Avastin desaponta no tratamento contra o câncer de ovário
Dois estudos cientificos mostraram que a droga contém a progressão da doença por apenas quatro meses. Pacientes que utilizaram o medicamento tiveram aumento da pressão arterial
Câncer de ovário: Avastin atrasa o periodo de piora da doença em até quatro meses (Thinkstock)
Depois de ter perdido a autorização para o tratamento do câncer de mama nos Estados Unidos, a droga Avastin também não demonstrou eficácia contra o câncer de ovário. É o que mostram dois estudos científicos publicados nesta quinta-feira pelo New England Journal of Medicine. CÂNCER DE OVÁRIO
É classificado como o tumor ginecológico mais difícil de ser tratado e com menor chance de cura. Cerca de 25% dos cânceres desse órgão só são diagnosticados em estágio avançado, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). No mundo, são registrados 220.000 novos casos a cada ano, com 140.000 mortes. No Brasil, é o sétimo mais frequente entre as mulheres, com estimativa de 6.190 novos casos para 2012.
O primeiro estudo mostrou que a droga seria capaz de conter tumores em mulheres com câncer de ovário avançado por apenas quatro meses. A pesquisa, liderada por Robert Burger da Fox Chase Cancer Center, na Filadélfia, envolveu 1.873 mulheres com câncer de ovário avançado. Os resultados revelaram que o tempo de agravamento da doença foi de, em média, 10 meses naquelas que receberam apenas quimioterapia. As voluntárias que também receberam Avastin tiveram 14 meses até a progressão do câncer avançado.É classificado como o tumor ginecológico mais difícil de ser tratado e com menor chance de cura. Cerca de 25% dos cânceres desse órgão só são diagnosticados em estágio avançado, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). No mundo, são registrados 220.000 novos casos a cada ano, com 140.000 mortes. No Brasil, é o sétimo mais frequente entre as mulheres, com estimativa de 6.190 novos casos para 2012.
O índice de sobrevivência foi semelhante entre os grupos e os efeitos colaterais foram maiores entre aqueles que utilizaram Avastin. O principal efeito adverso foi pressão aterial elevada e alguns pacientes também tiveram problemas estomacais e intestinais.
O segundo estudo, liderado por pesquisadores da Inglaterra, foi feito com 1.528 pacientes com câncer de ovário avançado. Elas receberam quimioterapia com ou sem Avastin. A droga só atrasou o progresso da doença em dois meses. Além disso, foram registrados mais casos de hipertesão entre os que usavam a droga.
Os resultados mostraram ainda um pequeno aumento na sobrevida dos pacientes: 24,1 meses para aqueles que tomaram Avastin contra 22,4 meses para aqueles que não fizeram o tratamento com a droga. Ao estudar os casos de câncer mais avançados, os pesquisadores encontraram um benefício mais significativo: 14,5 meses com a terapia padrão contra 18,1 meses com Avastin.
Os pesquisadores ponderam, porém, que ainda é preciso um acompanhamento por mais tempo para confirmar os resultados.
Outros tipos de câncer - Atualmente, o Avastin pode ser utilizado no combate de alguns tipos de câncer colorretal, pulmonar, renal e cerebral. A nova pesquisa tem como objetivo adicionar a droga para o combate do câncer de ovário.
Em novembro deste ano, a agência reguladora de medicamentos americana (FDA — Food and Drugs Administration) retirou a autorização do uso do Avastin para tratar o câncer de mama em estágio avançado. Segundo o órgão, não há comprovação de que o medicamento seja capaz de prolongar a vida dos pacientes com a doença. Além disso, a droga apresenta efeitos colaterais graves, como trombose e hipertensão.
Pesquisadores independentes questionaram se os resultados são realmente benéficos aos pacientes. O custo do tratamento pode ser de até 100.000 dólares por ano. "A situação é muito semelhante com os resultados no câncer de mama. A aprovação (no FDA) é improvável. A menos que um marcador biológico ou teste seja capaz de mostrar que os pacientes podem se beneficiar”, escreveu Gary Lyman, pesquisador da Universidade de Duke, segundo a agência internacional Associated Press.
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