3.14.2012

Evite a gordura hidrogenada




O Dr. Jean-Marie Bourre, especialista em gorduras e ex-diretor do Inserm, Instituto Nacional francês de Saúde Pública e Pesquisa Médica, é categórico: “Se um produto trouxer ‘gordura hidrogenada’ no rótulo, não compre!” Essas gorduras são obtidas a partir de um processo industrial para solidificar óleos, processo que cria ácidos graxos trans, perigosos para a saúde. Eles multiplicam o risco de doença cardiovascular e de câncer de mama.

No Brasil, não há regulamentação que limite o uso de gordura trans em alimentos. O que existe é a rotulagem nutricional obrigatória. Esta norma determina a declaração do valor energético e dos seguintes nutrientes nos rótulos dos alimentos produzidos e comercializados no país: carboidratos, proteínas, gorduras totais, saturadas e trans, fibra alimentar e sódio.



Fonte: Seleções

Blog Orientações médicas

O perigo da gordura hidrogenada
Enviada por Jurema Dias, Lisboa-Portugal

Desconfie dos alimentos sequinhos, aqueles que são fritos, mas não ficam oleosos. A receita desse "milagre" chama-se gordura hidrogenada e, ao contrário do que pensa a maioria, faz muito mal à saúde
Estudos recentes mostram que esse tipo de gordura é pior que a saturada -de
origem animal- do ponto de vista cardiovascular. A causa: ela "plastifica" os vasos levando a infartos e derrames.
Quem garante é a endocrinologista Rosina Erthal Vilella, que pesquisa o assunto há anos e explica o mal que faz essa gordura, também chamada de "Trans".
O problema, segundo ela, é que os alimentos hidrogenados não se resumem a frituras. Biscoitos, sorvetes, chocolate, macarrão de preparo rápido, chips e temperos prontos, só para citar alguns exemplos, fazem parte da grande lista. E o preocupante, de acordo com Rosina, é justamente a variedade de alimentos que levam esse tipo de gordura, porque eles acabam sendo ingeridos por crianças, jovens, adultos e idosos. "As pessoas estão sendo enganadas. Acreditam que estão comendo algo que faz bem, ou não faz tão mal para a saúde. E, na verdade, é justamente o oposto", diz ela.
A gordura hidrogenada é uma gordura vegetal que foi criada pela indústria para ser uma alternativa à gordura saturada, a do bacon, da lingüiça, da picanha etc. Como não existe gordura no mundo vegetal - somente óleos - foi criado, então, um processo de transformação desses óleos vegetais em gordura sólida. Aí começa o problema.
Os óleos são colocados em uma câmara com gás hidrogênio -daí, o nome hidrogenada- com alta pressão e alta temperatura, e o resultado não seria bem visto -e muito menos comido- por ninguém. Os óleos se transformam em uma pasta preta, com mau cheiro, que precisa ser alvejada para ficar sem cor e desodorizada para ficar sem cheiro.
"Ela deixa tudo crocante porque solidifica nos alimentos após a fritura, formando uma casquinha. Isso acontece também nos vasos sanguíneos que ficam impedidos de dilatar", esclarece a endocrinologista. Por isso, de acordo com a médica, está se tornando comum esportistas jovens sofrerem parada cardíaca durante a prática de qualquer esporte. "Durante a atividade física, o fluxo sangüíneo aumenta, mas o vaso não dilata para a passagem do sangue. É quando ocorre o infarto", comenta.
Alguns alimentos que contêm gordura hidrogenada:
  • Biscoitos: praticamente todos, principalmente os recheados e os wafer; Chips;
  • Batata-frita: tanto as de pacote quanto as de fast-food;
  • Tortas e bolos prontos e semi-prontos (ficam bem fofos);
  • Pães, principalmente os de massa doce;
  • Pães de forma, a maioria.
  • Sorvete: a maioria, até mesmo os chamados light. O sorvete hidrogenado é
    mais espumoso;
  • Chocolate: cuidado com os diet, pois são os piores;
  • Leite: os achocolatados prontos;
  • Margarina: quanto mais dura, pior;
  • Fast-food: usam essa gordura para todas as frituras porque ficam crocantes;
  • Requeijão: os que são muito cremosos;
  • Pipoca de microondas;
  • Temperos prontos em tabletes ou em pó.
As conseqüências do consumo desenfreado de gordura hidrogenada são pouco divulgadas no Brasil. O mesmo, porém, não tem ocorrido nos países desenvolvidos. Em 1994, epidemiologistas da Universidade de Harvard atribuíram ao consumo da gordura hidrogenada até 100 mil mortes prematuras por ano nos Estados Unidos.
Desde essa época, eles pediram ao Foods and Drugs Administration (FDA) -órgão regulador de alimentos e medicamentos dos EUA- alterações nos rótulos nutricionais que informassem aos consumidores o quanto de gordura Trans continha cada alimento. Nada foi feito.
Cientistas relacionaram o consumo dessa gordura vegetal a doenças metabólicas, ou à chamada Síndrome Metabólica - aumento da cintura abdominal, diabetes tipo 2, alterações dos lipídeos sangüíneos, hipertensão arterial e esteatose hepática (fígado gorduroso).
Origem
A descrição dessa síndrome -inicialmente chamada de Quarteto da Morte, em 1984- coincide com o início do uso maciço dos hidrogenados pela indústria alimentícia americana.
O epidemiologista-chefe da Escola de Medicina de Harvard, Walter Willet, diz no site www.transfreeamerica.org que a introdução dos hidrogenados na alimentação foi o maior desastre da história alimentícia nos EUA. Resultou numa epidemia de obesidade e demais doenças.
Em 2001, foi divulgado um estudo -feito em 84 mil enfermeiras, durante 14 anos- no qual ficou confirmado que a principal gordura relacionada ao diabetes e ao aumento do colesterol e triglicerídios era a hidrogenada.
No ano seguinte, cientistas americanos pediram um novo estudo. Queriam que ficasse claro o quanto de gordura hidrogenada uma pessoa poderia consumir por dia, sem prejudicar sua saúde. O resultado foi surpreendente: zero.
Há relatos também da associação de hidrogenados com vários tipos de câncer.

