobre o transporte no Rio terá mais uma frente de combate, mas, dessa vez, de uma forma totalmente irreverente. Essa é a proposta das quatro organizadoras da Marcha das Vadias do Rio, que acontece no próximo sábado, a partir das 14h, em Copacabana. A marcha quer chamar a atenção dos 'machões' que culpam as mulheres pelas agressões que sofrem, seja por seu comportamento ou pela roupa que vestem. E seu nome - assim como em países da Europa, da América Latina e nos Estados Unidos, onde ela já acontece - foi escolhido justamente para criticar a rotulação de 'vadia' dada a essas mulheres.
_ Às vezes as mulheres com certos tipos de comportamento não são bem vistas pela sociedade, como algumas que bebem muito ou falam alto. Não tem só a ver com a sexualidade esse rótulo. As pessoas separam mulheres em 'decentes' e 'não decentes'. Decente deve ser uma pessoa honesta, e não uma que tem comportamento 'x' ou 'y'. O que é ser vadia? Por que as mulheres são divididas em santas e vadias? Por que a sexualidade recebe rótulos? - diz Daniela Montper, uma das mulheres à frente da iniciativa no estado.
O Globo
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