O uso de bicicleta nas grandes cidades é uma excelente opção para
fugir do maior problema que elas enfrentam, o trânsito. A questão é que
não existem estatísticas que deixem seguros tanto os ciclistas quanto as
autoridades para impulsionar este hábito, que além de econômico é
saudável.
Infelizmente, apesar de o número de ocorrências ser pequeno, os acidentes com ciclistas são graves e muito frequentemente letais. Em fevereiro, o primeiro estudo sobre o assunto foi publicado na revista inglesa Emergency Medical Journal. A autora, Joanna Manson, do Royal London Hospital, analisou todos os acidentes registrados na região de Londres no período entre 2004 e 2009. Ela identificou 265 acidentes com ciclistas, onde foram necessários suporte de atendimento de trauma especializado e completo, com direito a helicóptero e médico no local. Desses atendimentos, 82% foram ocasionados por acidentes com veículos motorizados, os mais graves foram em razão de colisão com utilitários.
A conclusão do estudo foi que o fator de sobrevivência mais importante era a manutenção da pressão arterial, que está ligada ao sangramento. Isto é, quanto maior o sangramento e mais lento é o socorro, mais baixa fica a pressão e menor fica a chance de sobrevivência ao acidente. O controle rápido da hemorragia é o principal fator médico que pode salvar algumas vidas, mas nem todas. Sem atendimento socorrista rápido e repleto de recursos, uma cidade fica refém da sorte e de medidas preventivas.
Leia também:
A direita brasileira não gosta de bicicletas
rtos no trânsito é de pedestres ou ciclistas, os chamados usuários vulneráveis. E esse número tende a crescer. Em 2020, espera-se que a principal causa de morte no mundo seja por acidente automobilístico. Em um país como a Inglaterra, andar de bicicleta é extremamente seguro, são 34 mortes e 646 feridos graves por 1 bilhão de quilômetros percorridos/ano. Londres é a cidade mais perigosa para os ciclistas ingleses, contando com 15% das mortes ou lesões graves de toda a Grã-Bretanha. A grande maioria dos acidentes ocorre entre 8 e 9 horas da manhã, e em até 20 metros de distância de um cruzamento, a causa mortis do ciclista londrino é utilitário dobrando o cruzamento à esquerda. Lembrando-se que a mão de lá é o contrário da nossa, a adaptação para o Brasil seria o caminhão virar a direita, e claro, sem olhar e sem avisar.
No período estudado, entre 2004 e 2009, 3% de todos os acidentes que necessitaram chamar o helicóptero ocorreram com ciclistas. Vinte e um dos 305 acidentados (7%) foram declarados mortos no local do acidente. Os demais foram transportados com vida, assim como outros 148 ciclistas que se acidentaram gravemente e receberam socorro e transporte por ambulância. O tempo médio de deslocamento dos acidentados foi de 76 minutos, no máximo 86 minutos.
Em Londres, acidente com utilitários aciona automaticamente o helicóptero de resgate. Dos ciclistas acidentados com carros, a mortalidade foi de 6%, enquanto que 21% dos acidentes com utilitários foram letais. Além disso, 42% dos acidentes com caminhões foram graves, comparado com 20% dos acidentes com automóveis. Apenas 12% dos choques entre bicicleta e utilitários causaram lesões leves, o restante foi grave ou mortal.
A maioria dos acidentes graves com automóveis foi caracterizada por traumas cranianos, enquanto que ao se chocar com um caminhão o ciclista apresenta perfurações torácicas e lacerações de membros com rápida perda de sangue.
Os autores concluem que a sobrevivência dos acidentados depende de um serviço rápido e eficiente que consiga estancar a hemorragia no local do acidente e transportar o ciclista a uma sala de emergência rapidamente, mas segundo eles a única maneira de evitar mortes prematuras é separar os -veí-culos -automotivos dos movidos a pedal.