Anotações da reportagem de Paula Neiva publicada na
revista Veja

Da editoria do Jornal dos Amigos

  • A reportagem praticamente confirma as informações acima sobre os males da gorgura hidrogenada
  • Diz que a indústria alimentícia está reduzindo e até mesmo eliminando dos produtos a gordura trans
  • A gordura trans é fator de risco para infartos, derrames, diabetes e outras doenças
  • Durante a solidificação dos óleos vegetais, as moléculas de gordura passam por um rearranjo estrutural que faz com que elas, ao serem ingeridas, facilitem o depósitdo de LDL nas paredes das artérias coronárias. Além disso, a trans reduz as quantidades de uma proteína essencial à produção do bom colesterol, o LDL.
A ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, determinou que até 2006 os rótulos dos alimentos industrializados devem informar ao consumidor sobre a quantidade de gordura trans contida no produto.
  • O consumo médio de gordura trans chega a 3% do total calórico diário. Numa dieta de 2000 calorias, isso equivale a 6,6 gramas - ou quatro biscoitos recheados de chocolate
  • Segundo a OMS, Organização Mundial de Saúde, sugere que a ingestão diária de trans não ultrapasse 1% das calorias, o que equivale a 2,2 gramas.
  • A Fritolay (USA) trocou o óleo de fritura de seus produtos por outro livre de gordura trans
  • Algumas referências de alimentos com gordura trans:
    - Batata frita de fast-food - 6 gramas
    - Donut, 1 unidade grande - 4 gramas
    - Nugget de frango, 6 unidades - 1,7 grama
    - Salgadinho de pacote, médio - 2 gramas
    - Biscoito recheado de chocolate, 1 unidade - 1,7 grama
    - Torta de maçã de fast-food, 1 unidade - 4,5 gramas
    - Pipoca de microondas - pacote grande - 2,5 gramas
    - Margarina em tablete, 10 gramas - 2 gramas.

    Fontes: Ana Maria Lottenberg, nutricionista da Universidade de São Paulo, Organização Mundial de Saúde e Unilever
Sugestão: não ingerir, em hipótese alguma, gordura hidrogenada.
Nota editor
O seu editor pesquisou em grande supermercado de Belo Horizonte a veracidade sobre gordura hidrogenada nos alimentos. Realmente, a maioria dos alimentos citados contém a tal da gordura 'trans". Fogem à regra os chocolates da Lacta, que utilizam manteiga, os pães de forma "Paulo Emílio" e "Boa Vida", que utilizam óleo de girassol na composição da massa. Por causa da gordura hidrogenada, deixamos de consumir sorvetes, bolos, biscoitos e algumas marcas de pão de forma industrializados.
Na pesquisa chamou-nos a atenção sobre a composição dos chamados embutidos. O salaminho da Sadia contém gordura vegetal. Já as lingüiças de porco das grandes marcas trazem agora na composição, além da carne suina, "carne de ave mecanicamente separada", amido, às vezes soja, e uma variedade química para conservação.
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Veja mais sobre gordura vegetal (Trans):


VERSUS
Por dr. José Geraldo Ferreira Gonçalves, do
Instituto de Patologia Clínica Hermes Pardini
www.hermespardini.com.br

Da editoria do Jornal dos Amigos


 

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