12.29.2011

Método de reabilitação na água incentiva independência de paciente


De longe, parece uma sessão tradicional de fisioterapia na água. Mas as músicas cantadas pelos alunos, os jogos e exercícios indicam que se trata de algo diferente.
A aula é do método Halliwick, cuja meta não é só a reabilitação física, mas também autoconfiança e independência na água. É indicada para portadores de qualquer deficiência, como paraplégicos, pessoas com síndrome de Down ou que sofreram derrame.

Lalo de Almeida/Folhapress
Método Halliwick tem como meta não só a reabilitação física, mas autoconfiança e independência do paciente
Método Halliwick tem como meta não só a reabilitação física, mas autoconfiança e independência do paciente
Neste mês, o projeto de Halliwick na unidade Lapa da Rede Lucy Montoro, ligada à Faculdade de Medicina da USP, ganhou o prêmio Ações Inclusivas para Pessoas com Deficiência da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
O método surgiu na Inglaterra na década de 1950. Seu criador, o engenheiro James McMillan, usou conhecimentos de hidrostática e hidrodinâmica para a reabilitação de mulheres com deficiência que moravam numa instituição chamada Halliwick.
Na hidroterapia "clássica", a sessão é individual e o fisioterapeuta treina a execução de movimentos específicos.
"O Halliwick é uma atividade aquática funcional que treina diversas habilidades e as funções cognitiva e social", diz o fisioterapeuta Mauricio Koprowski Garcia, presidente da Associação Brasil Halliwick.
COMO FUNCIONA
Os alunos são divididos em três níveis, de acordo com suas habilidades. No primeiro deles, vermelho, o enfoque está na adaptação. No amarelo, os alunos fazem treinos para jogar o corpo para a frente e para trás, de um lado para outro e fazer rotações.
Na última etapa a gama de movimentos aumenta, para que o aluno não precise mais do contato com o instrutor e tenha independência.
"Os nadadores ganham a sensação de 'eu posso'. A longo prazo, o aluno tem melhora no andar e no sono e sente menos dor", diz Garcia.
Marcos de Oliveira Almendro, 50, está há quase um ano no projeto. Ele sofreu um acidente de moto em 2007 e teve paralisia no lado esquerdo do corpo. "Saio relaxado e vejo melhora também fora da água. Estou conseguindo nadar quase como antes." 
MARIANA VERSOLATO
Folha de São Paulo

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