12.31.2011

Capacidade reprodutiva é o que nos atrai sexualmente


Características que apreciamos no corpo indicam saúde e fertilidade.
Mulheres são mais criteriosas que homens na escolha do parceiro.

Tadeu Meniconi Do G1, em São Paulo
Você sabe o que você mais gosta de ver em um homem ou em uma mulher quando vai à praia ou ao clube? Provavelmente, não é nada muito diferente do gosto que nossos tataravós tinham quando viviam nas cavernas.
“O que você tem que lembrar, em termos de biologia, é que todos os animais e plantas são programados para reproduzir”, resume o biólogo escocês Robert Young, que coordena o curso de pós-graduação em zoologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas).
Mulher passeia na praia de Ipanema, no Rio (Foto: Vanderlei Almeida/AFP) 
Mulher passeia na praia de Ipanema, no Rio (Foto: Vanderlei Almeida/AFP)
Como o objetivo é reproduzir, as características que procuramos nos nossos parceiros são aquelas que garantem o futuro dos nossos filhos. “O melhor parceiro possível é o mais fértil e mais saudável”, aponta Young.
“O que a gente olha é onde as mulheres têm depósito de gordura no corpo, isso fala sobre saúde, inconscientemente”, explica o especialista em comportamento animal e evolução. “Mulheres de busto grande normalmente são mais férteis.”

“A mesma coisa serve para a mulher que prefere o homem mais musculoso. No passado, ele era melhor caçador”, prossegue o pesquisador. “A evolução nos programou para gostar dessas características”.
A escolha é delas
A reprodução envolve mistura de genes, por isso a escolha do parceiro exige cuidado. “Seu corpo morre com 80 ou 90 anos. Seus genes podem durar milhões de anos”, resume Young.
E esse cuidado é maior por parte das mulheres. “As fêmeas investem muito mais na reprodução que o homem. Quem investe mais escolhe mais. Em 99% das vezes, é a fêmea que escolhe o parceiro”, afirma.
Quem investe mais escolhe mais. Em 99% das vezes, é a fêmea que escolhe o parceiro"
Robert Young, biólogo da PUC Minas
Por investimento, o professor entende o tempo e a atenção que uma mulher precisa dedicar para ter um filho. Além dos nove meses de gravidez, ela ainda precisa amamentar o bebê. “Uma mulher não consegue ter mais que 40 [filhos] de jeito nenhum”, estima o pesquisador.
Enquanto isso, não existe um número limite de filhos para um homem. “Com uma ejaculação, ele consegue fertilizar todas as mulheres na Europa e nos EUA”, compara o pesquisador, considerando que uma ejaculação tem 600 milhões de espermatozoides. “Também por isso, os machos são, em geral, mais promíscuos”, ele conclui.
O que nos atrai sexualmente está ligado à fertilidade e à saúde, mas, quando a fêmea busca um parceiro para procriar, outro aspecto entra em jogo.
“A mulher precisa de um homem que ajude a criar o filho, não só nos genes”, diz Young. “As fêmeas procuram homens saudáveis e homens com recurso. Na nossa sociedade atual, recurso é dinheiro. E dinheiro está associado com inteligência.”
Segundo o biólogo, há pesquisas que mostram que a preferência feminina varia durante o ciclo menstrual. Quando a mulher está ovulando, prefere homens mais agressivos, que se impõem sobre os rivais – conhecidos na zoologia como os machos alfa. No restante dos dias, homens menos agressivos, que tendem a ser melhores pais, são mais bem vistos

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