No combate à leucemia entra em ação o composto chamado D12-PGJ3. Saiba mais.
Segundo os pesquisadores, o composto de peixe - delta-12 protaglandin-J3, ou D12-PGJ3 - atacou e matou as células-tronco da leucemia mielóide crônica nos ratos. O professor associado de imunologia e toxicologia molecular no Departamento de Veterinária e Ciências Médicas, Sandeep Prabhu, disse que o composto é produzido a partir do ácido eicosapentaenoico, um ácido graxo Omega-3 encontrado nos peixes e no óleo de peixe.
Os camundongos receberam cerca de 600 nanogramas de D12-PGJ3 por dia durante uma semana. Como resposta, o composto matou as células-tronco cancerígenas no baço dos camundongos e na medula óssea. Ele ativa o gene p53 nas células-tronco da leucemia, que programam a morte da própria célula. Ainda segundo os pesquisadores, matar as células-tronco da leucemia garante que elas não irão se dividir e produzir novas células cancerígenas.
O professor explicou que "a pesquisa mostrou os benefícios para a saúde dos ácidos graxos sobre o sistema cardiovascular e o desenvolvimento do cérebro, especialmente em crianças”.
“Nós temos mostrado que alguns metabólitos de Omega-3 têm a habilidade de matar seletivamente as células de leucemia", disse Prabhu, que afirmou a cura total dos camundongos.
Coma mais peixe:
Fonte importante de ferro, vitamina B12, cálcio e gorduras essenciais, fundamentais ao bom funcionamento do organismo, o peixe ainda é um alimento que não faz parte do dia-a-dia do brasileiro. O Ministério da Saúde lançou no dia 11 de setembro uma campanha para tentar mudar este quadro. A Organização Mundial da Saúde recomenda ingestão anual de 12 kg de pescado por pessoa, mas a população brasileira consome 9kg/ano. Segundo o MS, somente 10,8% dos brasileiros declaram o consumo fora do domicílio.
De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008-09, foi possível observar que houve um consumo médio de peixe de 4,03kg per capita por ano, mas com uma grande variação por regiões: 17,54Kg no Norte, 4,96kg no Nordeste, 2,06kg no Sudeste, 1,60kg no Sul e 1,62kg no Centro-Oeste. Segundo a coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Patrícia Jaime, a pesquisa mostra baixa prevalência de consumo de peixes. “O percentual de indivíduos que reportaram a ingestão de pescado, pelo menos uma vez na semana, foi de 6,4%. Também verificamos que somente 10,8% dos brasileiros declaram o consumo fora do domicílio”, destaca.
Os peixes são boas fontes de todos os aminoácidos essenciais, que ajudam a formar as proteínas, necessárias para o crescimento e a manutenção do corpo humano. O Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, recomenda o consumo de peixe fresco pelo menos duas vezes por semana. Patrícia Jaime ressalta que a população precisa adquirir hábitos mais saudáveis evitando o excesso de gorduras e sal nos alimentos e preparações.
“Precisamos estimular as pessoas a se alimentarem melhor. O peixe traz inúmeros benefícios para a saúde, mas para abastecer o mercado e torná-lo acessível para todos, é necessário ordenar e fomentar a aquicultura, visando o aumento da produção e oferta de alimentos”, destaca.
Dicas para comprar o peixe certo
De acordo com o Ministério da Saúde, o peixe fresco, por exemplo, deve possuir pele firme, bem aderida, úmida e sem a presença de manchas; os olhos devem ser brilhantes e salientes; as escamas devem ser unidas entre si, brilhantes e fortemente aderidas à pele; as guelras devem possuir cor que vai do rosa ao vermelho intenso, ser brilhantes e sem viscosidade; odor característico e não repugnante.
A conservação também é outro ponto importante. Após o descongelamento, os pescados só podem ser congelados novamente se cozidos e preparados. No congelamento caseiro, os peixes devem ser mantidos inteiros, mas sem as vísceras. Camarões e lagostas devem ser congelados sem cabeça. Nunca congelar espécies diferentes num mesmo recipiente. Ao manusear o pescado, o vendedor deve utilizar luvas descartáveis e a higiene do local de venda deve ser observada como um todo. Os peixes são alimentos extremamente perecíveis e por isso é necessário tomar muito cuidado com seu manuseio.
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