Émile Durkheim teve sua principal contribuição na reflexão e no reconhecimento da existência de uma "Consciência Coletiva".
Durkheim parte do princípio que o homem seria apenas um animal selvagem que só se tornou humano porque se tornou sociável. Ou seja, quando foi capaz de aprender hábitos e costumes característicos de seu grupo social para poder conviver no meio deste. A instituição social é um mecanismo de proteção da sociedade, é o conjunto de regras e procedimentos padronizados e aceitos socialmente. As instituições são, portanto, conservadoras por essência, quer seja família, escola, governo, polícia ou qualquer outra. As instituições sociais agem fazendo força contra as mudanças, pela manutenção da ordem.
Para Durkheim, uma sociedade sem regras, sem valores, sem limites leva o ser humano ao desespero. Por isso foi conhecido como Conservador. Em sua visão, a anomia era a grande inimiga da sociedade, algo que devia ser vencido, e a sociologia era o meio para isso. O importante para Durkheim é que o indivíduo realmente se sinta parte de um todo, que realmente precise da sociedade. A anomia é um estado de falta de objetivos e perda de identidade, provocado pelas intensas transformações do mundo social moderno. Com o Império da Razão como forma de explicar o mundo, há um brusco rompimento com valores tradicionais, ligados à concepção religiosa. A Modernidade, com seus intensos processos de mudança, não fornece novos valores que preencham os anteriores demolidos. Resulta assim uma espécie de vazio de significado no cotidiano de muitos indivíduos.
Segundo Durkheim, na modernidade, a divisão social do trabalho é a principal fonte de coesão ou solidariedade social. Para o autor, mesmo a consciência individual é formada socialmente. A diferenciação social, a complexificação da sociedade, não trata de romper os laços sociais, mas de transformá-los.
A divisão do trabalho social não provoca, segundo o autor, a desintegração da sociedade, mas um novo tipo de solidariedade. Para Durkheim, a solidariedade consiste na forma de convivência, o elo social, o cimento pelo qual nós não entramos em desagregação.
A divisão do trabalho social não deve transformar o homem em máquina, que repete os movimentos sem perceber a direção. O homem deve sentir que serve para algo, que suas ações tendem para algum lugar, e possui um fim fora de si mesmo.
Não é possível uma atividade humana livre de todo freio. Todo ser, como parte do Universo, está relacionado com o resto do mundo.
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