1.02.2012

Labirintopatias comprometem o equilíbrio

Conflito de informações entre os órgãos responsáveis pelo equilíbrio corporal e o cérebro pode causar tontura e náuseas.

O equilíbrio não está relacionado apenas durante a movimentação do corpo, mas também quando ele está parado. Sem equilíbrio o organismo não consegue se manter imóvel de maneira estável e nem se movimentar harmoniosamente e de forma precisa, sem o risco de bater em alguma coisa. “O equilíbrio depende fundamentalmente do bom funcionamento do labirinto - órgão do ouvido -, do sistema nervoso, dos sensores nos músculos e articulaçoes e da visão e da interação de todos estes elementos”, explica a otorrinolaringologista e otoneurologista Rita de Cássia Cassou Guimarães.
Com todos os órgãos relacionados ao equilíbrio funcionando corretamente, o indivíduo se sente seguro em relação ao seu corpo no espaço e consegue se integrar fisicamente ao ambiente. “O labirinto é uma região da orelha que é dividida em duas partes. A primeira está relacionada com a audição e a segunda ao equilíbrio corporal. As labirintopatias são disfunções que ocorrem na orelha interna e que comprometem a função auditiva e também o equilíbrio do corpo”, observa a especialista, mestre em clínica cirúrgica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
As labirintopatias, também chamadas de doenças do labirinto, possuem diversas causas. Os distúrbios podem surgir devido a alterações nas estruturas do sistema vestibular e problemas em órgãos e sistemas. “Infecções, traumatismos na cabeça e no pescoço, medicamentos, drogas, tumores, envelhecimento, distúrbios vasculares, doenças metabólicas ou no sistema nervoso central, alergias, problemas psiquiátricos e deficiências de alguns nutrientes como o ferro e o zinco podem causar as labirintopatias”, esclarece a otorrinolaringologista.
A alimentação inadequada também está no rol de fatores que podem prejudicar a saúde do labirinto. Os grandes vilões são as gorduras, o sal e o açúcar, que ao serem consumidos em excesso ficam na corrente sanguínea e atingem o órgão. “O ideal é evitar o consumo de alimentos ricos em sódio, doces, carnes gordas e outras comidas gordurosas. O cuidado no preparo dos alimentos também é importante, pois a quantidade de sal, açúcar e óleo adicionada à alimentação aumenta ainda mais os riscos, já que cada alimento possui naturalmente pelo menos um destes três elementos”, afirma.
Os sinais de que algo não está bem com o labirinto são tontura, vertigem, desequilíbrio, instabilidade, zumbido, náuseas, vômitos e problemas auditivos. A tontura pode ser caracterizada como uma sensação errônea de movimentação do corpo em relação ao ambiente no qual ele está inserido. “Também pode ocorrer a situação inversa, ou seja, o indivíduo sente que os movimentos errados são provenientes do ambiente e não do organismo. A tontura pode ser um sintoma de outras doenças, mas em mais de 85% dos casos a origem é labiríntica”, enfatiza.
Segundo Rita, o sistema labiríntico recebe os estímulos de todos os sensores que fazem parte do equilíbrio. As informações são repassadas ao sistema nervoso central, que analisa e responde aos impulsos. “Se houver algum conflito nesta comunicação, a pessoa vai apresentar os sintomas das labirintopatias, especialmente a tontura e o enjoo. Cada doença que afeta o labirinto possui suas particularidades, mas na maioria estes sintomas se fazem presentes”, aponta a médica, responsável pelo Setor de Otoneurologia da Unidade Funcional de Otorrinolaringologia do Hospital de Clínicas da UFPR.
Entre as labirintopatias mais comuns estão a vertigem postural paroxística benigna, neurite vestibular, doença de Ménière, surdez súbita e vertigem e a esclerose múltipla. “A cinetose, conhecida como o mal do movimento, também é uma labirintopatia. O problema ocorre quando o indivíduo está dentro de algum veículo em movimento. O sistema proprioceptivo, que envolve músculos e articulações, informa ao cérebro que o corpo está parado e ao mesmo tempo o labirinto informa que há movimento. Este conflito de informações pode causar tonturas, náuseas, vômitos, suor e palidez”, acrescenta.
 

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Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães (CRM 9009)
Otorrinolaringologista, otoneurologista, mestre em clínica cirúrgica.
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