2.20.2012

Corpo é mais vulnerável à infecção em determinada hora do dia


Estudo americano mostra que o relógio biológico interfere no sistema imune

NOVA YORK— Estudo realizado por cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, diz que a hora do dia pode ser um fator de risco importante para o organismo desenvolver uma infecção. A explicação seria a alteração numa proteína essencial ao sistema imune e que sofre interferência do relógio biológico do corpo. A pesquisa, publicada na revista científica “Immunity”, mostrrou o momento em que a infecção piora, e pode ajudar a desenvolver medicamentos mais eficazes para reforçar as defesas das células.
Plantas, animais e mesmo bactérias passam por uma rotina diária de 24 horas, o ritmo circadiano. O jet lag, por exemplo, é o que acontece quando o corpo fica fora de sincronia com o ambiente depois de cruzar fusos horários. E já se sabe que ocorrem variações no sistema imune ao longo do dia. O estudo americano tentou investigar mais detalhadamente este fenômeno para melhorar a ação das defesas celulares. Então os cientistas foram pesquisar uma das proteínas envolvidas no processo de detecção de invasores, como o receptor nove (TLR9), capaz de reconhecer o DNA de bactérias e vírus. No laboratório, quando houve pico na atividade da TLR9, os roedores apresentaram melhor resposta imune, comentaram os cientistas.
Em humanos com sepse, a intoxicação do sangue, há maior risco de morte entre 2h e 6h. E nos testes com os animais, a gravidade da sepse coincidiu com as mudanças na atividade da TLR9.
— Encontramos um link direto molecular entre os ritmos circadianos e o sistema imunológico, que pode ter implicações importantes para a prevenção e o tratamento da doença. Parece que as interrupções do nosso relógio biológico interferem na nossa suscetibilidade a micro-organismos nocivos — diz o pesquisador Erol Fikrig, que conduziu o estudo na Universidade de Yale.
Isto pode significar que as drogas precisam ser dadas em determinadas horas do dia para atuarem de forma mais eficaz. Outra ideia é desenvolver fármacos que possam acionar o relógio do corpo para colocar o sistema imunológico em sua fase mais ativa.



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