Aqui, no Brasil, incentivar o uso de bicicletas, sem um extenso programa educativo, criação de ciclovias exclusivas e com um sistema de resgate médico muito aquém do necessário, é criar o cenário para um massacre.
Infelizmente, apesar de o número de ocorrências ser pequeno, os acidentes com ciclistas são graves e muito frequentemente letais. Em fevereiro, o primeiro estudo sobre o assunto foi publicado na revista inglesa Emergency Medical Journal. A autora, Joanna Manson, do Royal London Hospital, analisou todos os acidentes registrados na região de Londres no período entre 2004 e 2009. Ela identificou 265 acidentes com ciclistas, onde foram necessários suporte de atendimento de trauma especializado e completo, com direito a helicóptero e médico no local. Desses atendimentos, 82% foram ocasionados por acidentes com veículos motorizados, os mais graves foram em razão de colisão com utilitários.
A conclusão do estudo foi que o fator de sobrevivência mais importante era a manutenção da pressão arterial, que está ligada ao sangramento. Isto é, quanto maior o sangramento e mais lento é o socorro, mais baixa fica a pressão e menor fica a chance de sobrevivência ao acidente. O controle rápido da hemorragia é o principal fator médico que pode salvar algumas vidas, mas nem todas. Sem atendimento socorrista rápido e repleto de recursos, uma cidade fica refém da sorte e de medidas preventivas.
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rtos no trânsito é de pedestres ou ciclistas, os chamados usuários vulneráveis. E esse número tende a crescer. Em 2020, espera-se que a principal causa de morte no mundo seja por acidente automobilístico. Em um país como a Inglaterra, andar de bicicleta é extremamente seguro, são 34 mortes e 646 feridos graves por 1 bilhão de quilômetros percorridos/ano. Londres é a cidade mais perigosa para os ciclistas ingleses, contando com 15% das mortes ou lesões graves de toda a Grã-Bretanha. A grande maioria dos acidentes ocorre entre 8 e 9 horas da manhã, e em até 20 metros de distância de um cruzamento, a causa mortis do ciclista londrino é utilitário dobrando o cruzamento à esquerda. Lembrando-se que a mão de lá é o contrário da nossa, a adaptação para o Brasil seria o caminhão virar a direita, e claro, sem olhar e sem avisar.
No período estudado, entre 2004 e 2009, 3% de todos os acidentes que necessitaram chamar o helicóptero ocorreram com ciclistas. Vinte e um dos 305 acidentados (7%) foram declarados mortos no local do acidente. Os demais foram transportados com vida, assim como outros 148 ciclistas que se acidentaram gravemente e receberam socorro e transporte por ambulância. O tempo médio de deslocamento dos acidentados foi de 76 minutos, no máximo 86 minutos.
Em Londres, acidente com utilitários aciona automaticamente o helicóptero de resgate. Dos ciclistas acidentados com carros, a mortalidade foi de 6%, enquanto que 21% dos acidentes com utilitários foram letais. Além disso, 42% dos acidentes com caminhões foram graves, comparado com 20% dos acidentes com automóveis. Apenas 12% dos choques entre bicicleta e utilitários causaram lesões leves, o restante foi grave ou mortal.
A maioria dos acidentes graves com automóveis foi caracterizada por traumas cranianos, enquanto que ao se chocar com um caminhão o ciclista apresenta perfurações torácicas e lacerações de membros com rápida perda de sangue.
Os autores concluem que a sobrevivência dos acidentados depende de um serviço rápido e eficiente que consiga estancar a hemorragia no local do acidente e transportar o ciclista a uma sala de emergência rapidamente, mas segundo eles a única maneira de evitar mortes prematuras é separar os -veí-culos -automotivos dos movidos a pedal.
Aqui, no Brasil, incentivar o uso de bicicletas, sem um extenso programa educativo, criação de ciclovias exclusivas e com um sistema de resgate médico muito aquém do necessário, é criar o cenário para um massacre.
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